“Entrei de ‘gaiato’ na sindicatura, hoje realmente gosto muito do que faço e procuro fazer bem-feito”
Wolfram Werther, de 61 anos, descobriu nova profissão na maturidade.
“Nasci na capital paulista em 1962, cidade onde fui criado por meus pais, imigrantes alemães. Na adolescência, passei dois anos na Alemanha para estudar Hotelaria. Aos 20 anos, voltei para São Paulo, fui trainee em hotéis e no Mc Donald’s, devido a relação do meu curso com Gastronomia. Minha passagem pela rede de lanches norte-americana no início da década de 1980 foi uma verdadeira escola. Entre inúmeros pequenos ensinamentos, aprendi até mesmo a limpar o chão com mais eficiência. Um dia me disseram: ‘Você pega o esfregão e vai passando como se estivesse fazendo o número oito no piso. Assim você limpa melhor, evita desgastar as cerdas do esfregão e não se cansa tanto’. Olha que aprendizado! Economia de tempo e força em uma atividade aparentemente trivial.
Ainda na juventude, percebi que o segmento hoteleiro não era exatamente o que eu queria em termos de futuro. Decidi cursar Administração de Empresas na FAAP (Fundação Armando Alvares Penteado), instituição em que viria a fazer uma pós-graduação em Marketing. Ingressei em grandes empresas, trabalhei por mais de duas décadas em multinacionais como Siemens, Telefônica e Volkswagen. Na Siemens, inclusive, trabalhei aqui, mas também fora, na sede em Munique, por três anos. Porém, a vida profissional na Alemanha era previsível demais, então voltei para concluir os estudos que eu havia trancado, e continuar minha jornada de evolução e crescimento, afinal o Brasil nunca deixou de ser uma terra de oportunidades.
Percorri um caminho interessante enquanto administrador de empresas, depois saí da área e abri uma pequena agência de publicidade e marketing. Ao mesmo tempo, por volta dos 50 anos de idade,, passei a vivenciar a sindicatura, o que me trouxe novos objetivos. Comecei como síndico orgânico, gostei e percebi que havia um nicho de mercado para explorar. Fiz a transição aos poucos e já tem cinco anos que troquei minha agência pelos edifícios da cidade. Por opção, trabalho sem prepostos e meu limite é atender até dez condomínios. Minha carteira é diversificada, tem sete edifícios residenciais, um horizontal com casas de alto padrão e um prédio comercial na Avenida Paulista.
“Nasci na capital paulista em 1962, cidade onde fui criado por meus pais, imigrantes alemães. Na adolescência, passei dois anos na Alemanha para estudar Hotelaria. Aos 20 anos, voltei para São Paulo, fui trainee em hotéis e no Mc Donald’s, devido a relação do meu curso com Gastronomia. Minha passagem pela rede de lanches norte-americana no início da década de 1980 foi uma verdadeira escola. Entre inúmeros pequenos ensinamentos, aprendi até mesmo a limpar o chão com mais eficiência. Um dia me disseram: ‘Você pega o esfregão e vai passando como se estivesse fazendo o número oito no piso. Assim você limpa melhor, evita desgastar as cerdas do esfregão e não se cansa tanto’. Olha que aprendizado! Economia de tempo e força em uma atividade aparentemente trivial.
Ainda na juventude, percebi que o segmento hoteleiro não era exatamente o que eu queria em termos de futuro. Decidi cursar Administração de Empresas na FAAP (Fundação Armando Alvares Penteado), instituição em que viria a fazer uma pós-graduação em Marketing. Ingressei em grandes empresas, trabalhei por mais de duas décadas em multinacionais como Siemens, Telefônica e Volkswagen. Na Siemens, inclusive, trabalhei aqui, mas também fora, na sede em Munique, por três anos. Porém, a vida profissional na Alemanha era previsível demais, então voltei para concluir os estudos que eu havia trancado, e continuar minha jornada de evolução e crescimento, afinal o Brasil nunca deixou de ser uma terra de oportunidades.
Percorri um caminho interessante enquanto administrador de empresas, depois saí da área e abri uma pequena agência de publicidade e marketing. Ao mesmo tempo, por volta dos 50 anos de idade,, passei a vivenciar a sindicatura, o que me trouxe novos objetivos. Comecei como síndico orgânico, gostei e percebi que havia um nicho de mercado para explorar. Fiz a transição aos poucos e já tem cinco anos que troquei minha agência pelos edifícios da cidade. Por opção, trabalho sem prepostos e meu limite é atender até dez condomínios. Minha carteira é diversificada, tem sete edifícios residenciais, um horizontal com casas de alto padrão e um prédio comercial na Avenida Paulista.
