A quadra é um dos espaços mais requisitados dos condomínios, aproveitada por várias idades, mas pode se transformar em uma cilada se não for bem projetada, executada e conservada, com acessórios adequados. Experiência do gênero foi vivida pelo síndico Paschoal Lombardi Jr., que contratou praticamente a reconstrução da quadra do Condomínio Iepe Golf, no Jardim Taquaral, zona Sul de São Paulo. Como resultado, ele viu a frequência aumentar bastante no local, para 100 pessoas ao dia, estima.
Empreendimento com 36 mil metros quadrados de área, seis torres e 336 unidades, o condomínio foi entregue em 2009 com a quadra construída em terreno úmido. “Era preciso ter feito uma drenagem, há muitas nascentes na região.” Isso foi ignorado tanto pela construtora quanto pela primeira empresa contratada posteriormente para eliminar patologias e reformá-la. Era especializada, lembra Paschoal. Depois de um mês, porém, bolhas e buracos voltaram a aparecer na superfície e, após diferentes tentativas de reparos, o prestador desistiu do serviço e teve que devolver, por ordem judicial, o dinheiro recebido.
O síndico conta que realizou, então, nova licitação e contratou “empresa séria e também especializada”, que começou os trabalhos “partindo do zero”. O condomínio aproveitou para aumentar as dimensões do espaço, que recebeu drenagem, ganhou novo contrapiso e camadas com pedras (as quais ajudam a manter a superfície seca), além de revestimento em concreto e acabamento com epóxi especial para prática de esportes em ambientes externos. A quadra passou a ter demarcações oficiais de diferentes modalidades. A nova obra durou oito meses e custou R$ 140 mil, afirma Paschoal, sugerindo aos síndicos que fiquem atentos às empresas orçadas e visitem pessoalmente os seus clientes antes de fechar a contratação.
OPÇÕES DE REVESTIMENTO
Os espaços de recreação e prática esportiva comportam uma diversidade de revestimentos, segundo especialistas ouvidos pela Direcional Condomínios. Ambientes fechados permitem o uso de epóxi, PVC, a madeira, o linóleo, o vinílico e a borracha coberta com poliuretano (PU). Na parte externa, sujeita às intempéries, as alternativas recaem sobre a grama natural, sintética, o concreto de alto desempenho pintado, concreto cimentado e pintado, o piso asfáltico (que amortece mais que o concreto), o poliuretano (PU, macio e monolítico), a borracha intertravada, entre outros.
Conforme o uso e destinação, o síndico deverá dar prioridade a revestimentos diferenciados. Por exemplo, se no espaço houver predomínio da recreação de crianças, uma boa alternativa é optar pelos antiderrapantes, como borracha e areia. Quadras poliesportivas, ocupadas por adolescentes e jovens, deverão ter piso mais robusto, mas com amortecimento de impacto (mas contraindicado para o tênis). A arquiteta esportiva Patrícia Tótaro observa que a maior parte dos condomínios estão preferindo a aplicação do poliuretano (PU) com amortecimento sobre uma base asfáltica ou de concreto nas quadras externas, garantindo segurança e desempenho dos jogos com bola.
ACESSÓRIOS & ILUMINAÇÃO EM LED
A segurança e o desempenho do piso não são os únicos itens a considerar no projeto da quadra. Segundo Patrícia Tótaro, ao pensar na reforma ou construção é importante considerar as proteções (como redes flexíveis) e áreas de escape necessárias para a segurança dos usuários. Em termos de acessórios, devem ser previstas redes que ampliem as possibilidades de práticas (como vôlei, badminton, futsal etc.), postes de iluminação, alambrados, estruturas como as que sustentam a tabela de basquete e os suportes do vôlei, entre outros.
Nesse quesito entra também a iluminação, hoje preferencialmente em LED. De acordo com o síndico Paschoal Lombardi Jr, os 18 refletores da quadra do Iepe Golf possuem hoje lâmpadas LED, tecnologia que substituiu as de vapor e propiciou uma economia entre 20% a 25% na conta mensal de energia, contabiliza o síndico.
Matéria publicada na edição – 214 – julho/2016 da Revista Direcional Condomínios
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