Quadras, playgrounds e brinquedotecas: Diversão para todas as idades nos condomínios

As áreas de lazer sempre foram um fator importante para as pessoas na hora de escolherem um condomínio. Mas, nos últimos anos, elas passaram a ser um fator determinante. Os moradores ainda se preocupam com segurança, infraestrutura e tamanho do apartamento, mas outras facilidades também vêm ganhando o coração dos condôminos.

lazer no condomínio

Camila Singhon, arquiteta e paisagista, acredita que isso vem impactando na disposição dos condomínios, de forma que as construtoras estão reduzindo a metragem dos apartamentos para aumentar as áreas de lazer. “Antigamente os apartamentos eram grandes e as áreas de lazer quase não existiam. Agora é ao contrário”, destacou a arquiteta.

Essa nova prática é importante não só para quem mora e usufrui das comodidades, mas também para quem vende: hoje, um condomínio com amplas opções de lazer se torna mais valioso no mercado. Muitos síndicos se preocupam em manter e ampliar esses espaços para aumentar o valor agregado. “Os projetos novos já vem com uma oferta maior de lazer porque são itens de venda. Os antigos não tinham essa preocupação e são os que mais nos procuram”, relata Robson Camargo, técnico em desenho de construção civil e arquiteto.

Mas para a diversão ser garantida, alguns cuidados precisam ser tomados

Mais do que um elemento de venda, playgrounds, brinquedotecas e quadras precisam ter um objetivo muito mais importante: lazer. Parece óbvio, mas a diversão das crianças só pode ser 100% garantida se não houver nenhum tipo de perigo para elas. Afinal, os pais se preocupam mais com a segurança dos seus filhos do que com a própria. Um brinquedo mal conservado pode ocultar armadilhas. Vamos ficar atentos.

E os cuidados não são poucos: drenagem mal feita, ferrugem, farpas, parafusos soltos…tudo isso pode atrapalhar e machucar a garotada na hora da brincadeira. “Dependendo do piso, ele pode ir descolando. Criança vê uma pontinha para cima, começa a cutucar. Então é preciso colar. A drenagem também é importante, principalmente em grama sintética. Nos equipamentos é importante observar partes enferrujadas, farpas de madeira e verificar se os parafusos estão apertados”, alerta Robson.

E para evitar esses problemas, é importante que o condomínio tenha alguém para identificar e ajustar esses equipamentos. Função que, geralmente, é desenvolvida pelo zelador. “O encarregado do prédio deve olhar todos os dias. Porque o equipamento comprado pode precisar de um ajuste depois de poucos meses. Mas tudo depende do material e da especificação do produto. Porque é criança brincando né, tem que ter cuidado com isso” lembra Camila.

A arquiteta ainda ressalta a importância de ter um zelador qualificado. Segundo ela, “Hoje em dia estão contratando zeladores com mais especialidades, às vezes até pessoas que já estão acostumadas a trabalhar em obras. Está crescendo a necessidade de ter um encarregado com conhecimento técnico”.

Arquiteta

“As áreas de lazer estão recebendo mais atenção do que nunca Entenda como quadras, playgrounds e brinquedotecas se tornaram prioridade na vida dos síndicos”

“Os clássicos nunca saem de moda, mas precisam ser atualizados”

Balanço, gira-gira, trepa-trepa, escorregador… É bem provável que vários desses brinquedos fizeram parte da sua infância. E hoje em dia, mesmo com a tecnologia bem mais desenvolvida, eles ainda são muito bem-vindos nos parquinhos, mas de um jeito diferente. “Criança gosta de ser desafiada. Depois que ela ‘vence’ o brinquedo, ele perde a graça. Então o que está predominando são aqueles que têm mais de uma função, o que aumenta o desafio para a criança. Quase como um circuito”, diz o arquiteto sobre os playgrounds.

Atenção síndicos: acessibilidade e insolação estão entre os problemas mais graves dessas áreas

Além da manutenção, os playgrounds, quadras e brinquedotecas precisam de outros pontos de atenção: a acessibilidade para todos os públicos e áreas de sombra para os períodos mais quentes do dia.

Robson lembra que a falta de acessibilidade é um problema muito grave, mas geralmente acontece mais nos prédios antigos. “Tudo que a gente projeta, precisa ter acessibilidade. Recebemos muitos pedidos para ajustes, pois nos prédios antigos isso não era uma preocupação.”

“Beach Tennis – está surgindo um novo xodó entre os moradores”

Você sabe o que é beach tennis? Esse esporte é praticado em uma quadra de areia nivelada, assim como a do vôlei de praia, com raquetes e bolinhas próprias. O objetivo é jogar a bola por cima da rede para cair no campo adversário, sem deixá-la cair no seu lado da quadra.

A modalidade vem ganhando espaço nos condomínios e muitos síndicos já começaram a se mexer para tentar implementá-la. Mas fazer esse tipo de quadra não é algo tão simples assim. “As quadras de beach tennis são as novas paletas mexicanas. Todo mundo agora quer fazer. É algo que vem para ficar, mas não sei como vão ser as quadras. Porque para fazer a quadra de beach tennis, é necessário entender que elas só vão servir para beach tennis, então precisa de um espaço a mais na área. Precisa discutir com o prédio inteiro por causa disso” alertou a arquiteta.

Os dois arquitetos também fizeram ressalvas sobre higiene da areia e a preparação antes dos jogos.

“Não usam mais areia por causa da higiene. Na areia podem existir bactérias, às vezes, oriundas de fezes animais. Então para ter um piso assim precisa ser um ambiente muito controlado, com manutenção diária”, pontua Robson.

“Também precisa ter alguém para cuidar da areia, porque ela não pode estar fofa na hora do jogo, o que é um custo a mais. Tem que ter um certo cuidado também com as crianças. Elas gostam de areia e costumam invadir a quadra para brincar”, frisou Camila.

Arquiteto

Arquiteto Robson Camargo


Matéria publicada na edição – 274 – jan/2022 da Revista Direcional Condomínios

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