Revisão em projeto executivo ajuda a baixar custo de adequação para o AVCB de R$ 250 mil para R$ 139 mil.
Quando ainda era conselheiro do Condomínio Fernão Dias, percebi que o prédio não tinha o Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiros (AVCB). Solicitei que esse fato constasse da ata de uma AGE (Assembleia Geral Extraordinária). Daí em diante a antiga administração se mobilizou para dar início ao processo, contratando um projeto executivo no valor de R$ 12 mil, que continha diversas exigências absurdas, como a instalação de portas corta-fogo no lugar das portas de serviço dos apartamentos. Construído em 1971, o Fernão Dias possui 67 unidades e algumas lojas comerciais, de acesso independente. Além disso, um dos subsolos de garagem é de propriedade de terceiros.
Diante deste posicionamento em relação ao projeto contratado, comecei a auxiliar a antiga gestão na pesquisa de preços para dar andamento à execução das obras. Os primeiros orçamentos rondavam a casa de R$ 250 mil, e foram reduzidos quando o condomínio conseguiu que o Corpo de Bombeiros substituísse a exigência das portas corta-fogo por pintura com tinta intumescente, o que ainda era uma solução complicada e custosa. Outra exigência contemplada no projeto inicial era a instalação de detectores de fumaça nos halls sociais, mas, a essa altura, já à frente das negociações, consegui baixar os custos para R$ 170 mil.
Mas foi neste momento que constatei, mediante pesquisa feita junto ao site do Tribunal de Justiça, que uma das empresas participantes da concorrência respondia a dois processos, um de cerca de R$ 300 mil, e outro em montante de, aproximadamente, R$ 50 mil. A essa altura, já no cargo de síndico, procurei outras empresas, tendo, finalmente encontrado uma que se propôs a apresentar um Formulário de Atendimento Técnico (FAT) ao Corpo de Bombeiros, solicitando a exclusão das exigências da pintura intumescente e dos detectores de fumaça nos andares.
O detalhe é que o representante da firma se comprometeu a só cobrar a FAT, no valor de R$ 850,00, se a solicitação principal, de eliminação da pintura intumescente, fosse atendida. E ela foi, juntamente com as demais. Assim, ressarcimos o pagamento da FAT e adquirimos confiança na empresa, que, eliminando aquele rol de exigências, conseguiu baixar o custo do orçamento do AVCB para R$ 139 mil.
Ainda assim, como síndico, exigi o parcelamento desse valor em dez vezes sem entrada ou sinal, por medição (sistema em que se paga pelo que já foi entregue e executado) e com retenção de 5% do valor total da obra, a serem pagos somente após a expedição do AVCB, o que ocorreu antes do vencimento da penúltima parcela. Para terminar a história, descobri, ao final, que o projeto executivo inicial, que gerou custo de R$ 12 mil para o condomínio e se encontrava cheio de erros, sairia por R$ 3.800,00 se tivesse sido feito pela empresa que executou as obras. Por isso, por melhor que seja a empresa, os síndicos devem ter cuidado na contratação desses projetos e exigir, por escrito, o emprego de materiais de primeiríssima qualidade, especialmente as luminárias de emergência e os disjuntores. E não devem pagar valores a título de sinal, em hipótese alguma.
Leia também:
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Por Corpo de Bombeiros de SP
Matéria complementar da edição – 237 – agosto/2018 da Revista Direcional Condomínios
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