Atividades monitoradas com animais domésticos e silvestres foram promovidas em dois condomínios pelo síndico e educador físico Silvio Sipliano durante as últimas férias de julho. Laís Caccia, bióloga responsável pela experiência, destaca que o contato da garotada com a diversidade de espécies, notadamente as silvestres, promove bem-estar físico e emocional.
Com animais legalizados junto ao Ibama, a bióloga Laís Caccia apresenta a jiboia arco-íris do cerrado (Epicrates crassus). Na imagem ao lado, a coruja Suindara (Tyto furcata)
“As crianças podem tocar os bichinhos. O objetivo do trabalho é proporcionar o contato com a natureza. Só de visualizar, já há um vínculo, porém, se a criança passar a mão, sentir a pena da coruja, o pelo do coelho, o impacto é nitidamente maior, pois o toque e o carinho liberam serotonina e dispara o neurotransmissor da alegria”, exemplifica. “Cada animal desperta uma sensação diferente, coruja, por exemplo, provoca encantamento, sabedoria e mistério. Além de auxiliar em terapias com crianças do espectro autista”, acrescenta.
A jiboia, por sua vez, desperta, num primeiro momento, “receio e aflição, pois aprendemos a temer esse animal”. “Por isso ela nos ajuda trabalhar o preconceito, precisamos superá- lo para conseguirmos tocá-la. A jiboia não é venenosa, na natureza ela mata a presa por estrangulamento. Mas o nosso exemplar é pequeno, alimentado por ratos congelados, ou seja, ela está condicionada a ter contato com ser humano e não se sente ameaçada, portanto, não oferece perigo. Na experiência, as pessoas acabam amando a cobra”, observa Laís.
E o que Laís recomenda aos condôminos que queiram abrigar esses animais? “Qualquer pessoa pode criar um, desde que adquira de um criatório autorizado e legalizado junto ao Ibama. No entanto, não recomendo a posse de animais silvestres porque eles demandam um manejo bem diferenciado, a coruja precisa de viveiro grande, lugar para voar, contato com o sol, a chuva e o vento, é carnívora, come ratos, precisaria ter ratos congelados em casa etc.”, enumera a bióloga.
Sua atividade é regulamentada junto ao Conselho Regional de Biologia, a origem dos animais é legalizada e a bióloga emite Anotação de Responsabilidade Técnica e Ambiental sobre as atividades educativas. A vivência é previamente organizada e exige um número delimitado de pessoas, para proteção dos próprios animais.
Matéria publicada na edição – 272 – out/2021 da Revista Direcional Condomínios
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