No mês em que se comemora o Dia Mundial do Meio Ambiente, em 5 de junho, a Direcional Condomínios divulga iniciativas com a coleta seletiva, que têm gerado resultados positivos aos moradores, à sociedade e ao ecossistema.
Síndico Roberto Cardinalli: “Podemos fazer mais pela nossa casa, pela sociedade e o meio ambiente”
A conquista da casa própria, que compõe o maior sonho de boa parte dos brasileiros, chegou para o síndico Roberto Cardinalli em 2017, no Condomínio Central da Barra Arte. Além da condição inédita de ser um coproprietário, Roberto se deparava com um empreendimento em implantação, em uma região de renovação urbana, a Barra Funda, na zona Oeste de São Paulo. Logo assumiu a posição de subsíndico, para ajudar naquilo que considera valioso para uma casa: Ser segura e bem cuidada (nas áreas comuns, privativas e no entorno). Há um ano, tornou-se síndico, profissionalizando- se na área e ampliando a carteira.
Sua gestão no prédio de torre única e 300 unidades é baseada em dois principais eixos, a sustentabilidade e a mobilização social, afirma. Na conta da sustentabilidade, nesse curto período, o síndico criou uma nova área de lixeira para abrigar os contêineres dos resíduos (seletivos e orgânicos), horta, um programa de compostagem e bicicletários. Os resultados não demoraram a aparecer, tanto em números quanto no ganho ambiental, convertendo ainda as áreas comuns em espaços agradáveis para os moradores.
O Central da Barra Arte apresenta hoje jardins com arbustos e árvores frutíferas, plantas ornamentais, vasos renovados, a horta e um muro verde que começa a se formar nos fundos do terreno, no limite com a linha de trem da CPTM. Quanto aos números, Roberto estima que a soma da compostagem com a separação dos resíduos tenha diminuído em pelo menos 90% o volume destinado à coleta domiciliar convencional da cidade. “Colocávamos antes 90 sacos de lixo de 100 litros na rua em cada coleta, hoje são de 7 a 8.” Com a expansão dos deliveries e o aumento das encomendas na pandemia, ele acredita que estariam sendo retirados cerca de 140 sacos de lixo sem a reciclagem. A economia mensal na compra dos sacos é de cerca de R$ 1 mil, estima.
Por outro lado, como a compostagem gera adubo orgânico, o condomínio não precisa mais ir ao comércio buscar insumos para tratar os jardins e a horta. O síndico diz que as áreas com vegetação no prédio traziam uma terra imprópria, com excesso de resíduos da construção civil, e que ela foi recuperada com esse adubo.
A compostagem
A compostagem sempre foi um hábito pessoal de Roberto Cardinalli, cuja família teve restaurante durante quase quatro décadas em Perdizes, bairro vizinho à Barra Funda. No condomínio, o programa começou em abril de 2020 e hoje dispõe de seis pontos de coleta de resíduos das cozinhas dos moradores, entre eles, borra e filtro de café. Cuidados devem ser tomados, como evitar os cítricos e alimentos cozidos no composto, para não alterar o pH da terra e matar as minhocas. Quando as caixas ficam cheias, o volume é despejado sobre uma área de terra, onde “descansa” por dois meses. Depois, essa terra “enriquecida” é aplicada nas raízes das plantas.
Selecionando Resíduos
O processo de separação dos resíduos domésticos começou um mês antes, em março de 2020, logo que Roberto assumiu a sindicatura. Cada unidade deve separar os diferentes tipos de materiais antes de despejá-los em um dos seis contêineres na lixeira. Tem contêiner para os orgânicos impróprios para a compostagem, vidros, plásticos, papel e papelão, metal e latas. O condomínio faz ainda coleta de óleo, tampinhas, pilhas (que o síndico leva para um ponto de coleta na cidade) e lixo eletrônico. O gestor observa que a adesão ao programa foi majoritária entre os condôminos. Inclusive, o recolhimento de tampinhas partiu da iniciativa de uma moradora para ajudar uma organização não governamental (ONG).
Uma das principais dificuldades que os síndicos enfrentam com a coleta seletiva é encontrar destinatários para o volume recolhido, já que o programa oficial da Prefeitura de São Paulo dispõe de apenas uma retirada semanal, considerada insuficiente. Roberto recorreu aos catadores e a algumas ONGs nos últimos doze meses, mas está apostando em uma nova parceria, com uma startup recém-criada, que irá recolher o material separado uma vez a cada dois dias, sem custos.
Mobilização Social
Na parte social, o condomínio também se mobiliza. Por exemplo, assumiu a limpeza dos bueiros da rua e, em 2020, promoveu uma campanha que coletou 12 toneladas de roupas e alimentos, distribuídas para quatro organizações sociais que atendem à população de rua ou de baixa renda do bairro. Integrou-se ainda ao Programa de Vigilância Solidária, em parceria com a Associação Barra Funda Viva.
O síndico justifica: “Sempre quis ter a minha casa própria e sempre estive preocupado com a sustentabilidade. Percebi que aqui no condomínio eu poderia ser um ponto de transformação, lançando essa semente de que podemos fazer mais pela nossa casa, pela sociedade e o meio ambiente”.
Matéria publicada na edição – 268 – jun/2021 da Revista Direcional Condomínios
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