Ano passado, a síndica profissional Mariza Carvalho Alves de Mello iniciou um processo de vistoria e troca dos equipamentos hidráulicos das 26 unidades do Condomínio Uirapuru, prédio construído em 1970, na região do Parque do Ibirapuera, em São Paulo.
A medida fazia parte de um plano mais amplo visando à redução do consumo de água. Com apoio do encarregado de manutenção, Renato Santana Feitosa, vazamentos foram identificados e prumadas substituídas. Houve ainda inspeção dos reservatórios superiores e inferiores, vistorias que se tornaram rotineiras. Nas unidades, foram instalados redutores de fluxo nas torneiras e reparadas caixas acopladas ou válvulas de descarga.
A meta era reduzir o elevado consumo médio diário, de 20 m³, para pelo menos 15 m3. Mas o desempenho ficou aquém do esperado, lamenta Mariza. O grande vilão, segundo ela, está nas válvulas antigas das descargas; poucas foram substituídas pelos proprietários. Os vazamentos são constantes nesses dispositivos, e cada apartamento possui três banheiros. A experiência no Uirapuru mostra o tamanho do desafio que resta aos síndicos preocupados em reduzir o consumo d’água.
Para o gestor do processo no Uirapuru, Luciano Salvagnin, o risco era conhecido por todos, dadas as peculiaridades da construção. Em outros edifícios, ele observa reduções entre 20% a, no mínimo, 13% na média mensal com as mesmas medidas adotadas pela síndica Mariza. Além disso, o mercado sempre atualiza os dispositivos e hoje, afirma Luciano, há “mais peças e soluções”. Ele destaca os “sistemas para captação de água pluvial, inclusive com aproveitamento da retrolavagem de piscina; de caça-vazamentos com câmera termográfica; trocas de sistemas de acionamento simples para duplo acionamento das caixas acopladas; e substituição de válvulas de descarga tipo hydra para caixa acoplada sem quebra-quebra”.
O engenheiro civil Renato Luiz Moreira aponta, por sua vez, que a redução do consumo depende de um plano de ação estabelecido a partir da compilação e análise dos sistemas do condomínio, observando-se, entre outros, o funcionamento dos equipamentos em função dos hábitos de consumo, pois aquecedores, duchas e até mesmo caixas acopladas de descargas podem gerar gasto elevado se não estiverem bem ajustados e/ou dimensionados.
Matéria publicada na edição – 235 – junho/2018 da Revista Direcional Condomínios
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