A coleta seletiva ganhou o status de uma ampla campanha lançada em 2019 junto aos moradores e funcionários do Magic Condominium Resort, residencial localizado na zona Sul de São Paulo. O programa está focado não apenas naquilo que cada unidade descarta, mas na cadeia completa da reciclagem. Ou seja, há preocupação com o destinatário que irá receber o material e com que finalidade. Por exemplo:
Estação coletora de óleo, tampinha, esponjas, pilhas, baterias e vidro do Magic Condominium Resort
– A coleta de tampinhas é destinada a uma ONG, o Instituto Canto de Luz, que ampara crianças do Capão Redondo (também aqui a ação foi organizada por uma moradora);
– As esponjas de pia são destinadas a um fabricante, dentro do processo de logística reversa, e o dinheiro arrecadado é doado ao Instituto Amor em Patas, que resgata animais vítimas de maus-tratos ou abandonados;
– O óleo de cozinha vai para o Retióleo, um centro de reciclagem de São Paulo que, em troca, fornece produtos de limpeza sustentáveis ao condomínio;
– Parte dos materiais recicláveis já foram doados a uma cooperativa que atende a 80 famílias carentes. No momento, o condomínio precisa de duas coletas semanais para dar vazão ao acumulado, uma delas realizada pela Prefeitura.
É uma forma de olhar a sustentabilidade também pelo viés da responsabilidade social. “Realizamos a campanha pelo descarte consciente de tudo, esse conceito está crescendo”, afirma a moradora e conselheira Adriana Marques, uma das mais engajadas na iniciativa. “A gente vai descobrindo quem precisa”, arremata.
Com três torres e 268 unidades, o Magic tinha uma processo de coleta seletiva formalizado, mas não efetivo, lembra Adriana. Havia apenas dois contêineres para receber os recicláveis e, na prática, “percebíamos que tudo ia para o lixo”. Algumas moradoras começaram a se mobilizar e Adriana foi se engajando aos poucos, até assumir a liderança da campanha, batizada de “Recicla Magic”.
Em resumo, em quase dois anos de mobilização, encampada e apoiada pela administração do condomínio, as ações envolveram a reforma e reorganização do espaço da lixeira; implantação de estações de coleta pela garagem, todas com comunicação visual padronizada em torno do tema; introdução de uma rotina de trabalho junto à equipe de funcionários; orientações às unidades; divulgação institucional frequente; além da retirada programada dos recicláveis por parceiros habilitados.
Legislação
A coleta seletiva é obrigatória no Estado de São Paulo em shoppings centers e condomínios residenciais com mais de 50 unidades, conforme a Lei 12.528/2007. De outra forma, os domicílios brasileiros, qualquer que seja seu porte, devem se enquadrar na Política Nacional de Resíduos Sólidos, baseada na Lei Federal 12.305/2010. Para os condomínios, isso representa a obrigação de separar, armazenar e destinar corretamente os resíduos que gera.
Matéria publicada na edição – 268 – jun/2021 da Revista Direcional Condomínios
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