Perdizes, Pompeia, Vila Romana, Leopoldina e Alto de Pinheiros: Bairros em movimento

Nascido no município vizinho de Santo André, o síndico Cássio Cardosi vive há bom tempo em São Paulo e já foi frequentador da lojinha da antiga fábrica de biscoitos da Petybon, na Vila Romana. Assim como outras indústrias da zona Oeste da cidade, as instalações da Petybon vieram abaixo e seu terreno foi ocupado pelo Condomínio Paradiso Vila Romana, aonde Cássio comprou um apartamento na planta, mora há quase dez anos e se encontra em segundo mandato como síndico.

“Vivia em Moema, uma região consolidada, e vim para um bairro em expansão, em movimento. E hoje é até mais agradável morar aqui do que em Moema”, observa Cássio, acompanhado pela esposa Fátima. Eles trocaram de bairro pela possibilidade de viver em um espaço mais amplo, um residencial que conta com infraestrutura de clube e permite às filhas pré-adolescentes cresceram sem abrir mão de um convívio diário e seguro com a garotada da sua idade.

A zona Oeste é uma das mais favorecidas em termos de estrutura viária e áreas verdes da Capital. Parques como o Água Branca (em Perdizes) e Villa Lobos (Alto de Pinheiros) recebem milhares de pessoas nos finais de semana. Seus bairros contemplam boa infraestrutura de transporte (CPTM e linha verde do Metrô), serviços, hospitais, bares, restaurantes, shoppings (quatro) e espaços multiculturais, com destaque para o SESC Pompeia.

O adensamento vivido nos últimos 15 anos é intenso. Condomínios tipo clube continuam atraindo novos moradores para uma região altamente valorizada. “A expansão da verticalização é inevitável, porém, não é isso que preocupa. Mas sim a necessidade de que os condôminos entendam que viverão em um ambiente coletivo e deverão respeitar essa dinâmica”, analisa a arquiteta Vanessa Pacola Francisco, coordenadora da Câmara de Inspeção predial do Ibape-SP (Instituto Brasileiro de Avaliações e Perícias de Engenharia de São Paulo).

Vanessa possui escritório de arquitetura e abriu uma lavanderia em sociedade com o marido em um dos bairros de maior potencial de verticalização, a Vila Leopoldina. A arquiteta defende que síndicos, moradores e comerciantes se responsabilizem pelo meio em que vivem ou trabalham. “É preciso ser gentil”, diz, elencando focos primordiais dessa gentileza: lixo (evitando acúmulo ou descarte inadequado); calçadas (devem ser preservadas e bem iluminadas); áreas verdes; e o relacionamento com a vizinhança (conhecendo-se uns aos outros, o que inclui evitar construir muralhas nos perímetros dos condomínios). “Isso deve fazer parte dos valores pessoais e não das obrigações legais”, destaca.

As ações contribuem para o aumento da segurança, acredita Vanessa, especialmente a iluminação das calçadas e o convívio com moradores e comerciantes da rua. O tema vem motivando a formação de entidades de condomínios nesses locais, caso da Associação Nova Leopoldina e de um grupo de síndicos que começa a conversar na Vila Romana. “Falta aos condomínios conversarem e olharem para mais da porta para fora. A comunicação é essencial para crescermos e melhorarmos como parte importante do bairro”, finaliza o síndico Cássio.

Matéria publicada na edição – 201 de mai/2015 da Revista Direcional Condomínios

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