Impermeabilização – Para cada caso, uma solução

Planeje o tipo de obra mais adequado para assegurar a durabilidade das estruturas nas edificações.

A estação chuvosa deverá marcar as últimas semanas do verão em São Paulo e revelar, a muitos condomínios, problemas de infiltração em garagens, lajes, coberturas e áreas ocupadas por piscinas e jardins. Esta é uma época em que os síndicos e administradores devem ficar atentos, porque as soluções para as infiltrações demandam um diagnóstico técnico qualificado do problema. “Não há uma cultura de se tentar resolver isso imediatamente”, observa a engenheira civil Nelma Christina Scalet Alves, presidente do Instituto Brasileiro de Impermeabilização (IBI). “A primeira postura em geral é a de esconder o problema, colocar calhas, etc. O quadro então se agrava, o que acaba comprometendo boa parte da área. Às vezes a infiltração apareceu numa jardineira, mas depois é preciso refazer o terreno inteiro”, analisa a engenheira.

Segundo a presidente, em lugar de esconder ou remediar o problema, o responsável pelo condomínio deve contratar um profissional especializado em impermeabilização, consultor ou projetista, o qual poderá indicar ali, naquela situação, a técnica mais indicada para eliminar as infiltrações. O gestor executivo do IBI, Wilson Neves, afirma que o mercado oferece duas soluções contra as infiltrações: a impermeabilização por meio da colocação de mantas, como a asfáltica, e a tecnologia de injeção em trincas e fissuras.

Segundo o diretor do Departamento de Engenharia Civil do Instituto de Engenharia, Roberto Kochen, “há situações em que a manta é obrigatória, mas há outras em que as injeções são indicadas, como em obras subterrâneas, quando não é possível escavar novamente, mas elas servem mais como medidas corretivas”. Kochen observa que são processos diferentes, um não substitui o outro, são complementares. Edson Oriente, diretor comercial de uma empresa que desenvolve e aplica a tecnologia de injeção, ressalta que o processo é corretivo e bem mais rápido, seu custo fica entre 30% e 80% em relação às obras de impermeabilização com mantas, mas que em estruturas muito deterioradas os valores acabam se tornando similares. 

Para o engenheiro Júlio César Borges, diretor do Instituto de Engenharia, o uso da tecnologia de injeção deve ocorrer em pontos localizados, “quando há, por exemplo, infiltração na garagem do subsolo ou em estruturas localizadas abaixo do lençol freático”. Nas demais situações, Borges recomenda a impermeabilização por meio da aplicação de mantas e argamassas poliméricas. Segundo ele, a manta asfáltica, de base betuminosa, é indicada para grandes áreas, sujeitas às variações do tempo, como coberturas, jardins, piscina, playground, etc. Nas áreas menores, como varandas e banheiros, a impermeabilização pode ser feita com o cimento polimérico, que forma uma camada um pouco mais fina que a da manta asfáltica. Entre os diferentes tipos de cimento, existem aqueles mais apropriados para locais sujeitos a movimentação e com curvatura, ressalta.

Já a tecnologia de injeção pode ser aplicada para casos de recuperação estrutural ou para selamento de estruturas quanto ao ingresso de líquidos (como água e efluentes), explica Marcelo Urquiza, que atua neste mercado. A tecnologia envolve a aplicação de produtos como resina epóxi e de poliuretano rígido, microcimento e gel de acrílico e de poliuretano. Urquiza observa que “o Brasil tem uma cultura muito forte de impermeabilização com mantas asfálticas”, mas que há uma boa variedade de tecnologias e produtos desenvolvidos para substituir ou complementá-las. “A mensagem correta é que há inúmeros produtos no mercado, cada um ideal para uma determinada situação”, observa.

No caso da injeção, o produto aplicado nas fissuras “percorre o caminho na contramão da água e preenche todos os pontos com porosidade na estrutura, vedando as trincas existentes no caminho”, descreve Edson Oriente. A tecnologia “veda a passagem da água, absorve umidade e evita ferrugem”, complementa. Não é necessário quebrar pisos e estruturas, porque a intervenção é localizada nas trincas, evitando, inclusive, que a obra resulte em interdição de grandes áreas comuns dos condomínios.

As obras com manta asfáltica, por sua vez, exigem quebra da estrutura anterior, momento em que o condomínio deve compatibilizar o projeto de impermeabilização com o tipo de uso que será destinado à área sob intervenção, recomenda Nelma Christina, do IBI. “É importante compatibilizar o projeto de impermeabilização com o de hidráulica, por exemplo, e adotar um sistema pensando na vida útil que se pretende dar àquela área. Às vezes esse investimento maior se dilui no tempo, mas deve ser feito com planejamento, inclusive financeiro”, sugere a presidente do Instituto.

O IBI lançou em outubro passado, em conjunto com o Secovi, empresas e demais entidades ligadas ao setor da construção, o Manual de Escopo de Contratação de Serviços e Projetos de Impermeabilização, apresentando uma série de procedimentos que os construtores e demais profissionais devem adotar no momento de desenvolver e executar serviços de impermeabilização. De maneira geral, a presidente do IBI orienta que os síndicos e administradores procurem sempre uma empresa especializada na área, que dê pelo menos cinco anos de garantia da obra, conforme estabelece o Código Civil.

Matéria publicada na Edição 132 de fevereiro de 2009 da Revista Direcional Condomínios

Planeje o tipo de obra mais adequado para assegurar a durabilidade das estruturas nas edificações.

