Diferente do que propaga o senso comum, choques considerados leves também representam perigo à saúde humana. Saiba quais são as proteções essenciais nas instalações elétricas de seu condomínio.
Muitas vezes ouvimos a seguinte frase: “Foi só um choquinho leve. Ainda bem que era cento e dez, se fosse duzentos e vinte seria perigoso!”.
Esta situação é mais comum que imaginamos, mas o risco é enorme. Um estudo da ação da corrente elétrica passando pelo coração de um ser humano mediano (adulto), a qual resultou em norma internacional (IEC 60479-1), aponta que choques elétricos com valores acima de 50 volts, em situação de ambiente seco e durante um período de até um segundo, podem levar à parada cardíaca e, consequentemente, à morte.
Se a condição do choque ocorrer em ambiente molhado, como, por exemplo, no chuveiro, ou lavando-se um piso, o valor do choque que provoca riscos baixa, em média, para cerca de 25 Volts; e se o choque ocorrer dentro de uma banheira ou piscina, o limite cai abaixo de 12 volts. Mas não é só a parada cardíaca o grande problema causado pelo choque elétrico. Há outros danos à saúde, como a fibrilação ventricular (é considerada como a causa principal de morte por choque elétrico), asfixia, contrações musculares, dificuldade de respiração, aumento da pressão arterial etc. Sob tensões maiores, podem ocorrer queimaduras profundas no fígado, baço, rim, entre outros.
Mas por que eu trouxe este tema? Pois é de responsabilidade do condomínio nas áreas comuns, e do morador em seus imóveis, prezar pela instalação elétrica, evitando riscos aos que dela se utilizam. Isto nos faz lembrar os mais de 30 artigos que tenho escrito ao longo dos quase três anos neste espaço do site da Direcional Condomínios.
Vamos então retomar alguns cuidados que são peça-chave na manutenção e prevenção aos riscos:
– Inicialmente, tomem os cuidados com tomadas, interruptores, quadros de distribuição, postes metálicos, fios de jardins e toda a instalação em um ambiente onde muitas pessoas passam. Todos esses componentes devem estar protegidos contra os contatos e aterrados;
– Em seguida, protejam os locais como quadras e salões de festa e jogos, onde pode haver pontos molhados, os quais acentuam a vulnerabilidade do ser humano, pois o limite mínimo para os efeitos dos choques elétricos cai a 25 Volts;
– E, por último, cuidem de ambientes como piscinas e lagos, pois é nesses locais que as tensões mínimas para afetar a saúde ou vida humana descem a 12 volts ou menos.
Nestes locais, além da instalação do DR em todos os pontos que alimentam a energia, as tensões devem ser reduzidas. Por exemplo, a iluminação de piscinas e seus arredores não pode ser realizada com tensões acima de 12 Volts. Jardins devem ter suas iluminações projetadas com tensões abaixo de 50 volts ou possuírem DR nos circuitos.
Vale lembrar que o choque elétrico é a passagem da corrente elétrica pelo corpo e a tensão é quem gera esta corrente elétrica. O que determina a tensão máxima ou mínima suportável é a resistência do corpo humano. Os valores que citei se aplicam a um adulto, pois uma criança tem resistência menor e com a mesma tensão pode ter uma corrente maior passando pelo corpo o que aumenta sua vulnerabilidade.
Por este motivo, repito: Avaliem suas instalações elétricas, reformem e adequem se necessário, e instalem dispositivos de segurança para que fiquem tranquilos.
Concluindo, ‘choquinho’ ou ‘chocão’ são perigosos para todos, inexiste essa ‘história’ de choque leve, inofensivo.
Não reproduza o conteúdo sem autorização do Grupo Direcional. Este site está protegido pela Lei de Direitos Autorais. (Lei 9610 de 19/02/1998), sua reprodução total ou parcial é proibida nos termos da Lei.