Iluminação – Solução

Valor de uso e social também deve ser considerado

Economia e desempenho representam os principais critérios para a escolha da iluminação dos ambientes, mas segundo o arquiteto Guinter Parschalk, especialista em luminotécnica, as decisões devem passar também pelo uso que se dará ao espaço. Com projetos desenvolvidos no Brasil e Exterior, Guinter observa que “a luz é o suporte da percepção visual, já a lâmpada, luminária e automação são ferramentas utilizadas para se conseguir o resultado

pretendido”. Ou seja, “a iluminação é um conceito que começa a ser mais compreendido enquanto desempenho sobre o ser humano, suas atividades e reflexos na produtividade e no comportamento”.

Assim, um hall social com pé direito duplo descartaria, em um primeiro momento, a instalação de luminárias afixadas no teto, porque de difícil manutenção. Entretanto, “se o projeto arquitetônico exigir esse tipo de solução, então que se opte por lâmpadas com ciclo de vida mais longo”. Conforme pondera o arquiteto, “a iluminação revela o espaço, cada um tem seu critério de valor social e de uso, de segurança e de permanência, entre outros”. Em uma área externa, é ideal que o projeto de iluminação esteja associado ao tipo de paisagismo do local, mas não se pode perder de perspectiva, é claro, a segurança e economia.

Além da segurança patrimonial, Guinter chama a atenção para a autosegurança, ou seja, um projeto de luminotécnica que permita ao condômino se orientar para um deslocamento seguro, ao percorrer trajetos e descer ou subir degraus. “É preciso reforçar a iluminação quando há mudanças físicas no caminho, uma espécie de sinalização que irá apontar alterações no padrão do calçamento, a transição da escada para o plano e vice-versa, entre outros.” Na segurança patrimonial, devem ser considerados aspectos como a potência e o uso de sensor de presença. “As halógenas são bastante eficientes e mais utilizadas”, diz. Nas áreas de lazer e entretenimento, o arquiteto também recomenda o sensor.

Nos ambientes internos, entretanto, começam a ter mais força o gosto, o padrão arquitetônico e o valor social ao qual estão associados os moradores. “A luz tem que trabalhar em conjunto com essa linguagem, mas pensar ainda em soluções que não compliquem o dia a dia do lugar.” Outro aspecto a ser levado em conta é que um mesmo espaço físico, por exemplo, comporta diferentes tipos de luminárias, que poderão criar ora uma atmosfera mais relaxante, ora mais estimulante. É o caso das salas de fitness, que abrigam atividades aeróbicas e de relaxamento, como a ioga.

Já um lugar que exige uma boa equação entre uso e economia é a garagem. A grande dúvida dos síndicos é deixá-la ou não permanentemente iluminada. O síndico Ricardo Homem Del Rey Souza, do Condomínio Edifício Barão de Ladário, localizado no Campo Belo, zona Sul da cidade, conta que optou por dotar as luminárias fluorescentes da garagem de um sistema de gerenciamento de tempo com sensor de presença, programando um período mínimo em que devem ficar acesas de forma a evitar o liga-desliga, com a conseqüente queima e sobrecarga das lâmpadas, mas também disponibilizando iluminação 24 horas por dia. Elas estão afixadas no teto com capa plástica, para evitar a entrada de poeira e permitir a limpeza de sua superfície, garantindo sua eficiência, diz Ricardo. Segundo o arquiteto Guinter, a iluminação bem distribuída e protegida da fuligem do escapamento, além de lavável, é a grande tendência para as garagens


Matéria publicada na edição 144 mar/10 da Revista Direcional Condomínios

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