O engenheiro eletricista Edson Martinho alerta, na entrevista abaixo, que o tempo maior em que mais pessoas têm permanecido dentro de casa, por causa da pandemia do novo Coronavírus (Covid-19), exige redobrar cuidados com as instalações elétricas.
1. Fique de olho na capacidade da instalação x fator de simultaneidade
Ao projetarmos adequadamente a capacidade da instalação elétrica, devemos considerar a carga dos equipamentos que serão ligados, a distribuição e tipos de tomadas, a tensão que será usada etc. Calculamos ainda o fator de simultaneidade, que estima quantos equipamentos serão ligados ao mesmo tempo. Portanto, neste período de excepcionalidade, precisamos conferir se: A) O projeto da instalação do prédio e do apartamento prevê várias pessoas utilizando a energia (fornos, micro-ondas, ar condicionado ou aquecedor) ao mesmo tempo; B) Houve revisão dessas instalações nos últimos cinco anos? Caso as respostas sejam não, estaremos em um ambiente de risco, o que exigirá orientações de um profissional da área para evitar sobrecarga e, em consequência, um aquecimento que possa evoluir para um incêndio.
2. O que mais gera riscos dentro das unidades?
Segundo levantamento da Abracopel, a maior parte dos incêndios de 2019 ocorreu em ambientes residenciais, aqui com 25 mortes. Os números subiram em comparação com 2018. Nas unidades, sobrecarga na tomada, fios partidos e uso inadequado de benjamins, TE´s e extensões ou filtros de linhas podem provocar choque elétrico e incêndio. Reitero, assim, a necessidade de que os síndicos (para o prédio) e condôminos (para as unidades) promovam uma revisão imediata desta instalação elétrica. Enquanto isso, eliminem fios soltos ou desencapados, não conectem muitos equipamentos nas tomadas, evitem o uso alongado de aparelhos mais potentes como micro-ondas, chuveiro e torneira elétrica.
Matéria publicada na edição – 256 – maio/2020 da Revista Direcional Condomínios
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