Festas juninas no condomínio: atenção aos riscos envolvendo eletricidade

Muitos condomínios se preparam para as festas juninas sem planejar a parte das instalações elétricas necessárias para atender o acréscimo de fornos elétricos e de micro-ondas no salão de festas e de iluminação na área externa, entre outros. “E aí começa o perigo!”.

O mês de junho chegou e, com ele, as deliciosas festas juninas. Nos condomínios, barraquinhas são montadas nesse período em todos os formatos e o salão de festas vira o centro de culinária caipira. E este é o local onde se ligam todos os equipamentos para aquecer as comidas. Em geral, o salão de festas já dispõe de uma cozinha preparada para ligar um micro-ondas, um forno elétrico e uma ou duas geladeiras. Porém, nessas ocasiões, o espaço passa a abrigar também três fornos elétricos, além de dois ou três micro-ondas a mais, sem contar a fritadeira elétrica, é claro.

As instalações elétricas para as festas juninas envolvem ainda a iluminação da área externa, onde fica a fogueira e o pessoal, já que a festa é para todos os moradores e eles não cabem no salão. Para iluminar a área externa, costuma-se puxar uma extensão de uma tomada e colocar algumas lâmpadas LED.

Este é o retrato de muitos condomínios que já estão se preparando para as festas juninas. Aonde está o perigo? Justamente no fato de não haver planejamento da festa com o apoio de profissionais qualificados e habilitados, além de atualizados, pois, no caso da instalação elétrica, que é o nosso assunto, o aumento de equipamentos nas tomadas fará com que o circuito seja sobrecarregado e, se estiver tudo corretamente dimensionado no prédio, o disjuntor desligará.

O problema é que se o disjuntor desligar, a festa acaba, mas sempre tem alguém que conhece um “eletricista” (sim dentro de aspas mesmo) que “sabe como resolver”.

Este chega e diz: “É só colocar um disjuntor mais forte ‘Doutor’, que resolve e não cai mais”.

E aí começa o risco. Disjuntor “mais forte” significa, na prática e erroneamente, substituir um disjuntor de 20 amperes, por exemplo, por outro de capacidade maior (de 30 a 40 amperes), sem que sejam redimensionados os condutores, a instalação e todas as tomadas. Um circuito nesta condição pode acabar pegando fogo e, daí o incêndio torna-se iminente.

Entretanto, não é só isto. Os fios que vão das tomadas para lá e para cá às vezes saem direto dos quadros de disjuntores, ficam expostos e podem danificar, seja pela passagem de um carro, de uma pessoa, ou mesmo na hora de dobrar o isolamento, quando este quebra e gera a condição de risco novamente. É sempre importante ter em mente que partes metálicas ou úmidas, em que o fio desencapado ou mesmo com falhas na isolação tocam, podem conduzir corrente elétrica e daí gerar um choque elétrico para quem tocar estas partes. Vale lembrar que um choque elétrico de 50 Volts ou mais em uma pessoa mediana já pode ser fatal, imagine os 110 ou 220 volts que temos na maioria das tomadas!

O objetivo deste artigo é o de alertar a todos os responsáveis pelas festas, seja de condomínios ou de rua, que o risco precisa ser evitado, e a melhor forma de evitá-los é contratando um profissional qualificado, habilitado e atualizado de forma que possa planejar e executar a instalação da festa. Este profissional irá ajudá-lo a garantir uma festa segura e bem legal.

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Autor

  • Edson Martinho

    Engenheiro Eletricista, é diretor-executivo da Abracopel (Associação Brasileira de Conscientização para os Perigos da Eletricidade). Escreveu e publicou o livro "Distúrbios da Energia Elétrica" (Editora Érica, 2009).

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