WhatsApp, herói ou vilão no condomínio?

Todos sabemos que as redes sociais chegaram para ficar e, muito mais que isso, estão ao nosso redor nos surpreendendo a cada momento com as facilidades apresentadas.

Hoje iremos focar no WhatsApp, por ser esta, entre todas as redes sociais, a que possui mais afinidade de uso em condomínios. Esse aplicativo foi lançado em 2009 nos Estados Unidos e no Brasil ganhou maior força nos últimos cinco anos. Em nosso País temos hoje mais de120 milhões de pessoas conectadas ao aplicativo.

É muito difícil encontrar um condomínio, seja de que porte for, que não esteja conectado ao WhatsApp. E, em um mundo onde a proliferação das fake News cresce a cada instante, pode-se imaginar como isso impacta em qualquer comunidade de pessoas.

Não resta dúvidas de que é uma ferramenta de grande potencial comunicativo e que se bem empregada pode, em grande velocidade, apresentar as informações mais relevantes. Mas, o contrário pode ser desastroso.

Ouvi uma frase que define muito bem o que estamos vivenciando: “Um gênio inventou o WhatsApp, mas o capeta inventou o grupo de WhatsApp”. Embora seja um pouco forte esse dito popular, precisamos estar atentos na busca pela melhor forma de gerenciarmos essa realidade, que é irreversível.

Vamos lembrar que um condomínio representa uma amostra da nossa sociedade e, portanto, não podemos cometer o erro de achar que o empreendimento é melhor ou pior do que o contexto geral de nosso País. Como mencionado acima, mais de 50% da população brasileira faz uso do aplicativo e, portanto, ele não será o herói ou o vilão do grupo que representa, será sim uma amostra do que ocorre no geral ao nosso redor.

Já que essa realidade é inquestionável, temos que buscar a forma de extrair o melhor uso do WhatsApp em nossos condomínios. A maior parte dos síndicos com quem mantenho contato prefere não fazer parte dos grupos de moradores, onde nem sempre a eficácia do grupo, o respeito às pessoas e a objetividade de informações funcionam como gostaríamos, mesmo que o gestor inclua informações relevantes a todos. Alguns poucos utilizam a ferramenta e conseguem manter regras claras de uso de forma que o resultado esperado seja atingido.

Quando o contato é individual, direto entre o condômino e o síndico, a comunicação fica mais fácil e rápida de ser atingida. Mas esse não é o foco do que estamos avaliando nesse momento. Queremos saber se devemos ou não utilizar os grupos. Ao meu ver devemos manter os meios diretos de comunicação com os moradores tais como e-mails, circulares, portais do condomínio ou da administradora. Os grupos de WhatsApp devem sim ser utilizados se as regras forem muito claras e sempre reforçadas quando houver algum desvio de conduta, mas, por incrível que pareça, isso só funciona bem em poucos condomínios. No uso ainda desse importante aplicativo, o ideal é o modo apenas informativo e que não permite as discussões: É rápido, preciso e aproxima os condôminos da administração do condomínio.

Enfim, o desafio está aí, mas temos que lembrar que, como o aplicativo pode envolver dezenas de pessoas, os resultados podem ser muitas vezes diferentes do que gostaríamos.


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Autor

  • Demilson Bellezi Guilhem

    Síndico profissional e engenheiro civil pós-graduado em administração, gestão, finanças e contabilidade. Atuou em organizações privadas nacionais e multinacionais, em cargos executivos e nas áreas de administração, finanças, controladoria, recursos humanos, planejamento estratégico e tecnologia.

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