Falta de cuidados põe bombas d’água em risco nos condomínios

Tornou-se hábito entre os condomínios revezarem a cada quinze dias o funcionamento de duas bombas d’água para abastecer os reservatórios que servem as unidades. Esta é uma ótima solução que os síndicos encontraram para se prevenir contra eventual interrupção do sistema, mas a medida gerou um problema novo: alguns administradores acabaram deixando de lado os contratos de manutenção preventiva desses equipamentos. O alerta é dado pelo consultor em gestão de riscos em condomínios, Carlos Alberto Santos, que identificou a situação principalmente nos edifícios mais novos, já entregues com uma bomba reserva.

Segundo ele, mesmo que duas bombas estejam operando normalmente, a falta de manutenção preventiva poderá comprometer sua vida útil. Já nos prédios mais antigos, ele observa ainda instalações precárias, especialmente nos painéis de comando. Para a síndica Elizabeth Bonetto, do Condomínio Edifício Glória Jardim Vitti, as bombas em seu prédio chegam a durar entre dez e 15 anos, resultado da manutenção periódica, a qual envolve serviços de lubrificação e de verificação dos rolamentos e do estado geral de funcionamento do motor. “Tem que cuidar como se fosse um motor de carro”, compara.

Outro tipo de hábito que vem comprometendo a vida útil desses equipamentos é a maneira como tem sido feita a limpeza das caixas d’água. O engenheiro Sérgio Leite afirma que as empresas desse setor encontram o sistema de bombeamento em pleno funcionamento quando chegam aos prédios. Entretanto, ao finalizarem sua tarefa, algumas delas não conferem se as bombas voltaram a operar normalmente. “A finalização inadequada do serviço de limpeza e desinfecção dos reservatórios pode trazer problemas como a falta d’água, inundação, comprometimento do sistema de combate a incêndio, danos ao bombeamento, além de potenciais desentendimentos entre o síndico, zelador e moradores”, observa o engenheiro.

Em caso de dano ao funcionamento das bombas após a limpeza e desinfecção, o prestador contratado para este serviço deverá reestabelecer o sistema, garantindo assim o abastecimento e a drenagem, orienta Sérgio Leite. Se não o fizer, esse prestador poderá ser responsabilizado e deverá arcar com os custos operacionais gerados pelo atendimento técnico de terceiros (empresas de manutenção de bombas), para corrigir a falha provocada pela sua má execução e conclusão do serviço.

Matéria publicada na edição – 197 de dez-jan/2015 da Revista Direcional Condomínios

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