Delegar a gestão das academias dos condomínios a empresas especializadas é uma boa opção para garantir a segurança dos usuários.
As Acanhadas salas de ginástica dos condomínios, com parcos equipamentos, estão dando lugar a bem montados espaços de fitness, com um rol de máquinas de fazer inveja a qualquer academia. As áreas de fitness ainda contam, geralmente, com assessoria profissional para orientar os condôminos em suas atividades físicas.
O Condomínio Edifício Parque Marajoara Sol, com sete torres e 364 apartamentos, na zona sul de São Paulo, tem uma sala de ginástica que é um exemplo da profissionalização desses espaços nos condomínios. Quando assumiu o posto de síndica, em 2004, Sonia Maria Ghirardini Gomes promoveu uma grande mudança na academia. Os equipamentos existentes não pertenciam ao condomínio, mas a uma empresa que prestava serviços de atividade física. Sonia comprou equipamentos novos e paga mensalmente a equipe de professores. “Montamos uma grade bem completa de atividades, que incluem yoga, judô, ballet, entre outras, além da musculação. O custo é irrisório para os condôminos, R$ 30 por apartamento, e a família toda pode usufruir das aulas, ministradas por professores formados.” Moradores de todas as idades devem apresentar atestado médico anual para fazer as aulas. “O síndico precisa de respaldo para o caso de qualquer eventualidade”, pondera Sonia.
Para o professor de educação física Luis Carlos Freitas, que atua com gestão, consultoria e assessoria na prática de atividade física em condomínios, alguns cuidados devem ser tomados pelo síndico na operacionalização dos espaços de fitness. “Após o acidente com a filha do boxeador Mike Tyson em seu fitness center residencial, ficou provado que segurança evidentemente é algo de fundamental e irrestrita importância.” Freitas cita alguns procedimentos básicos que eliminam riscos: manter o fitness center trancado; permitir acesso ao local somente com acompanhamento de professor (educador físico, personal trainer ou gestor) responsável pela sala; após utilização, manter todos os aparelhos elétricos desligados da tomada; depois do uso, manter os aparelhos que possuem botões de segurança (por exemplo, esteiras) desconectados, dificultando sua utilização caso continuem ligados na tomada; manter após utilização o peso máximo de cargas das estações evitando esmagamento dos dedos.
Além de evitar acidentes, a presença de um profissional na sala de ginástica é importante para a saúde dos usuários. O professor deve possuir registro no CREF – Conselho Regional de Educação Física. “É essencial a orientação segura de um professor de Educação Física na prescrição de atividades físicas, respeitando a individualidade de cada condômino e também orientando corretamente quanto à execução dos exercícios para evitar acidentes e lesões”, afirma Freitas.
A fisioterapeuta Selma Andrea B. Villardo pondera que as lesões musculares podem ocorrer pela prática de exercícios em excesso ou também pela execução com uma postura anatômica incorreta. Assim podem ocorrer distensões, estiramentos, entorses, mialgias. “É comum, por exemplo, a prática do exercício abdominal com a pessoa mal posicionada, trabalhando muito mais a cervical e a coluna lombar do que o abdômen. Daí surgem as dores, enquanto o objetivo ao se procurar uma academia é ganhar qualidade de vida.” Selma ainda alerta que a academia deve ter espaço disponível para a realização de alongamentos e contar com ventilação adequada. O professor Freitas orienta para a importância da manutenção dos aparelhos: “Aparelhos quebrados devem ser interditados e se possível retirados do local.”
Matéria publicada na edição nº 139 em setembro de 2009 na Revista Direcional Condomínios