Condomínios inovam em áreas para os pets, mas apertam regras

Síndicos introduzem espaços de apoio aos animais de estimação dos condôminos, mas destacam a importância do atendimento às normas no uso desses ambientes, de forma a evitar conflitos com os demais moradores.

Espaços Pets

Vista do espaço pet do Condomínio Spot Ipiranga. Orientações e advertências procuram disciplinar o uso do local, diz o síndico Paulo Mujano

Os animais de estimação estão definitivamente incorporados à rotina dos condomínios. Antigas convenções que proibiam a sua presença nos apartamentos têm sido desconsideradas e/ou derrubadas por decisões judiciais. Como a tendência é irreversível, os gestores procuram hoje facilitar ou melhorar a convivência entre pets e os moradores, mas sem negligenciar os direitos dos que preferem não ter animais.

Claro que a tarefa não é fácil, afirma o síndico profissional Paulo Mujano: “Alguns moradores querem bônus, mas não ônus; e os que se sentem prejudicados exigem a aplicação de multas, independente do que diz o Regulamento Interno”.

Em um dos condomínios que administra, foi custoso disciplinar a questão da sujeira, somente controlada depois que ele providenciou a instalação de câmeras no espaço pet. É o Spot Ipiranga, residencial de três anos de idade com 196 unidades, localizado na zona Sudeste de São Paulo, que teve o serviço implantado na área do pomar, criando-se um ambiente em que os bichos se exercitam entre árvores frutíferas e piso de cimento intercalado com areia e pedriscos. O local disponibiliza ainda pia com torneira, lixeiras, saquinhos para coleta de resíduos e placas com orientações sobre sua utilização.

“90% dos moradores do condomínio possuem animais, são casais jovens sem filhos ou pessoas solteiras. Eles queriam um local seguro, tranquilo e confortável para passear com os pets, sem necessidade de irem para a rua”, justifica Mujano. No entanto, assim que inaugurou o espaço, em maio de 2017, houve dificuldade para conscientizá-los da necessidade de higienização após o uso, afirma.

“Entramos com uma forte campanha de conscientização, que não resolveu. Somente a instalação de três câmeras de alta resolução zerou o problema, porque agora possuímos recursos para identificar e multar o condômino infrator.” Na verdade, esclarece o síndico, “a notificação já segue acompanhada de multa, equivalente a uma cota condominial e, em caso de reincidência, a duas”. Segundo ele, o fato de lidar com um problema de saúde pública dispensa a obrigação de prévia notificação.

“Mundo Animal”

Outro condomínio implantado há pouco tempo, o Innova Blue, localizado no município de Osasco, na Região Metropolitana de São Paulo, também apresenta inovações. Além do espaço pet, há uma área denominada “Mundo Animal”, prevista pelo projeto da construtora e recém-equipada pelo síndico profissional Celso Lima. O local é utilizado para banho dos pets, fica no piso térreo de uma das seis torres do empreendimento e disponibiliza chuveiro quente, ganchos para fixar as coleiras, lavatórios e gaiolas.

Pelo regulamento, a chave é retirada na portaria por qualquer morador das 840 unidades, dentro do horário de 9h às 22h. “O usuário precisa devolver o espaço nas mesmas condições em que pegou. Além disso, aprovamos em assembleia que sua utilização, em alguns dias da semana, será liberada para prestadores de serviços realizarem o banho no local. Uma empresa deverá explorar essa infraestrutura”, descreve o síndico, que administra há dois anos o condomínio. Outra novidade introduzida por Celso foi um semáforo no acesso ao espaço pet. Como a entrada e/ou saída da área é precedida de uma antecâmara com duas portas corta-fogo, o gestor decidiu instalar a sinalização para evitar que dois animais se encontrem nesse confinamento. Celso diz ainda que promoveu melhorias no espaço pet, com a implantação de bancos, porta-saquinhos para a coleta da sujeira, iluminação etc. Fica a dica para seus colegas gestores.

Matéria publicada na edição – 241 – janeiro/2019 da Revista Direcional Condomínios

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