Interfone & sistemas de comunicação: muita utilidade, raros defeitos

Em geral, as centrais de interfones e os próprios aparelhos apresentam longa vida útil, que pode ser comprometida apenas pelo desgaste do uso. O mesmo acontece com os radiocomunicadores

Diariamente a síndica Maria Virgínia Santos encontra um trabalho incansável pela frente. Ela administra um condomínio com 65 funcionários, sete torres e 728 apartamentos, distribuídos por uma área de 44 mil metros quadrados. Para auxiliá-la na empreitada, ela contratou no final de 1997 dois modernos sistemas de comunicação: uma central telefônica de portaria com 750 ramais e nove radiocomunicadores.

Para ficar ainda mais tranquila, Maria Virgínia fez logo um contrato de manutenção preventiva com o fornecedor da central da portaria. Duas vezes por semana, o estado do aparelho é verificado. “De vez em quando, aparece um defeito, mas nada fora do normal. Quando isso acontece, chamamos a empresa”, conta a síndica. No caso dos radiocomunicadores, o próprio fabricante é chamado para fazer o conserto quando surge algum defeito. Segundo ela, às vezes, é preciso trocar a bateria. “Mas compensa plenamente, é muito útil, vital para o andamento do condomínio”, diz. Cada zelador fica com um aparelho e os demais são distribuídos conforme a necessidade do dia a dia.

Imprescindíveis hoje em dia, os equipamentos de comunicação interpessoal apresentam longa vida útil, o que pode ser comprometida, em geral, pelo desgaste do uso. Emerson da Fonseca Silvério, engenheiro de marketing de um grande fabricante, comenta que há centrais de interfone “com mais de dez anos em operação”. Essa durabilidade, no entanto, depende de alguns cuidados. “Tem que programar bem a central, fazer aterramento (fio-terra), ter a fiação bem feita, instalar cada ramal com dois fios – antigamente se usava só um fio e o vizinho podia ouvir a conversa do outro”, explica. Outro requisito é usar o sistema de forma correta, seguindo o manual do fabricante. O dano mais comum nesses aparelhos, diz Emerson, é causado por descargas elétricas, especialmente dos raios. Caso isso ocorra, talvez haja necessidade de trocar a placa do equipamento.

Os fabricantes de centrais normalmente têm contrato com empresa de instalação. O condomínio pode contratar esse segundo prestador para fazer a checagem periódica, procedimento adotado pela síndica Maria Virgínia. Inexiste periodicidade recomendada. A empresa pode ser chamada apenas quando surgir defeito. A garantia das centrais costuma ser de um ano, mas pode variar, dependendo do fabricante. Ela poderá até ficar a cargo da instaladora.

Também os radiocomunicadores (HTs) fabricados hoje raramente apresentam defeitos, a não ser pelo desgaste, dizem os fabricantes. Sob condições normais de uso, a vida útil estimada é de cinco anos, avalia Luciano Madalosso Lopes, gerente de produtos de um fabricante. Mas ele chama atenção para que os síndicos adquiram somente aparelhos homologados pela Agência Nacional das Telecomunicações (Anatel). O órgão autoriza apenas aparelhos de até 0,5 Watt para redes restritas (ou semiprofissionais). Os aparelhos de maior potência precisam de licença específica, pois podem causar interferências nas frequências da Polícia. A Resolução 506/1978 da Anatel regulamenta esses sistemas e exime condomínios fechados da obrigatoriedade de licença para uso de radiocomunicadores do tipo HT, desde que não ultrapassem sua área física.

Matéria publicada na edição – 184 de out/2013 da Revista Direcional Condomínios 

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