Impermeabilização: Com o período de chuvas, é melhor começar a pensar em se prevenir

Todos os anos, o período de chuvas de Salvador (BA) dá dor de cabeça à aposentada Edna Andrade, 56 anos. Umidade, infiltração ou mofo são reclamações frequentes dos moradores do último andar do prédio em que é síndica.

Neste ano, Edna acredita que não terá problemas na estação chuvosa, que acaba em junho. Há sete meses, o condomínio impermeabilizou a laje. “Já havíamos feito uns armengues. Dessa vez, colocamos manta no telhado todo. Tem que vir mais chuva para testar”, diz a aposentada.

A impermeabilização de lajes e garagens é apenas um dos cuidados que devem ser tomados para evitar que a água das chuvas danifique apartamentos e bens de condôminos, como carros, em caso de inundações, ou painéis e quadros, em infiltrações.

De quem é a responsabilidade em caso de prejuízo?

Limpeza de tanques, vistoria nas instalações elétricas, detecção de vazamentos e troca de esquadrias são os procedimentos indicados pela Associação Baiana de Administradoras de Imóveis e Condomínios (Abadi). “O condomínio tem que fazer um trabalho de prevenção e não de bombeiro”, diz Manuel Teixeira, presidente da Abadi.

Antes de tomar as precauções, no entanto, é preciso se certificar da qualidade dos serviços contratados. “Tem muitos profissionais fracos e mantas ruins. As pessoas acabam gastando mais por falta de informação”, diz o engenheiro civil José Antônio Torres, que trabalha com impermeabilização há 20 anos.

Para conseguir o melhor custo-benefício, os síndicos e moradores devem fazer orçamentos com pelo menos três profissionais e buscar referências de serviços prestados por eles em outros condomínios.

Também é necessário identificar de quem é a responsabilidade sobre os serviços, que pode recair, inclusive, sobre a construtora, se houve algum erro na edificação.

O empresário Ricardo Machado, 31, síndico de um condomínio em Salvador, por exemplo, conseguiu responsabilizar a construtora para um serviço de vedação. “Temos uma espécie de claraboia que ilumina os halls, e toda vez que chovia, molhava os andares”, diz Ricardo.

Em outro problema motivado pelas chuvas no prédio, a responsabilidade pela obra ficou com o morador. A água passava pela tubulação do apartamento da cobertura e causava infiltrações na unidade de baixo. Como a tubulação não era comum ao prédio, foi o condômino que teve de custear o serviço de contenção do vazamento.

Já quando as prevenções não são o bastante e a água das chuvas já causou danos a bens do condomínio ou dos moradores, a decisão sobre a responsabilidade pode ficar com a Justiça.

Prevenção é o melhor remédio

Obras – O condomínio deve planejar bem as obras que pretende fazer para que o cronograma não seja afetado pelas chuvas

Água parada – Não são apenas com os bens que o condomínio deve estar preocupado na estação chuvosa. É importante verificar se não há água parada em vasos, brinquedos e canteiros para evitar a proliferação de mosquitos

Sem luz – Quedas de energia são mais comuns nesses períodos. É importante estar preparado para evitar curtos-circuitos

Inundação – Se houver inundação na garagem, o local e os carros devem ser higienizados para que não haja contaminação. O mesmo vale para a piscina, se for invadida por água da rua.

Fonte: A Tarde

Autor

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

1 × cinco =