Encontro de Síndicos & Síndicas: O impacto da tecnologia na gestão do condomínio

Celebrando os 22 anos da revista Direcional Condomínios e o Dia Internacional da Mulher

O Encontro dos Síndicos & Síndicas da Direcional Condomínios reuniu cerca de 100 pessoas na manhã do último dia 14 de março, em São Paulo (SP). A ideia foi apresentar ao público as diferentes implicações da tecnologia na administração condominial, através das palestras de José Roberto Graiche Jr. (presidente da AABIC), Ricardo Reis Chahin (gerente do PURA da Sabesp) e Liliane Agostinho Leite (advogada especialista em Direito Digital, entre outros). Para a abertura dos trabalhos, a Direcional reservou uma surpresa, um show do mágico Ricardo Madureira. Outra novidade foi a presença de uma miniestação com torneiras e chuveiros, disponibilizada pela Sabesp, com o objetivo de demonstrar o funcionamento dos redutores de vazão da água. O evento contou com o patrocínio do GRUPO RDG (Terceirização); da PREVENTE SOLUÇÕES EM ENGENHARIA; e da SPECTRO PINTURAS PREDIAIS E INDUSTRIAIS.

O síndico na era dos condomínios de “alta complexidade”

José Roberto Graiche Jr., presidente da AABIC

Encontro de Síndicos & Síndicas da Direcional Condomínios, realizado no último dia 14 de março, trouxe o tema geral do “Impacto da Tecnologia na Gestão dos Condomínios”. O advogado José Roberto Graiche Jr., presidente da Associação das Administradoras de Bens Imóveis e Condomínios de São Paulo (AABIC), abriu a sessão de palestras apresentando as mudanças que têm ocorrido no perfil de gestão das edificações, impulsionadas pelos recursos tecnológicos e/ou, ainda, pela demanda de novos serviços da parte dos condôminos.

Segundo ele, os condomínios são atualmente de “alta complexidade, temáticos” e caracterizados segundo o perfil dos moradores (por exemplo, para famílias com crianças ou casais sem filhos e pessoas solteiras). O síndico, prosseguiu, deve contar cada vez mais com o apoio de especialistas, se aperfeiçoar e apostar em uma gestão participativa. Mesmo porque, ele precisa administrar situações introduzidas pelo avanço tecnológico, como a locação temporária de unidades através de aplicativos (a exemplo do Airbnb). Esta é também uma questão econômica, já que fundos de investimentos nacionais e internacionais estão adquirindo imóveis para explorarem esse mercado.

Levantamento realizado em novembro de 2018 pela AABIC aponta que 64% dos condomínios atendidos pelas administradoras proibiram essa modalidade de locação. Para os que aprovaram, é preciso adaptações “nas regras do condomínio, com aprovação de pelo menos 2/3 dos coproprietários”, bem como na dinâmica da portaria, exemplificou.

A implantação do eSocial é outra vertente que mobiliza no momento síndicos e administradoras, pois gerou um cronograma para integração online dos condomínios com os órgãos do governo para a sua gestão fiscal, tributária, trabalhista etc. Centenas de obrigações surgiram nessa interlocução virtual com o setor público, com novos prazos, pontuou Graiche Jr.. O presidente da AABIC falou ainda sobre a segurança patrimonial e as tarefas extras geradas pelos serviços deliveries e de compras na internet, entre outros. “A tecnologia aumentou o risco e a responsabilidade do síndico, mas pode ser empregada para otimizar seu tempo, de forma que ele cuide das relações humanas dentro do condomínio”, concluiu.

Água: a tecnologia em prol do menor consumo

Eng. Ricardo Reis Chahin, gerente do Programa PURA da Sabesp

O engenheiro sanitarista Ricardo Reis Chahin, gerente do Programa de Uso Racional da Água (PURA), da Sabesp, apresentou aos síndicos os recursos tecnológicos que favorecem hoje a economia de água no prédio e nas unidades, sem comprometer o conforto e a higiene do usuário. Segundo ele, as edificações podem recorrer a aparelhos economizadores, louças e metais aprovados pelo Programa Brasileiro de Qualidade e Produtividade do Habitat, que testa os produtos do varejo. Ricardo Chahin falou ainda de versões de bacia sanitária com caixa acoplada, com duplo acionamento, que consomem uma média de 4,4 litros contra os 12 litros despejados por acionamento nos modelos fabricados nos anos 90.

Ricardo destacou também o ProAcqua, programa da Sabesp de individualização dos medidores nos condomínios, com lançamento das contas diretamente aos usuários, além dos cursos gratuitos de identificação de vazamentos, oferecidos pela empresa em sete de suas regionais na Capital e Região Metropolitana de São Paulo. Eles são organizados ao longo do ano conforme solicitação dos interessados, que podem ser os síndicos ou zeladores [mais informações pelos telefones 195 ou 0800 011 9911; nas próprias agências; e no site da empresa ou da Direcional Condomínios – Edição 241, de janeiro de 2019].

Redes sociais, como utilizá-las?

Advogada Liliane Leite Agostinho, especialista em Propriedade Intelectual e Direito Digital

A advogada Liliane Leite Agostinho também trouxe uma abordagem ampla para apresentar aos síndicos. Especialista em Propriedade Intelectual e Direito Digital, ela chamou atenção principalmente para a questão da proteção dos dados e imagens do condomínio no ambiente virtual, além do uso de redes sociais como o Facebook e o WhatsApp.

Segundo ela, a informatização dos cadastros e das operações no condomínio possibilitou a retenção de um verdadeiro banco de dados pessoais dos moradores, o qual precisa ser protegido, principalmente porque, a partir de 15 de fevereiro de 2020, passará a valer a Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (Lei Federal 13.709/18). “Uma das preocupações que o condomínio deverá ter é como fazer o descarte dessas informações quando ele rescindir o contrato com uma administradora ou prestadora de serviços de portaria”, alertou a advogada. “A lei prevê sanções para o operador e o encarregado de controlar esses dados”, completou.

Quanto às redes sociais, Liliane orientou que páginas no Facebook criadas por moradores sejam pleiteadas pelo síndico e conselho, mantidas como grupo privado e fechado, de forma a preservar a imagem do condomínio. No WhatsApp, por sua vez, ela sugeriu que o gestor não participe de grupos de moradores. Que use o aplicativo somente para fazer comunicações oficiais do condomínio, sem possibilidade de interação coletiva e com horários para as respostas. Liliane justificou os cuidados porque houve caso recente de síndico, administrador de grupo no aplicativo, condenado por não ter impedido mensagens ofensivas contra um morador. “Somos imaturos com as ferramentas de tecnologia”, arrematou a advogada, propondo cautela e adoção de regras no uso dos meios digitais.

MOMENTO DESCONTRAÇÃO COM O MÁGICO RICARDO MADUREIRA – A Direcional Condomínios promoveu o show “Comédia & Mágica”, com Ricardo Madureira, na abertura dos trabalhos no auditório, durante seu Encontro de Síndicos & Síndicas. O mágico interagiu bastante com o público, em participação que acentuou o clima de empatia que caracteriza os eventos da Direcional.

Fotos Paulo Mujano

Matéria publicada na edição – 244 – abril/2019 da Revista Direcional Condomínios

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Autor

  • Diego

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