Falhas no controle de acesso tornam condomínios mais vulneráveis

A maior parte das invasões e roubos a condomínios costuma acontecer pela porta de acesso de pedestres e veículos, segundo apontam as ocorrências registradas pela polícia. E o procedimento mínimo que cada empreendimento deve adotar em termos de segurança é fazer cadastro de moradores, de funcionários domésticos (“com os respectivos dias e horários de trabalho”), e de terceiros, aponta o consultor na área, Nilton Migdal. É preciso ainda “entender o que é controle de acesso, ou seja, a pessoa somente pode entrar no condomínio após checagem ou verificação da veracidade da visita, do serviço etc.”.

Nilton Migdal avalia que os erros mais comuns entre os condomínios começam na contratação da equipe e prosseguem com a falta de normas e procedimentos comuns a todos, especialmente neste tipo de controle. “Em 90% dos assaltos a condomínios o bandido entra no prédio com identidade falsa ou carro clonado”, observa. É uma situação que a síndica profissional Mila Rocha conhece bem. Quando residia em um edifício da Avenida Angélica, ela viu seu prédio ser alvo de arrastão. Os bandidos entraram pela porta da frente sem qualquer tipo de alarde, infiltrando-se entre os convidados de uma festa. “Foram doze horas de arrastão, três apartamentos assaltados”, lembra Mila.

Hoje síndica do Edifício Sucre, do bairro de Santa Cecília, para onde se mudou, Mila tem procurado aprimorar as normas de acesso, mas ainda encontra dificuldades. Um dos procedimentos introduzidos é um chaveiro entregue aos moradores com controle para a abertura da garagem e de um dos portões da eclusa de pedestres. No caso da garagem, quando o portão é acionado, o porteiro visualiza o cadastro para confirmar a pessoa e o próprio veículo. O motorista deve abaixar o vidro. O problema é que nem todos os condôminos utilizam o recurso. “A maioria não se adaptou”, afirma Mila.

No local, a segurança está baseada em três pilares: recursos físicos (como a eclusa de pedestres), equipamentos eletrônicos (CFTV, interfone etc.) e desenvolimento da cultura da segurança. Em junho passado, o condomínio instituiu uma comissão de segurança, composta pela síndica, os três conselheiros, os suplentes e três moradores voluntários, formando um grupo de dez pessoas. Um dos procedimentos definidos foi adotar um toque diferenciado de chamada do interfone para cada um desses membros, em caso de anormalidade. Também foi entregue uma carta aos moradores, explicando as regras relacionadas aos entregadores e à identificação obrigatória dos visitantes.

Matéria publicada na edição – 186 de dez/2013 da Revista Direcional Condomínios

Autor