O sistema de iluminação requer atenção, mas está entre os itens mais esquecidos pelos condomínios, lamenta o engenheiro civil e consultor Rodrigo de Oliveira Vieira. Muito antes de se trocar uma lâmpada queimada, comenta, é preciso definir quem fará a manutenção preventiva e corretiva do sistema, observando o quadro de iluminação, a situação dos seus disjuntores e a da fiação. “Uma lâmpada mal rosqueada consome mais energia. Às vezes, o problema é o bucal e a troca deve ser feita antes que ela queime”, detalha.
As tarefas devem constar no plano de manutenção, com cronograma de vistorias preventivas e funcionário treinado para executá-las. Já soluções corretivas, como trocas de fiação, demandam empresa especializada, com registro no CREA, engenheiro responsável, técnico de segurança do trabalho e serviço definido por meio de contrato, alerta Rodrigo.
Ele acrescenta que as normas da ABNT e exigências do Corpo de Bombeiros devem ser observadas. E que a substituição das lâmpadas comuns pelas de LED, tendência no mercado, requer avaliação técnica, de modo a contemplar as taxas de luminosidade mínima por metro quadrado, conforme exigidas pela Prefeitura de São Paulo para áreas comuns do condomínio. O consultor comenta que a lâmpada de LED ainda é mais cara, na comparação com a comum, mas traz vantagens a médio e longo prazos – em durabilidade, consumo de energia, além do conforto, por ser uma luz fria.
De olho nessas vantagens, moradores do Edifício Chateau, localizado em Alphaville, região da Grande São Paulo, decidiram migrar gradativamente para o LED, aproveitando o cronograma de reformas para modernização, conta o síndico João José Lannes, há dez meses no cargo. O prédio tem 17 anos, 50 unidades e cinco pisos de garagem – por onde a troca das lâmpadas teve início.
A economia aparecerá em um ano e meio, explica João, e representará, para algumas áreas (como garagens, com uso intenso das lâmpadas), redução de 90% no consumo de energia. Antes mesmo da troca total das lâmpadas, a conta da iluminação (só lâmpadas) será de 50% a 60% mais barata, calcula. Engenheiro por formação, ele participou dos estudos de viabilidade econômica, mas o condomínio buscou empresa especializada para conceber o projeto. Só nas garagens serão substituídas 500 lâmpadas, até o final do ano.
As que forem retiradas serão estocadas, para manutenção das outras áreas. Ao todo, 60 espaços serão reformados. Na iluminação, a ideia é reduzir o número de modelos de lâmpadas – para racionalizar estoque e reciclagem. “Há muitas opções em LED, você tem que conversar com quem entende. A empresa instalou algumas para teste e ouvimos os moradores”, diz João. O cronograma ainda prevê trocar a fiação de alguns espaços.
“Assim como os outros produtos da área de iluminação, os providos com LED devem seguir as normas técnicas da ABNT e portarias do INMETRO”, alerta Isac Roizemblatt, diretor técnico da Associação Brasileira da Indústria de Iluminação (Abilux). Sobre a interrupção de fabricação das incandescentes, ele esclarece que a Portaria Interministerial 1007 (de 31/12/2010) fixou índices mínimos de eficiência luminosa para fabricação, importação e comercialização dessas lâmpadas. As que não atingirem, até 2016, a eficiência mínima serão banidas, conforme cronograma da Portaria.
Entre as opções de substituição, Isac aponta, além do LED, as lâmpadas fluorescentes compactas e as incandescentes halógenas; ou substituir o soquete de rosca e instalar conjuntos (luminárias e fontes de luz) mais eficientes, com lâmpadas fluorescentes tubulares ou compactas e luminárias com LED.
Matéria complementar da edição – 184 de out/2013 da Revista Direcional Condomínios