Com boa parte da população vacinada com pelo menos 1 dose e a superação dos picos de casos de Covid-19, os condomínios retomaram a agenda esportiva nas áreas comuns. E há perspectiva de um retorno adaptado de festas como o Dia das Crianças e Halloween.
Síndico e educador físico Silvio Sipliano: Condomínios demandam período de adaptação à nova realidade
Síndicos, conselheiros e administradoras de condomínios têm procurado, desde o começo da pandemia, em março de 2020, adaptar os decretos de prevenção contra o novo Coronavírus à realidade de cada empreendimento, estabelecendo períodos de maior abertura ou fechamento conforme o comportamento da doença e as orientações dos governos estaduais. Nos últimos 19 meses, houve muita variação nas regras de uso de piscinas, playgrounds, brinquedotecas e academias (a maioria com agendamento e ocupação parcial). O que permaneceu constante foi o uso obrigatório de máscaras e o veto às festividades com aglomeração, situação que deverá se manter na fase de ‘retomada segura’ anunciada pelo Governo de São Paulo e iniciada no dia 17 de agosto passado.
Mas já há um movimento maior dos condomínios para liberar áreas e retomar atividades esportivas e celebrações em datas comemorativas. Em agosto, por exemplo, assessorias esportivas anunciavam a recuperação de 100% dos contratos com condomínios. Estes, por sua vez, estavam disparando enquetes junto aos moradores, para definirem se consolidariam a liberação controlada ou irrestrita dos seus espaços de lazer e serviços.
De acordo com o síndico Silvio Sipliano, morador e gestor do condomínio- -clube Wi Villa Augusta, de Guarulhos, boa parte dos empreendimentos residenciais que costumam desenvolver atividades monitoradas com a garotada teve programação de férias no mês de julho. Educador esportivo, Silvio possui uma assessoria que presta serviços na área. “Durante boa parte da pandemia, somente um condomínio manteve o contrato conosco, com restrições, como marcação de horário para uso da academia, atividades apenas ao ar livre, uso obrigatório de máscaras, ocupação restrita à metade da capacidade de cada espaço e distanciamento de 1,5 a 2 metros entre uma pessoa e outra. Mas de junho de 2021 para cá houve uma retomada, que se completou em agosto”, afirma.
Preocupação X Prevenção
Silvio observa que ainda existe preocupação entre pais e gestores quanto ao comprometimento efetivo dos professores com os protocolos de saúde. Ele destaca, no entanto, que conforme as atividades são desenvolvidas, os condôminos passam a se sentir mais confiantes em relação ao trabalho. De qualquer forma, mesmo com a liberação, ele diz que haverá adaptações. “Nas atividades de férias de julho passado, algumas aconteceram em grupo, mas sempre em ambiente aberto e com precauções. Evitamos esportes de contato, como futebol. Conseguimos fazer voleibol adaptado, trabalhamos com oficina, como teatro, e introduzimos a bioterapia em dois condomínios, uma vivência com animais desenvolvida em parceria com biólogos”, descreve Silvio.
No condomínio que retomou a assessoria apenas em agosto último, foi combinado que as aulas acontecerão com “grupo reduzido, utilização de máscara o tempo todo e distanciamento”. “É um lugar que não passou pela vivência de retomada gradual, por isso, a preocupação é normal, sempre haverá um intervalo de adaptação dos condomínios com a nova realidade. E este condomínio voltou porque não teve como segurar mais, os vizinhos começaram a se movimentar antes.” Silvio acredita que deverão ser programadas atividades para o Dia das Crianças e Halloween no próximo mês de outubro, “num formato que seja ainda um pouco restritivo, mas é possível fazer”.
Na fase mais restritiva da pandemia, o gestor promoveu shows com músicos nas áreas comuns dos empreendimentos (foram quase 150), como forma de entreter os moradores que estavam em quarentena, gerar renda (obtida de patrocinadores) e arrecadar alimentos (com 1.450 cestas montadas no período e entregues para entidades sociais). Silvio também fez parceria com o Hemocentro São Lucas, de Guarulhos, mobilizando nove campanhas de coleta de sangue em 2020 (com 755 doadores) e dez em 2021 (até o mês de julho). Atualmente, o educador esportivo atua como síndico orgânico no Wi Villa Augusta e profissional em outros condomínios.
No lado oposto de Guarulhos, a educadora física Rosimeire Santos também está voltando de forma gradual e adaptada aos condomínios onde presta serviço, caso de Carapicuíba, onde atende a dois deles. O trabalho foi reiniciado em abril de 2021, com protocolos, depois de um ano de interrupção total. “Retomei com a aula de pilates e treino fit funcional, por exemplo.” Até o mês passado, práticas na piscina e os esportes coletivos permaneciam suspensos, “principalmente porque envolve uma faixa etária ainda não vacinada”. No retorno, a prioridade recai sobre “atividades em que é possível controlar distanciamento, não há contato, sempre com uso de máscara e álcool gel”, diz Rosemeire. Mas ela acredita que nesta nova fase de liberação das atividades os condomínios se sintam mais seguros e motivados a resgatar os serviços que ofereciam antes da pandemia.
“Retomada segura”, atual etapa do Plano SP
Novas medidas de prevenção à pandemia da Covid-19 válidas de 17 de agosto a 1º de novembro de 2021:
– Fim das restrições de horário para comércio e serviços;
– Ocupação de até 100% nos estabelecimentos;
– Obrigatório o distanciamento de 1 metro;
– Aglomerações continuam proibidas;
– Obrigatório o uso de máscara em todos os ambientes;
– Os protocolos de higiene devem ser seguidos de acordo com o Plano SP;
– As prefeituras possuem autonomia para determinar medidas mais rigorosas em suas cidades (a cidade de São Paulo vai liberar eventos com “passaporte da vacina”).
(Fonte: https://www.saopaulo.sp.gov.br/planosp/)
Matéria publicada na edição – 271 – set/2021 da Revista Direcional Condomínios
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