O zelador Roney Peixoto saiu da área da hotelaria e iniciou sua vida profissional na função em 2012, junto ao Condomínio Maison Des Arts, prédio de alto padrão e 44 unidades localizado no Alto da Lapa, zona Oeste de São Paulo. De sua experiência anterior, levou ao condomínio “uma nova forma de fazer a limpeza”, mais profissional e menos doméstica, introduzindo acessórios e equipamentos adequados. Mudou também os procedimentos, “a sistemática de trabalho”, afirma Roney, hoje graduado em Administração de Empresas.
Para Danilo Cesar Silva, diretor de marketing e comunicação da Abralimp (Associação Brasileira do Mercado de Limpeza Profissional), “o serviço de limpeza nos condomínios residenciais se encontra num processo intermediário de profissionalização”. “Eles ainda insistem em alguns padrões de procedimentos, como o uso de muita água. Mas isso está mudando, está em uma curva positiva.” A transição inclui treinar funcionários e adotar novos processos de higienização, buscando-se resultados mais duradouros e deixando de lado os produtos domésticos, diz.
Segundo Danilo Cesar, um profissional treinado conhecerá a diferença de tratamento a ser dispensado em um piso externo em relação a um interno. E isso envolve não apenas questões estéticas, mas de segurança, completa. Outro ponto importante é o uso de acessórios que reduzam em até 70% o consumo de água. Entre esses ele destaca as lavadoras de alta pressão, baldes espremedores e sistemas que agregam produtos químicos e equipamentos. É o caso de limpador de “baixa espumação” utilizado num mop spray de microfibra. “Ele limpa, não exige enxágue nem deixa resíduos”, exemplifica, destacando a economia de tempo e água do processo.
Mas os condomínios devem tomar cuidado com a procedência dos produtos, alerta o diretor da Abralimp. “Algumas misturas podem gerar gases perigosos, que agridem os olhos e as vias respiratórias”, por isso, reforça Danilo, há perigo na compra de limpadores sem registro da Anvisa. Conforme a Agência Nacional de Vigilância Sanitária, os fabricantes devem utilizar “compostos em concentrações adequadas, sem riscos aos usuários”. Danilo Cesar orienta que o comprador exija ainda a presença de dois tipos de fichas nas embalagens: A FISPQ, de segurança, uma espécie de posologia que ensina a aplicação e o descarte corretos do produto; e a de composição, contendo, entre outros, o percentual de água na solução.
O zelador Roney Peixoto procurou conhecer bem o setor e chegou a fazer treinamento promovido pela Abralimp para uso de produtos de limpeza. A ideia é orientar a equipe própria do condomínio e até mesmo fazê-la participar do curso. A profissionalização do trabalho de limpeza diminui o gasto com produtos, faz o serviço render mais e melhora a qualidade do serviço final, argumenta Roney.
TERCEIRIZAÇÃO
Para o gerente predial Cristovão Luis Lopes, do Condomínio Ville Belle Epoque, situado no Alto de Pinheiros, em São Paulo, a profissionalização foi a saída encontrada para que se conseguisse eficácia em um grande escopo de trabalho. Ali, as equipes são terceirizadas. “Temos 14 elevadores, todos com espelhos de cristal e aço escovado. Também nos halls sociais há paredes com espelhos. Os pisos nas áreas comuns são importados, de forma que sempre precisamos utilizar maquinários e aparelhos específicos para cada tipo de ambiente”, justifica.
Os equipamentos são fornecidos pela prestadora de serviço, mas os produtos adquiridos pelo próprio condomínio, que controla seu consumo através de planilhas diárias. “A contratação de empresas especializadas para determinados serviços vem no encontro da modernização e do conforto que proporcionamos. Com relação à compra, posso escolher onde adquirir os produtos e controlar a quantidade sem desperdício”, arremata Cristovão Lopes, também síndico profissional em outros condomínios.
Matéria publicada na edição – 204 de ago/2015 da Revista Direcional Condomínios
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