Sem manutenção, a conta ‘estoura’ para os condôminos

Um verdadeiro sonho de muitos síndicos e condôminos está em conseguir diminuir o número de prumadas hidráulicas com vistas a facilitar a individualização dos medidores.

A síndica Monica C. Miguel e detalhe à dir. de uma das prumadas externas da nova rede hidráulica do Cond. Ed. Aristocrata

Considerada ainda uma medida rara, porque cara e complexa, ela foi implantada no último ano no Condomínio Edifício Aristocrata, que inutilizou a rede hidráulica original, reformou totalmente o barrilete, instalou registros separados para cada apartamento e construiu, externamente, junto à fachada, oito novas colunas de tubulações. Elas foram revestidas de placas galvanizadas, na cor da parede, e acabaram integradas à estética do prédio.

O curioso é que a obra, orçada em R$ 305 mil e que exigiu 24 meses de rateio extra além de 13 parcelas para sua quitação, nem foi motivada pela necessidade de individualização da leitura d’água. “Tínhamos já há algum tempo um projeto de retrofit hidráulico por causa dos vazamentos e estouros nas tubulações. Quando a situação se tornou insustentável, fizemos uma revisão da proposta original, nos preparamos com rateio e contratamos os serviços”, afirma a síndica Monica Cristina Miguel.

A gestora diz que era impraticável recuperar as prumadas antigas do prédio localizado no bairro do Tatuapé, zona Leste de São Paulo. “Os canos estavam podres, o que dificultava os reparos, e a água continha ferrugem e resíduos.” Cada intervenção gerava uma nova quebra, como em efeito dominó, lembra Monica. Com o novo sistema operante, o Edifício Aristocrata poderá fazer, a qualquer momento, a individualização dos medidores. Mas como suas 72 unidades de dois dormitórios e dois banheiros consomem o equivalente à tarifa mínima de água, o condomínio deixará a instalação dos aparelhos para o futuro. Há outras prioridades, a exemplo da pintura da fachada, que será feita neste ano.

A nova rede hidráulica do prédio de 26 anos foi segmentada em duas partes: do 18º andar (último) ao 6º descem as tubulações pela fachada, com os respectivos registros instalados no barrilete. Do primeiro ao quinto andar, a alimentação é feita a partir do reservatório de água potável localizado no térreo, com os registros implantados no subsolo. Quanto às unidades, elas passaram a dispor de dois ramais de alimentação. Eram três e, para se chegar à configuração atual, houve necessidade de se realizar obra física em todos os imóveis. De qualquer maneira, segundo Monica, tudo ficou pronto em três meses e os moradores respiram hoje aliviados com a melhora da qualidade da água distribuída pelo prédio.

CORRENDO ATRÁS DO PREJUÍZO

Se os condôminos do Edifício Aristocrata sofriam com os transtornos de uma água de má qualidade, em um residencial de três torres localizado em Taboão da Serra, Região Metropolitana de São Paulo, a síndica profissional Roseane Barros Fernandes encontrou uma conta d’água mensal 40% superior ao efetivo consumo das unidades por conta dos vazamentos. Estes se acumularam por anos de falta de manutenção preventiva e corretiva, afirma a síndica, que assumiu a gestão do empreendimento há um ano e meio.

“Passados mais de 11 meses de serviços, nosso balanço mostra uma despesa efetiva de mais de R$ 85 mil de conserto de vazamentos e infiltrações, uma conta mensal com consumo mais brando e a sensação de que o trabalho estava no caminho certo”, descreve a síndica. A gestora atua com base em um Plano Diretor de Restauração do Empreendimento, desenvolvido após a contratação de um diagnóstico de engenharia para todas as instalações. A partir daí, no setor hidráulico, foram executados reparos e impermeabilização dos reservatórios superiores de duas das três torres; de trincas em uma caixa d’água; de vazamentos em equipamentos das áreas comuns e conserto do ramal da rede d’água que alimentava uma das torres e que havia se rompido. De acordo com Roseane, “a infraestrutura instalada inicialmente nas edificações só terá seu ciclo de vida útil preservado caso seja ‘cuidada’”, principalmente a rede hidráulica.

Matéria publicada na edição – 225 de julho/2017 da Revista Direcional Condomínios

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