Condomínios apostam na Modernização, Retrofit & Recuperação estrutural

O lançamento de empreendimentos residenciais tem movimentado a construção civil e a economia brasileira, impulsionando também a modernização, retrofit e recuperação estrutural das edificações já consolidadas.

Síndica

imagem do projeto

A síndica Larissa Lacerda Macedo acompanha obra de modernização da fachada de prédio localizado em bairro valorizado de São Paulo (acima, a imagem do projeto)

A cidade de São Paulo vendeu em 2020, em plena pandemia do novo Coronavírus, 4,5% de unidades residenciais novas a mais em comparação com 2019, totalizando 51.417 delas contra 49.224 do ano anterior. Já a chegada de novos prédios sofreu uma queda em torno de 8,5%, ainda assim, eles foram responsáveis pelo lançamento de outras 59.978 unidades (contra 65.312 de 2019). Os dados são do Secovi-SP, sindicato da construção civil, que vem observando uma recuperação maior do segmento a partir de dezembro do ano passado. Nesse sentido, no acumulado de julho de 2020 a junho de 2021, a venda de novas unidades foi 38,7% maior que no período anterior, de julho de 2019 a junho de 2020. Quanto aos lançamentos, o aumento foi de 41,76% no acumulado de julho de 2020 a junho de 2021 sobre julho de 2019 a junho de 2020 (77.507 novas unidades contra 54.740).

Não à toa, outra pesquisa recém-divulgada mostra que a cidade de São Paulo já tem mais apartamentos que casas. Segundo o Centro de Estudos da Metrópole, ligado à Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo), a inversão ocorreu principalmente desde 2010. Assim, em 2020, os imóveis verticais residenciais na Capital chegaram a 1,38 milhões de unidades, totalizando 190,4 milhões de m2, contra 1,37 milhões de imóveis horizontais, em 183,7 milhões de m2.

Diante dessa intensa transformação da paisagem urbana, os condomínios consolidados têm se mexido para acompanhar o seu entorno, implantar melhorias, modernizar instalações, atualizá-las em relação às normas técnicas e legislação, assim como aos novos hábitos dos moradores. Por exemplo, no quarteirão onde está localizado o Condomínio Sun Time, na valorizada Vila Olímpia, bairro da zona Sul de São Paulo, dois novos prédios residenciais de serviços começam a ser erguidos, enquanto a própria edificação está modernizando a sua fachada da frente, obra que visa a um upgrade no sistema de segurança. Com torre única e 42 unidades em torno de 60 m2, construído no início dos anos 90, o Sun Time aprovou as obras em 2019, mas, por causa da pandemia, elas começaram em maio de 2021.

“O projeto envolve a implantação de guarita blindada e de espaço maior para acomodar encomendas e receber deliveries, antecipando uma tendência que se tornou forte com a pandemia”, observa a sua autora, a arquiteta Geórgia Ellen Zorzella Gadea, também responsável pelo acompanhamento dos trabalhos. Atendendo a outras novas demandas, na sequência o condomínio deverá investir na remodelação do hall social (reservando uma área para criar um espaço fitness), num pet place e na implantação de um ambiente de coworking junto com a modernização do salão de festas.

A síndica profissional Larissa Lacerda Macedo chegou ao Sun Time em outubro de 2020 justamente para dar sequência ao processo. A modernização da frente do prédio deverá estar concluída até o final de setembro próximo, incluindo a renovação do paisagismo e troca do gradil de ferro por muro de vidro. “Mesmo os condôminos que não moram mais no prédio querem investir”, destaca Larissa. “A decisão por fazer esses investimentos vem da necessidade de atualizar os ambientes internos, que estão defasados, superados, e introduzir novos serviços”, completa.

As mudanças demandam tempo, não apenas em relação ao desenvolvimento dos projetos, à sua discussão entre os condôminos, levantamento de recursos, entre outros, quanto ao aval necessário para a mudança de uso de algumas áreas. Uma assembleia presencial do Sun Time estava prevista para este mês justamente com o objetivo de discutir os próximos passos e readequar a previsão do orçamento da obra em andamento, em função do aumento dos custos na construção civil (Leia mais sobre o assunto na matéria da pág. 6).

Atuando em sete condomínios, Larissa diz que a modernização representa hoje uma das principais demandas nas edificações consolidadas. Além do Sun Time, dois outros prédios de sua carteira, localizados no Itaim Bibi, bairro vizinho à Vila Olímpia, estão se preparando para renovar fachadas e demais áreas comuns.


Matéria publicada na edição – 270 – agosto/2021 da Revista Direcional Condomínios

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