Acabamentos com resina, solução à base de polímeros, têm ganhado a preferência dos síndicos na hora de promoverem a recuperação das superfícies internas das garagens.
Detalhes da garagem com piso epóxi do Condomínio Praça Vila Nova, em São Paulo
O principal deles é o epóxi, material escolhido pelos condôminos do residencial Praça Vila Nova para substituir a cerâmica que revestia os pisos de dois de seus três subsolos. “Tivemos muitos problemas com a cerâmica, que descolava com o peso dos carros, muitos deles blindados. Havia perigo na descolagem das peças”, afirma Fernanda Schiavo, gerente do condomínio. Localizado na região do Parque do Ibirapuera, em São Paulo, o empreendimento de alto padrão tem menos de dez anos de implantação. A substituição dos revestimentos foi realizada pela construtora, após decisão judicial favorável aos condôminos.
“O epóxi se mantém íntegro mesmo depois de três anos de aplicação”, observa Fernanda. O serviço possui garantia de cinco anos e apenas eventualmente surge um ou outro local de descolamento da resina próximo às juntas de dilatação, “que arrumamos pontualmente”, ressalva a gerente. Segundo ela, o epóxi proporciona uma experiência positiva aos usuários, ao trazer “um diferencial na sensação de conforto”. “A garagem fica mais limpa, mais clean; já a cerâmica exigia uma manutenção de limpeza mais pesada”, compara. A única ressalva que ela faz está na necessidade de se manter o piso sempre seco, para evitar escorregamentos. “Temos muito cuidado quando chove e os carros descem molhados. Para atenuar isso, aplicamos nas áreas de rodagem um antiderrapante, com uma textura diferenciada”, completa.
Como garantir o serviço?
A durabilidade, funcionalidade e beleza do epóxi ou qualquer outro acabamento sobre a superfície da garagem dependem de um trabalho meticuloso de recuperação da base. O síndico orgânico Pedro Nagahama, do Condomínio Villandre, do Tatuapé, zona Leste de São Paulo, modernizou a garagem com epóxi no ano passado. A edificação entregue em 1990, com 22 unidades, tem passado por um processo de modernização desde 2017, quando Pedro assumiu a gestão. O epóxi veio na sequência da recuperação e pintura da fachada. De acordo com o gestor, a garagem estava bastante degradada, mas os condôminos somente tiveram a noção real da situação depois de concluída a obra (ao compararem o antes e o depois).
Preparação do substrato
Os trabalhos transcorreram com rapidez, mas demandaram logística para a retirada total ou parcial dos veículos, incluindo a etapa de recuperação do substrato. “Essa preparação é fundamental, precisa haver um piso de concreto tratado e regularizado para se aplicar o epóxi por cima. Nosso contrapiso é muito baixo, estava com placas soltas, principalmente nas áreas de circulação, o problema vinha desde a entrega do prédio. Tivemos que refazer boa parte dessas placas. Não adianta colocar o epóxi em cima de um concreto ruim. Testes foram ainda realizados para estudar o melhor ponto de aderência ao epóxi”, descreve.
Cronograma da obra
Os serviços tiveram uma programação que impactasse o mínimo possível a rotina dos moradores. De início, foram retiradas as placas soltas de concreto e feito o tratamento do substrato. Nesta fase, os carros acabaram deslocados de um setor a outro na própria garagem e houve mudança no sentido do tráfego de entrada e saída do prédio. Mas quando chegou o momento de aplicar a resina, Pedro Nagahama conta que fechou o subsolo, locando, por três semanas, vagas em um estacionamento em frente ao condomínio para os carros dos moradores. Composta de um subsolo e cerca de 2.200 m2 de área, a garagem dispõe de 58 vagas, entre elas a de pânico e de carga e descarga. Na etapa final da obra, aplicaram-se as faixas demarcatórias.
Pós-obra
Passados cerca de seis meses da conclusão dos trabalhos, Pedro Nagahama está satisfeito com o resultado. No acabamento do piso, predominam duas cores, um cinza chumbo nas áreas de circulação dos veículos e um cinza mais claro nas vagas. “O piso está intacto, tivemos problema apenas em um ponto de uma faixa demarcatória, a tinta soltou embaixo do pneu pesado de um jipe, mas isso já foi refeito”, explica. A limpeza também é mais simples, rápida e frequente: “Percebemos que agora os funcionários fazem o trabalho com mais gosto, o resultado fica melhor”.
Para os moradores, a sensação que o subsolo deixa é de que “o prédio está mais cuidado, valorizado, as pessoas percebem mais isso agora.” O síndico diz que o corpo diretivo chegou a analisar outras opções de acabamento, como o concreto usinado, mas a aposta final recaiu sobre o epóxi, “porque queríamos dar esse upgrade na valorização do condomínio”. “Não sabíamos o quanto o concreto da garagem estava deteriorado, como estava ruim, achávamos que era o normal. Somente agora com o epóxi percebemos o que é, de fato, o normal para um subsolo de garagem.”
Matéria publicada na edição – 265 – mar/2021 da Revista Direcional Condomínios
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