A estação chuvosa deverá marcar as últimas semanas do verão em São Paulo e revelar, a muitos condomínios, problemas de infiltração em garagens, lajes, coberturas e áreas ocupadas por piscinas e jardins. Esta é uma época em que os síndicos e administradores devem ficar atentos, porque as soluções para as infiltrações demandam um diagnóstico técnico qualificado do problema. “Não há uma cultura de se tentar resolver isso imediatamente”, observa a engenheira civil Nelma Christina Scalet Alves, presidente do Instituto Brasileiro de Impermeabilização (IBI). “A primeira postura em geral é a de esconder o problema, colocar calhas, etc. O quadro então se agrava, o que acaba comprometendo boa parte da área. Às vezes a infiltração apareceu numa jardineira, mas depois é preciso refazer o terreno inteiro”, analisa a engenheira.

Segundo a presidente, em lugar de esconder ou remediar o problema, o responsável pelo condomínio deve contratar um profissional especializado em impermeabilização, consultor ou projetista, o qual poderá indicar ali, naquela situação, a técnica mais indicada para eliminar as infiltrações. O gestor executivo do IBI, Wilson Neves, afirma que o mercado oferece duas soluções contra as infiltrações: a impermeabilização por meio da colocação de mantas, como a asfáltica, e a tecnologia de injeção em trincas e fissuras.

Segundo o diretor do Departamento de Engenharia Civil do Instituto de Engenharia, Roberto Kochen, “há situações em que a manta é obrigatória, mas há outras em que as injeções são indicadas, como em obras subterrâneas, quando não é possível escavar novamente, mas elas servem mais como medidas corretivas”. Kochen observa que são processos diferentes, um não substitui o outro, são complementares. Edson Oriente, diretor comercial de uma empresa que desenvolve e aplica a tecnologia de injeção, ressalta que o processo é corretivo e bem mais rápido, seu custo fica entre 30% e 80% em relação às obras de impermeabilização com mantas, mas que em estruturas muito deterioradas os valores acabam se tornando similares. 

Para o engenheiro Júlio César Borges, diretor do Instituto de Engenharia, o uso da tecnologia de injeção deve ocorrer em pontos localizados, “quando há, por exemplo, infiltração na garagem do subsolo ou em estruturas localizadas abaixo do lençol freático”. Nas demais situações, Borges recomenda a impermeabilização por meio da aplicação de mantas e argamassas poliméricas. Segundo ele, a manta asfáltica, de base betuminosa, é indicada para grandes áreas, sujeitas às variações do tempo, como coberturas, jardins, piscina, playground, etc. Nas áreas menores, como varandas e banheiros, a impermeabilização pode ser feita com o cimento polimérico, que forma uma camada um pouco mais fina que a da manta asfáltica. Entre os diferentes tipos de cimento, existem aqueles mais apropriados para locais sujeitos a movimentação e com curvatura, ressalta.

Já a tecnologia de injeção pode ser aplicada para casos de recuperação estrutural ou para selamento de estruturas quanto ao ingresso de líquidos (como água e efluentes), explica Marcelo Urquiza, que atua neste mercado. A tecnologia envolve a aplicação de produtos como resina epóxi e de poliuretano rígido, microcimento e gel de acrílico e de poliuretano. Urquiza observa que “o Brasil tem uma cultura muito forte de impermeabilização com mantas asfálticas”, mas que há uma boa variedade de tecnologias e produtos desenvolvidos para substituir ou complementá-las. “A mensagem correta é que há inúmeros produtos no mercado, cada um ideal para uma determinada situação”, observa.

No caso da injeção, o produto aplicado nas fissuras “percorre o caminho na contramão da água e preenche todos os pontos com porosidade na estrutura, vedando as trincas existentes no caminho”, descreve Edson Oriente. A tecnologia “veda a passagem da água, absorve umidade e evita ferrugem”, complementa. Não é necessário quebrar pisos e estruturas, porque a intervenção é localizada nas trincas, evitando, inclusive, que a obra resulte em interdição de grandes áreas comuns dos condomínios.

As obras com manta asfáltica, por sua vez, exigem quebra da estrutura anterior, momento em que o condomínio deve compatibilizar o projeto de impermeabilização com o tipo de uso que será destinado à área sob intervenção, recomenda Nelma Christina, do IBI. “É importante compatibilizar o projeto de impermeabilização com o de hidráulica, por exemplo, e adotar um sistema pensando na vida útil que se pretende dar àquela área. Às vezes esse investimento maior se dilui no tempo, mas deve ser feito com planejamento, inclusive financeiro”, sugere a presidente do Instituto.

O IBI lançou em outubro passado, em conjunto com o Secovi, empresas e demais entidades ligadas ao setor da construção, o Manual de Escopo de Contratação de Serviços e Projetos de Impermeabilização, apresentando uma série de procedimentos que os construtores e demais profissionais devem adotar no momento de desenvolver e executar serviços de impermeabilização. De maneira geral, a presidente do IBI orienta que os síndicos e administradores procurem sempre uma empresa especializada na área, que dê pelo menos cinco anos de garantia da obra, conforme estabelece o Código Civil.

Matéria publicada na Edição 132 de fevereiro de 2009 da Revista Direcional Condomínios


Matéria publicada na edição 132 fev/09 da Revista Direcional Condomínios

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