Garagens não devem ser relegadas ao esquecimento. Serviços como pintura epóxi ou de recuperação de granilite, por exemplo, não exigem quebra-quebra e conferem aspecto renovado ao ambiente.
Up grade: a garagem do Everton Teixeira, em Pinheiros, foi atualizada com pintura epóxi no piso, pintura das paredes e novos acessórios nas colunas
A garagem subterrânea do Everton Teixeira, condomínio de quase 50 anos, em Pinheiros, não era alvo de renovação. Entretanto, foi iniciada a construção de um prédio na vizinhança. Com o impacto, houve agravamento das trincas preexistentes nas juntas de dilatação e a empresa responsável assumiu os reparos, corrigindo até mesmo trincas não relacionadas à nova obra. Em 15 dias, entregou o espaço no contrapiso de concreto, como era antes, e findou seu trabalho. Todo esse movimento involuntário, porém, originou uma sequência de reforma, desta vez com uma empresa contratada pelo condomínio, especializada em revitalização de pisos, que deu novos ares ao ambiente. “Optamos pela pintura epóxi por causa da beleza e praticidade de manutenção”, conta o síndico orgânico Carlos Alberto Pontes Pinto e Silva, referindo-se ao acabamento moderno escolhido pela maioria dos moradores.
As paredes e o teto foram pintados para completar a melhoria da garagem com cerca de 35 vagas de carros, e as demarcações das mesmas e dos equipamentos de combate a incêndio refeitas. As colunas receberam protetores que são úteis tanto para condomínio quanto condôminos. “Ajuda a evitar pequenas avarias nos veículos caso o condutor se distraia, e ao mesmo tempo protege a pintura e o reboco das próprias colunas. Esses acessórios valem a pena”, comenta Carlos.
Na garagem do prédio de Pinheiros foi realizada também uma adequação à legislação de acessibilidade, uma vez que existe uma rampa que dá acesso aos elevadores do hall da garagem construída décadas atrás. A mesma foi refeita para ficar dentro do padrão de angulação exigido na NBR 9050. “Hoje temos um idoso que se locomove por cadeira de rodas e essa correção de nível, além de ser lei, melhora o deslocamento desse morador e favorece também quem está com carrinhos de compras”, acrescenta.
Na iluminação, não foi preciso mexer porque o síndico já havia feito uma substituição de lâmpadas meses atrás. Os modelos conhecidos como tartaruga, de LED, foram trocados por lâmpadas fluorescentes tubulares, de LED, com 1m20 de comprimento. “Estas têm maior durabilidade, resistem por mais tempo ao ‘acende-e-apaga’ do sensor de presença e proporcionam iluminação mais intensa”, diz Carlos.
Vintage preservado
No edifício May Flower, residencial de Higienópolis composto de 14 apartamentos, cada qual com três vagas de veículos, havia uma garagem mal iluminada, com um piso de cimento apresentando manchas profundas de óleo e rachaduras. O edifício foi construído na década de 1960, e seu estacionamento, no subsolo, traz ainda traços vintage como pastilhas recobrindo parcialmente paredes e pilastras, mas este aspecto estava desvalorizado perante o estado deplorável do chão. “Não é porque o prédio é antigo que precisa ser velho, podemos reformar sem alterar suas características”, comenta a síndica profissional Maria das Graças Amaral de Mello.
Atualmente, após um trabalho de revitalização que envolveu etapas como raspagem do concreto rústico e aplicação de duas demãos de tinta epóxi, entre outros procedimentos, é como se houvesse um piso novo na garagem, na opinião da síndica. A execução do serviço no estacionamento com cerca de mil m2 custou R$ 130.000,00, mas atingiu às expectativas e agregou valor ao condomínio, conforme observa Maria das Graças.
O piso da garagem do May Flower deixava o ambiente mais escuro e com aparência de sujeira. Foi revigorado com procedimento que envolveu duas demãos de pintura epóxi, agregando valor ao condomínio
“Antes da revitalização, mesmo com todas as luzes acesas, era escura e as pessoas reclamavam. Agora, o acabamento do piso favorece a iluminação. Outra vantagem é a questão da limpeza, porque o piso é impermeável, não absorve óleos e sujidades do tipo. Basta limpar com água e detergente neutro para tirar as manchas”, comenta a síndica. “Antigamente, os funcionários da limpeza lavavam a garagem, a gente via sair a água suja, mas olhava para o piso e era como se continuasse sujo”.
Para combinar com a atmosfera de renovação, a síndica providenciou novas identificações numéricas para as vagas, pois as anteriores estavam desgastadas e descoordenadas, com formatos, cores e materiais diferentes. “Depois que a garagem ficou bonita, mandei fazer placas de plástico em uma gráfica, com um custo muito baixo, e o efeito visual com padronização é outra coisa”.
Granilite ‘Novo’
A síndica orgânica Maria Fernanda Simões é arquiteta, trabalha com manutenção predial e notou que era o momento de contratar um serviço de conservação e revitalização para o piso de granilite da garagem do Condomínio La Tour, edificação erguida há 14 anos na Vila Mariana. “A manutenção preventiva na construção é muito importante”, fala a síndica, que aprovou o resultado do trabalho. “Ficou espetacular, parece que o prédio foi entregue estes dias”.
No Condomínio La Tour, o piso de granilite, encardido e com trincas, foi recuperado com lapidação e cristalização. “Ficou espetacular. Parece que o prédio foi entregue estes dias”, avalia a síndica Maria Fernanda Simões
O serviço contratado se chama lapidação de granilite e foi executado nos dois pavimentos de estacionamento do La Tour, que totalizam 2 mil m² de extensão. O trabalho consistiu de raspagem do granilite para remoção do antigo verniz, tratamento de trincas e rachaduras, e cristalização com um produto conhecido como endurecedor de superfície, para que o piso recuperado não volte a apresentar riscos causados pelos pneus dos veículos. No dia a dia, para continuar limpo e brilhante, basta usar um pano úmido com detergente neutro. Uma lavagem anual é o suficiente para esse piso.
Matéria publicada na edição 287 março/2023 da Revista Direcional Condomínios
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