Costumo dizer que entrei de gaiato na sindicatura e hoje realmente gosto muito do que faço, e procuro fazer bem-feito. Só me chateio quando condôminos – conselheiros ou não – começam a inflar pequenas coisas. O ‘caldeirão’ deles ferve e transborda, não pelo excesso de água, mas pela alta temperatura. Isso demanda um tempo absolutamente desnecessário. O latino tem essa dramaticidade, aí intervenho e digo: ‘Menos, gente! Vamos analisar de uma forma mais fria os fatos, e não as emoções’. Eu sou calmo, o meu tom de voz é calmo e eu não o altero nem se um morador me abordar aos gritos. Nessa situação, eu procuro chamá-lo à razão com diálogo, o que geralmente dá resultado.
Eu já havia morado em condomínios menores, mas jamais me interessado pela vida condominial, o que só aconteceu após a compra de um imóvel na planta, entregue em 2011. Minha esposa, meus filhos e eu mudamos para o Cristall Parque da Aclimação, um condomínio com unidades espaçosas e excelente infraestrutura de lazer, e eu fiquei curioso para entender como tudo aquilo funcionava. Foi assim que logo entrei para o corpo diretivo, passando a contribuir com sugestões. Após o primeiro biênio, o síndico não quis recandidatar-se e me indicaram para o cargo. Assumi sem entender muita coisa, mas fiz um ótimo curso de síndico e, na prática, aprendi demais com o gerente predial da época e com o próprio dia a dia. Fiquei no posto por cinco gestões, faz um ano que saí, o subsíndico que me acompanhou por uma década foi eleito e o condomínio está em ótimas mãos.
Acho interessante para o condomínio que haja troca de síndico de tempos em tempos, pois traz um novo olhar ou retoma algo que a gestão anterior tenha deixado passar. Para mim, também foi interessante me ver somente no papel de condômino onde moro. Agora, quando o interfone toca à noite, sei que é a pizza, e nada mais! (risos). Sinto orgulho em ter contribuído com manutenção adequada e benfeitorias. O condomínio está bem cuidado, não é preciso esconder nada quando vem um corretor imobiliário, e a taxa condominial não é alta comparada a tudo que o empreendimento oferece. Isso é fruto de uma boa gestão, da qual a participação do conselho e a do subsíndico foram de total importância. Apesar de não ser um condomínio exatamente novo, sempre que há unidades à venda elas saem rápido, feito pãozinho quente na padaria.
Quando eu estava em meu segundo mandato orgânico, paralelamente ingressei no mercado como síndico preposto de dois residenciais. Nessa época trabalhei muito, não recebi tanto, mas foi uma experiência de enorme valia porque funcionou como um estágio. Dois anos depois, me senti preparado para assumir condomínios como titular. O meu desejo era atuar em prédios comerciais, então selecionei uma avenida na zona sul e fui aos vários condomínios de lá para saber quem os administrava. O passo seguinte foi me dirigir a essas empresas e me apresentar. Após 15 dias, uma delas me chamou e me deu oportunidade de cuidar de dois condomínios, eram residenciais, mas fiquei muito feliz. O restante veio por indicações, aliás, essas surgem de onde menos se espera: morador, parente de morador, administradoras etc. Devemos não apenas prestar um bom serviço, mas sermos atenciosos com todos, pois estamos sempre sendo observados.
O meu método de trabalho, o qual desenvolvi, pratiquei e aprimorei no Cristall e replico nos demais condomínios, claro que respeitando-se as particularidades de cada um, passa pelo olhar holístico. O síndico não pode pensar só na massa condominial ou apenas na valorização do patrimônio ou em segurança. Quer um exemplo? Se a cada três meses eu não limpar o filtro de ar-condicionado da guarita por querer fazer economia ‘porca’, o aparelho pode superaquecer por entupimento e causar despesas ao condomínio. Outra consequência: o porteiro pode adoecer, respirando 12 horas em um ambiente insalubre , ou então , ele pode comprometer a segurança do edifício ao abrir a porta para entrada de ar – de que serve uma guarita blindada com a porta aberta? Por isso, enfatizo, é preciso enxergar o todo, as interligações de uma estrutura condominial não podem ser desconsideradas jamais”.
Wolfram Werther, em depoimento concedido a Isabel Ribeiro
Matéria publicada na edição 290 jun/2023 da Revista Direcional Condomínios
Não reproduza o conteúdo sem autorização do Grupo Direcional. Este site está protegido pela Lei de Direitos Autorais. (Lei 9610 de 19/02/1998), sua reprodução total ou parcial é proibida nos termos da Lei.