Primavera no condomínio, explosão de cores!

Um festival de folhagens, flores e frutos em jardins e pomares quebra a aridez do concreto e convida os moradores da metrópole ao prazer de viver em seu condomínio.


Fotos dos condomínios Brasil Pitoresco, Maison Des Arts, Parque das Nações, Sonatta e Vitta Parque

Setembro marca o desabrochar das azaleias, arbustos de floração colorida símbolo da Capital Paulista e muito presentes em condomínios. Elas abrem suas pétalas como para anunciar a chegada da primavera e coroar a dedicação de síndicos sensíveis à causa verde, a exemplo de Nelza Gava Huerta, que há 22 anos cuida da flora variada do residencial Maison Du Rhone. “Nasci e morei até os cinco anos na roça (no interior do Espírito Santo), adoro mexer na terra e plantar, no início ficava o dia inteiro com o jardineiro”, lembra Nelza, falando da época em que passou de voluntária do verde a síndica do prédio de 35 apartamentos do Campo Belo, zona Sul de São Paulo.

Mas ali a exuberância das flores aparece além da primavera. A diversidade vegetal propicia floradas o ano todo. Jasmins (manga e do cabo), bico de papagaio, helicônia, alpinia, rainha e dama da noite, agapanto, lírio, clívia, espatifilo (lírio da paz) e antúrio, entre outras, batizam o mosaico de formatos, cores e aromas vegetais do Maison. Árvores floríferas, como o manacá da serra, espatódeas, ipê amarelo, tipuana e jacarandá mimoso completam o colorido e são acompanhadas por espécies leguminosas, como o pau-brasil, além de frutíferas diversas, entre elas, amora, ameixa, banana maçã, café, caqui chocolate, jabuticaba, lima, limão cravo, mexerica, pitanga e romã.

Muitas espécies estão identificadas com nome popular e científico, trabalho que será atualizado, já que novas mudas continuam a chegar. “Acabei de plantar jambo vermelho porque a florada é muito bonita”, conta Nelza, empenhada agora em criar uma composteira para a adubação dos jardins e pomar. Para a rega, a síndica instalou há 15 anos um sistema de irrigação com bomba e aparelhos aspersores de água de reuso, que atraem diariamente os banhos dos pássaros, outra grande afeição da síndica. “Comecei a plantar árvore frutífera para chamar passarinho”, revela. Como resultado, a algaravia das aves somada ao conjunto multicolorido, vivo e perfumado da vegetação sela o vínculo dos condôminos com sua morada.

JARDINS, A MARCA DE UMA GESTÃO

O cuidado com o verde vem ganhando relevo entre os condomínios de forma geral, seja por motivação legal (manutenção obrigatória de áreas permeáveis), estética ou de conforto ambiental. Mas entre gestores como Nelza, ele adquire contornos de uma verdadeira profissão de fé. Nesse rol encontram-se ainda Telma Carvalho, do Condomínio Portal Marajoara; Cristovão Luís Lopes, síndico profissional e gerente predial do Condomínio Belle Époque; e Rosângela Amaral, gerente predial do Condomínio Parque Aclimação, empreendimento de oito torres lançado em 1952 em São Paulo.

Segundo Telma Carvalho, a vegetação no condomínio de cinco torres estabelecido na Vila Isa, região de Campo Grande, em São Paulo, carrega as marcas de seu empenho pessoal e ajuda a cobrir um gazebo e vários pergolados que atraem pássaros e moradores ao convívio comum. “O jardim é agradável e convidativo, estimula a confraternização entre as pessoas e deixa uma sensação de fazenda, de não estarmos na Capital”, descreve.

Já para Cristovão Luís Lopes, a gestão do verde do Belle Époque entra como a menina dos olhos de seu trabalho no local, pois o paisagismo é parte integrante da arquitetura de inspiração francesa do empreendimento de três torres, situado no Alto de Pinheiros, zona Oeste de São Paulo. “O verde quebra a aridez do concreto da cidade”, observa Cristovão, destacando que os 2,5 mil metros quadrados de jardins do Belle Époque abrigam de dezenas a até milhares de mudas (caso do jasmim) das cerca de 60 espécies vegetais do condomínio (entre arbustos ornamentais, palmeiras, árvores floríferas e frutíferas etc.).

E no pioneiro CPA (Condomínio Parque Aclimação), o conjunto arbóreo faz as vezes de uma praça, visto que originalmente os limites do empreendimento eram abertos à circulação de pedestres. Segundo a gerente predial Rosângela Amaral, são 148 exemplares, alguns com 50 anos, catalogados e que serão identificados em breve. Os destaques ficam por conta das frutíferas, como uvaia, cereja do Rio Grande, abacate, ameixa, pitomba, jabuticaba, uva japonesa e manga, além do pau-brasil e ipê roxo. Não à toa, Rosângela flagra, vez ou outra, a presença de pica- -paus nos troncos dos exemplares mais robustos. No momento, o CPA realiza um levantamento da vegetação para fins de manejo (poda), repetindo trabalho feito em 2013. Paralelamente, desenvolve um programa de compostagem, através da colaboração dos condôminos, que estão disponibilizando resíduos orgânicos para a produção de adubo para as plantas.

Matéria publicada na edição – 216 – set/16 da Revista Direcional Condomínios

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