Tecnologia de pisos & revestimentos: As melhores opções para garagens e demais áreas comuns

A escolha de pisos para condomínios residenciais vai além da harmonia estética e deve se pautar por orientação de especialista, levando em conta a vida útil dos materiais, além de custos para conservação, manutenção e possíveis reparos.

Síndico

Síndico Wolfram Werther. Ao lado, revestimento epóxi na garagem

Eles podem ser revitalizados, mas às vezes a opção é a troca do revestimento, caso dos 6 mil m² que envolvem as duas garagens do Condomínio Cristall Parque da Aclimação, residencial de alto padrão, com duas torres e 82 unidades, localizado em São Paulo. Wolfram Werther, morador e síndico do residencial, conta que o piso original, em cimento, apresentava problemas, desde a entrega do imóvel e o condomínio, ao decidir por uma reforma, escolheu o epóxi.

“A opção considerou os benefícios estéticos, pelo visual clean que proporciona, com gama de cores que facilitam a demarcação (de vagas) e sinalização do espaço (com orientação de tráfego de veículos e trânsito de pedestres)”, afirma Wolfram Werther. Foram consideradas ainda a resistência do material e a economia com a conservação e limpeza. “Basta um pano úmido, sem produtos químicos; são apenas duas lavagens por ano”, afirma o síndico. A intervenção gerou “um resultado fantástico e, associada à troca do circuito de iluminação por LED, valorizou os imóveis em pelo menos 5%. Garagem é um espaço muito negligenciado, mas é relevante”, completa.

Tendência e Opções

A aplicação de epóxi nas garagens dos condomínios é uma tendência, afirma Werther, hoje síndico profissional. No entanto, é preciso saber preparar antes o contrapiso, com mão de obra especializada. “O epóxi, apesar de ter uma certa elasticidade, apresenta pequenas fissuras. Elas podem ser reparadas, mas nem sempre se consegue a mesma tonalidade de cor. Por isso não é recomendável aplicá-lo nos primeiros anos do imóvel, quando há uma movimentação normal dos pisos. O ideal é aguardar pelo menos uns cinco anos”, alerta o síndico. Ele diz que o epóxi, conforme o uso, dura de cinco a sete anos. Outra opção é o piso cerâmico específico para esse tipo de ambiente, com vida útil longa, de 20 a 30 anos, pois também proporciona um bom efeito estético e pode ser limpo com lavadoras de alta pressão. E, em caso de quebra, permite trocar só a placa danificada.

“É preciso estudar cada caso, seja epóxi, cerâmica ou a opção do concreto polido. Se o piso é antigo, podem ocorrer trincas. E tem que pensar na logística para a troca. Onde serão colocados os carros durante a obra?”, alerta o arquiteto Marcus Vinícius Abrantes. No residencial da Aclimação, a execução foi feita em etapas, um terço da área por vez, ao longo de três meses, com acomodação dos carros em outras vagas, previamente definidas entre moradores, com ajuda do gerente predial. Independentemente do revestimento escolhido, eventuais reparos ou reformas no espaço devem anteceder à troca de piso, pela sujeira que causam e possibilidade de danificar o revestimento.

Halls & Escadarias

A escolha de piso para áreas internas deve considerar que elas são ambientes de muito trânsito, mesmo o hall de entrada no prédio. Tem que ser um material resistente, para não correr o risco de ganhar manchas durante a limpeza, recomenda a arquiteta Geórgia Ellen Zorzella Gadea. “Eu gosto muito de usar granito e porcelanato, mas, como em toda obra, tem que prezar pela qualidade e durabilidade”, diz.

A versão adequada de porcelanato para condomínio tem 75% de quartzo e 25% de cerâmica, detalha a designer de interiores Mari Ester Golin, que também indica o produto como opção de piso para áreas internas, lembrando que o mármore, comum em condomínios consolidados, pode ser revitalizado sem perder a originalidade.

O Condomínio Cristall Parque Aclimação fez essa opção há quatro anos, com serviço de empresa especializada, para revitalizar o hall social. “O mármore do hall, tipo travertino, é lindo, mas não era prático para limpar, tem ‘furinhos’, fica com aspecto de encardido”, afirma o síndico Wolfram Werther. O piso foi lixado e coberto por uma resina, proporcionando o efeito de um verniz transparente. Além do embelezamento, diminuiu o tempo gasto com a limpeza. “E o piso continua resistente. Não adianta soluções caríssimas, se elas não forem práticas”, alerta o gestor.

O granilite, outro revestimento de vida longa encontrado em ambientes internos, pode, igualmente, ser tratado e revitalizado, segundo especialistas já ouvidos pela Direcional Condomínios. O tratamento inclui a aplicação de resina impermeabilizante, se não estiver craquelado; ou um processo com lixamento, retirada de resíduos e polimento. Feito isso, basta a limpeza com pano úmido e uso de detergente neutro nos pontos de maior fluxo. O material apresenta variações que precisam ser observadas para que o revestimento seja adequado ao ambiente.

Logística de Reparos

Nas áreas externas, especialmente em condomínios novos, é muito comum o uso do piso intertravado, segundo Mari Ester Golin, porque o assentamento é mais fácil, não exige argamassa e é de fácil reparo, pela possibilidade de trocar apenas as peças comprometidas.

O piso elevado também é comum e permite reparos pontuais. Como sugere a designação, esse tipo de piso está apoiado em estrutura que sustenta o acabamento, deixando um vão entre o contrapiso e o revestimento. O residencial Family Santana, condomínio-clube na Zona Norte de São Paulo, possui uma área de 5 mil m² de piso elevado, toda refeita pela construtora logo após a entrega do residencial, em 2011, devido às irregularidades na base de alvenaria que sustenta a estrutura, detectadas por engenheiro, na inspeção de entrega do imóvel.

O piso está no nível térreo e eventual infiltração de água pode afetar a garagem abaixo, explica a gerente administrativa Karina Pravatti. Mais recentemente, apesar da ação preventiva rotineira de um manutencista, foram observados pontos com pedras soltas, indicando a necessidade de conferir a estrutura. Laudo técnico de empresa especializada apontou a necessidade de reparos, especialmente nas áreas em que o piso elevado se integra aos jardins e piscina, com custos de reparos da ordem de R$ 180 mil a R$ 200 mil, valores que dependem de aprovação de assembleia.


Matéria publicada na edição – 274 – jan/2022 da Revista Direcional Condomínios

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