Bela Vista, Aclimação & Cambuci: Arte e vida em São Paulo!

A tradicional Festa de Nossa Senhora Achiropita, de quase 90 anos, acontecerá durante todos os finais de semana deste mês de agosto no bairro da Bela Vista, centro de São Paulo, na Rua 13 de Maio, altura da Rua São Vicente. As atividades iniciarão sempre ao final da tarde e certamente terão a presença da síndica Maria Russo, uma italiana de 80 anos que chegou ao Brasil aos 15 e se estabeleceu no bairro em 1968, na entrega do Edifício Ilhéus. Localizado na Av. 9 de julho, bem próximo à Paulista, o prédio tem 95 unidades e é administrado por Russo desde 1992.

Sua vizinha, a síndica Edith da Conceição, é natural do bairro, mais precisamente da Rua Frei Caneca, onde nasceu há 73 anos. Faz duas décadas que Edith assumiu o cargo no Edifício Juazeiro, “irmão gêmeo” do Ilhéus. Ambas (Edith e Russo) destacam que a Bela Vista representa um patrimônio vivo de São Paulo, em que a Festa da Achiropita entra como grande símbolo desta tradição. A heterogeneidade é uma das marcas do bairro, presente no Bixiga, na Escola de Samba Vai-Vai, nos museus (entre eles, o MASP), teatros (pelo menos seis), bares, clubes noturnos, clubes desportivos, feiras de artesanato e de antiguidade, cantinas italianas, casas nordestinas etc.

“A população é bastante diversificada, é fácil fazer amizades, as pessoas se cumprimentam nas ruas”, descreve Edith. Ela e Maria Russo andam muito pela região, compromissos não faltam: aulas de dança, pintura, inglês, costura e coral. Porém, Maria Russo lamenta a falta de zeladoria e manutenção das ruas, especialmente no quesito limpeza. Uma associação local entregou à Prefeitura proposta para a reforma da Praça 14 Bis, na Av. 9 de julho. “É preciso ampliar o jardim, a iluminação e a segurança”, propõe a filha adotiva da Bela Vista.

BOA VIZINHANÇA

A síndica Rosana Moraes (Foto ao lado), dos Edifícios Flávia e Fernanda, nasceu na Aclimação. Há dez anos no cargo, procurou desenvolver uma política de boa vizinhança desde o princípio e costuma fazer contatos frequentes com os síndicos dos prédios do entorno. Seu condomínio tem 40 anos, alguns dos vizinhos completam duas décadas, mas assim como outros lugares em processo de verticalização na cidade, a Aclimação e o Cambuci têm ganhado a companhia de torres mais altas e modernas, gerando um problema comum a muitos paulistanos: a dificuldade de sair e voltar de seus bairros, em função do trânsito. Ainda assim, o lugar exibe a “rotina de uma grande família”, de moradores antigos, que possuem conta na padaria e são orgulhosos do Parque da Aclimação, tombado pelo Patrimônio Histórico (Condephaat) em 1986, justamente depois de grande mobilização da população local.

Matéria publicada na edição – 204 de ago/2015 da Revista Direcional Condomínios

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