Impermeabilização: protegendo a edificação

Sistemas de impermeabilização são importantes para a saúde estrutural do condomínio, manutenção do patrimônio e bem-estar dos moradores; mercado dispõe de diferentes soluções.

Sistemas de impermeabilização protegem áreas do condomínio da ação da água, prolongando sua vida útil. Por outro lado, se a estanqueidade fica comprometida e não são tomadas providências para sanar o problema, fatores como umidade, goteiras, manchas, bolhas, em lajes e paredes, depreciam a edificação, além de tornar o ambiente insalubre. Não é só. A má condição pode levar a sérios danos estruturais no condomínio. Melhor apostar na manutenção.

“A utilização da manta asfáltica atende às normas da ABNT e é a forma mais segura de proteção para as estruturas de concreto armado.”

(Claudio Baquette, engenheiro, Estantec Impermeabilizações)

Prédios entregues no final dos anos 1980 e começo da década de 1990 se destacam na procura pelos serviços de impermeabilização, mas edificações bem mais novas não estão livres de complicações causadas pela percolação da água, portanto o zelador tem de ficar alerta aos sinais. Já o mercado oferece soluções variadas como: injeção química (que atua em pontos de infiltração de baixo para cima), argamassa polimérica e tipos de manta asfáltica. Algumas mantas são aderidas à superfície com o calor propagado por maçarico ou asfalto quente, que se assemelha a uma calda espessa.

As empresas do setor trabalham com mantas asfálticas de 3 mm ou 4 mm de espessura, dos seguintes tipos:

  • Areia (AA): Usada na impermeabilização de piscinas (paredes e piso); possui grãos de areia de ambos os lados, característica que favorece a aderência à superfície quando instalada com asfalto quente. A calda também será aplicada após a instalação, sobre a manta, para cobrir algum espacinho que tenha ficado descoberto, como alguma quina;
  • Poliéster (PP): Manta utilizada especialmente na impermeabilização da área térrea do condomínio ou terraço em que há grande circulação de pessoas. Como o material é liso, é ideal para receber uma camada de proteção mecânica e em seguida algum tipo de revestimento/acabamento, como pedras naturais, concreto usinado, cerâmica ou apenas contrapiso cimentado (a depender de sua utilização). A colocação da manta requer aquecimento e aplicação com o maçarico.
  • Ardosiada: Indicada para lajes de cobertura com fluxo mínimo de pessoas. Essa manta possui uma das faces em poliéster (como as mantas PP) e requer o uso de maçarico para ser aderida à superfície. A outra face tem grânulos verdes de ardósia, o que confere acabamento à instalação, dispensando assim a proteção mecânica e revestimento. Existem versões da manta em cinza e vermelho, porém são menos comuns.
  • Manta AL: Essa proteção serve às mesmas finalidades da versão com ardósia, porém uma das faces tem acabamento em camada de filme de alumínio prateado. Já a impermeabilização das caixas d’água de concreto dos edifícios é feita com argamassa polimérica (técnica de demãos cruzadas), seguida de resina termoplástica, produtos que não interferem na potabilidade da água.

“A manta asfáltica tem matérias-primas que lhe garantem maior durabilidade e elasticidade. Mas a especificação correta às situações é fator preponderante para garantir vida útil prolongada, assim como aplicação bem executada e de cuidados com piso e contrapiso.”

(Leonardo Dauerbach, engenheiro civil, L.Utida)

Para a síndica Janaína Bonassi, deve haver sinergia entre síndico e fornecedor

“Não adianta contratar aventureiros”

Em 2023, a síndica profissional Janaína Bonassi assumiu a gestão do Maison Jolie, nos Jardins, com a missão de impermeabilizar os reservatórios superiores, pois havia infiltração que afetava a unidade da cobertura. A obra aconteceu de julho a outubro ao custo de R$ 25.593,00, sem intercorrência. Ela credita parte do êxito a uma boa contratação. “Temos que fazer cotações com empresas especializadas e experientes. Não adianta contratar aventureiros”, diz.

Janaína recomenda exigir uma proposta bem detalhada, discriminando itens como valor de cada etapa do serviço, medições, materiais e marcas dos produtos, além de informar custos adicionais que possam surgir durante a execução da obra. Outra dica: conforme o tipo de impermeabilização que for aplicada no reservatório de água, é preciso atentar ao tempo de cura do material. “Pode acontecer de o funcionário não esperar o tempo de cura entre uma demão e outra. Ao notar algo assim, questione o fornecedor, mas sempre com respeito. Síndico e fornecedor têm que ter sinergia”.

“A norma preconiza três dias para o teste de estanqueidade, mas esticamos para 15 a 20 dias nas impermeabilizações de piscinas, e orientamos o zelador a circular a água, de modo a testar também a nova tubulação hidráulica. É mais prudente desta forma.”

(Danilo Astur, engenheiro civil, Kard Impermeabilizações)


Matéria publicada na edição 297 fev/24 da Revista Direcional Condomínios

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