Variedade para renovar portas e janelas
Uma novidade destaca-se gradativamente nas janelas, portas e portas-balcão das edificações de alto e médio padrão no Brasil: as esquadrias em PVC. Amplamente utilizadas nos países do Hemisfério Norte, essas esquadrias começaram a ocupar um pequeno espaço no mercado brasileiro no final dos anos 90, quando duas grandes empresas resolveram fabricar o produto com formulação própria para o clima do País.
Mesmo ocupando entre 2,5 e 3% do mercado de esquadrias, segundo o empresário Francisco Antônio Martins, que atua na área de representação, distribuição e montagem desses produtos, o uso do PVC em portas e janelas tem agradado aos construtores e também aos condomínios que resolveram substituir antigas estruturas de ferro e madeira por esse tipo de resina. É o caso do Edifício Lancaster, localizado no Brooklin, que há cerca de cinco anos trocou as janelas de madeira e ferro com 50 anos de uso pelas de PVC.
“Hoje todos os moradores, mesmo aqueles que inicialmente se mostraram resistentes, aprovam o material”, afirma a síndica do condomínio na época da reforma, Ciléa Moreira de Oliveira. “É mais moderno e prático, de excelente padrão estético, quase não exige manutenção, não amarela e apresenta boa vedação”, destaca.
O engenheiro químico Miguel Bahiense, diretor-executivo do Instituto do PVC, observa que o material apresenta melhor desempenho em termos de estanqueidade (vedação contra a ação da água da chuva e do vento) e de isolamento termo-acústico. Essa é uma das principais razões do seu largo emprego na Europa e nos Estados Unidos. “O PVC apresenta uma eficiência térmica mil vezes superior ao alumínio, diminuindo as trocas de temperaturas entre os ambientes interno e externo, e, consequentemente, o consumo de energia, seja com aquecedores ou ar condicionado.”
No Brasil, o produto tem sido cada vez mais utilizado na construção de hotéis voltados ao público executivo e ao lazer, como os empreendimentos da sofisticada Costa do Sauípe, Bahia, ou no retrofit das edificações destinadas a novos hotéis, como aquele que ocupa o Convento do Carmo, no Pelourinho, em Salvador. No caso deste Convento, Miguel Bahiense lembra que o PVC foi aplicado na face interna das janelas, já que o Pelourinho é tombado e não se pode alterar a fachada da edificação. Outro caso recente é o da reforma do lendário prédio do Hotel Serrador, localizado na Cinelândia, região central do Rio de Janeiro, que utilizou o PVC na substituição das janelas de seus 23 andares.
De qualquer maneira, o mercado no País deverá assistir ao predomínio do alumínio ainda por um bom tempo. O empresário Francisco Martins afirma que esse material oferece ao consumidor uma variedade muito superior em termos de preço, tipos e tamanhos, atendendo desde o público de baixa renda até as edificações de alto padrão. “Eu nunca descartaria o alumínio, mas o PVC vem ganhando a preferência em obras de alto padrão”, observa o empresário. “O mercado opta pelo alumínio pela sua tradição”, complementa. “Além disso, não temos ainda uma linha leve, de preço mais acessível no PVC.” Seus valores se equiparam aos das portas e janelas de padrão superior no alumínio.
Com 50 anos de utilização no Brasil, o alumínio oferece aos construtores um rol muito maior de informações sobre seu desempenho e resistência, ou seja, “há um histórico muito maior sobre o alumínio”, o qual justifica a sua larga utilização, aponta o diretor de suprimentos da Tecnisa, Daniel Dziegiecki. A construtora, que atua no mercado de alto padrão, trabalha basicamente com caixilhos de alumínio, porque considera muito bom o desempenho do material em relação aos parâmetros de estanqueidade, isolamento termo-acústico, resistência à carga do vento, conforto para manuseio, facilidade de manutenção e expectativa de vida útil.
Edson Ichiro Sasazaki, diretor de marketing de um dos principais fabricantes de esquadrias no Brasil, afirma que os produtos em alumínio são “submetidos a vários ensaios em conformidade com as normas vigentes”, relacionados à “estanqueidade à água, permeabilidade ao ar, cargas uniformemente distribuídas (para verificar a resistência a pressões extremas de vento e como resultado não apresentar deformações que comprometam o seu funcionamento), resistência às operações de manuseio, e resistência a impactos e choques de abalo”. Ao longo dos anos, novos produtos ou processos foram incorporados às esquadrias de alumínio, de forma a garantir qualidades como a vedação, resistência mecânica e aspecto visual uniforme, entre outros, observa o diretor de marketing.
Já o PVC, feito à base de sal marinho (57%) e petróleo (43%), é uma resina branca, considerada versátil, flexível, impermeável, resistente e 100% reciclável. Miguel Bahiense, do Instituto do PVC, pondera que o produto já está competitivo em termos de preço, “porque ainda que eventualmente mais caro que outra esquadria, apresenta o benefício da economia de energia com o uso de aquecimento ou refrigeração do ambiente”. “O material traz ainda grande vantagem em termos de sustentabilidade, porque é 100% reciclável e proveniente de um recurso inesgotável, o sal marinho”, defende Bahiense.
Para os moradores do Edifício Lancaster o PVC tornou-se uma boa solução, porque cinco anos após as obras, as esquadrias mantêm-se novas, compensando o preço pago, que ficou num patamar intermediário entre os valores de mercado das janelas de alumínio. “Nossas esquadrias estão brancas, lisas e em ordem”, afirma Ciléa, satisfeita com o resultado obtido.
Matéria publicada na edição 132 fev/09 da Revista Direcional Condomínios
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