Férias escolares e clima quente chamam atenção para manutenção em piscinas no condomínio

Número de acidentes e afogamentos aumenta nesta época do ano e o Ibape-SP reforça a importância de ações preventivas. Período de dezembro a março concentra 44% dos casos. Sistema de sucção é um dos vilões.

Férias escolares representam um sinônimo de piscinas e clubes lotados. Todo mundo quer aproveitar o tempo livre e as altas temperaturas do verão, mas poucos se atentam às condições dos equipamentos. Como o fluxo de pessoas aumenta nas áreas de lazer nesta época do ano, o Instituto Brasileiro de Avaliações e Perícias de Engenharia (Ibape-SP) alerta sobre a importância de verificar com proprietários, síndicos e responsáveis a conformidade das instalações com as normas vigentes.

Segundo dados da Sociedade Brasileira de Salvamento Aquático (Sobrasa) divulgados em 2019 e referentes à 2017, o afogamento é a segunda causa de óbito entre crianças de 1 a 4 anos, a terceira entre 5 e 14; e a quarta entre 15 e 19, sendo que 44% dos casos acontecem entre dezembro e março e 52% das mortes na faixa de 1 a 9 anos de idade tem piscinas e residências como cenário. Outro ponto muito importante é que crianças de 4 a 12 anos que sabem nadar se afogam mais pela sucção da bomba.

A sucção, inclusive, é um dos pontos que exige mais cuidado em relação às piscinas, diz a engenheira civil Rejane Saute Berezovsky, que faz parte do Ibape-SP. A peça, que integra o sistema de drenagem e tratamento de água do tanque, pode oferecer risco de enlace de cabelos ou aprisionamento de membros do corpo quando fora das especificações técnicas e normas de segurança.

“Recomendamos o uso de tampas antiaprisionamento ou tampas não bloqueáveis, que cubram o dreno de fundo. O Ibape-SP, inclusive, tem uma cartilha específica sobre o assunto, que mostra de maneira bem didática como o equipamento seguro deve ser”, orienta. O material é gratuito e o download está disponível em http://www.ibape-sp.org.br.

Recomendações de segurança para manutenção e uso das piscinas em condomínios

Salva-vidas identificado e trajado (podendo ser professores de natação), treinado, credenciado e capacitado em resgate de vítimas, primeiros socorros e respiração artificial. Deve haver cadeira de observação, telefone acessível, boia de salvamento e equipamentos de pronto-atendimento;
Banheiros e vestiários (que podem ser externos e comuns a banhistas e pessoas de fora da área da piscina); corredor de banho e instalações de pronto-atendimento;

Dispor de operador de piscina habilitado, treinado em curso para tratamento de água, operação de equipamentos, segurança, manutenção e afins;

Quando o tanque estiver com uso suspenso (temporária ou definitivamente) deve estar coberto por lona, capa, redes ou similares, que assegurem a contenção de corpo, impedindo a imersão total no tanque e/ou sensores que informem a presença do corpo estranho em seu interior. Não utilizar esses equipamentos com o tanque total ou parcialmente vazio. Neste caso, isole fisicamente e monitore a área da piscina;

Manter o nível e volume d’água dos reservatórios, conforme projeto;

Não utilizar bronzeadores, já que eles ficam impregnados nas paredes e bordas da piscina e alteram a qualidade da água;

Verificar e manter o pH da água conforme recomendação do manual do tratamento, evitando assim o surgimento de algas, fungos e bactérias;

Manter o tratamento adequado da água, de forma a preservar a sua qualidade e evitar eventual necessidade de troca, combatendo o desperdício;

Não utilizar produtos químicos que possam causar manchas no revestimento, no rejuntamento e danificar tubulações e equipamentos. Consulte sempre o manual; e,

Orientar os usuários a não jogar resíduos ou partículas que possam danificar ou entupir o sistema de drenagem/filtragem.

“O recomendável é sempre procurar um profissional habilitado para executar uma inspeção predial e apontar as medidas necessárias em cada local do condomínio. E, após essa medida, o gestor condominial precisa estar atento a todos os quesitos citados e realização da manutenção contínua”, finaliza a engenheira Rejane Berezovsky.

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