Instalações de Gás no condomínio são responsabilidade de todos!

O sistema de gás de um condomínio deve ser verificado com bastante atenção além de ser dever de todos ficarem atentos a qualquer sinal de vazamento. São conhecidas na nossa história recente diversas tragédias relacionadas a vazamento de gás no País, este, por si só, já é um bom motivo.

A norma brasileira que trata sobre as instalações de gás nas edificações residenciais é a ABNT NBR 15.526. Esta é a responsável por explicar os cuidados nos projetos e na execução do sistema como um todo.

Cabe à concessionária do serviço verificar diversos itens particulares à norma, como por exemplo, se o distanciamento das tubulações de gás com a rede de elétrica está adequado, se foram realizados os isolamentos necessários quando estas tubulações necessitam se cruzar, entre outros itens. Dada a responsabilidade que estes fornecedores assumirão, é normal que verifiquem toda a instalação.

A concessionária responsável pela instalação deve executar uma inspeção completa do sistema antes de colocá-lo em operação. O mesmo deve ocorrer em caso de troca de fornecedor, a nova concessionária deverá verificar todo o sistema, uma vez que esta empresa passará a ser responsável pelo fornecimento seguro do combustível. Tudo com a sua devida ART (Anotação de Responsabilidade Técnica). E em todas as renovações de AVCB (Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiros), o sistema de gás deverá passar por inspeção completa.

Veja que o fornecimento de gás é coisa muito séria: O projetista recolhe a ART referente ao projeto e o mesmo fez o executor; a concessionária que fornece o combustível vistoria toda a edificação antes de iniciar o fornecimento do combustível; então, isto quer dizer que nada mais precisa ser feito? De maneira alguma! Todos os acidentes envolvendo gás, inclusive noticiados pela imprensa, estão aí para nos lembrar que é importante permanecermos vigilantes. Além de todas as atenções no atendimento à NBR e nos cuidados como a manutenção, deve haver eterna vigilância.

Ao primeiro indício de vazamento, o zelador deverá ser imediatamente avisado. Caberá ao zelador solicitar uma visita da concessionária para que seja verificado o motivo do vazamento e para que sejam tomadas as medidas para solução do problema.

Neste caso, estamos falando de manutenção corretiva, ou seja, foi verificado um problema e está sendo solucionado. Para ter mais segurança, porém, é importante manter a manutenção preventiva em dia, ou seja, aquela realizada antes do surgimento de um problema, evitando assim maiores riscos com o sistema.

Anualmente, recomenda-se que seja realizada a inspeção de todo sistema. Nesta inspeção serão verificados os registros, a tubulação e todos os componentes da instalação. Também é necessária a realização de um teste de estanqueidade para diagnosticar possíveis vazamentos.

E no interior dos apartamentos, a coisa não é muito diferente, em caso de vazamento, o morador deve seguir aquele roteiro já bem difundido: Manter a calma. Não acender luzes, fósforo ou qualquer dispositivo que possa gerar faísca. Abrir as janelas e portas para ventilar todo o ambiente, fechar o registro de gás. Evitar se encostar em equipamentos elétricos ou em interruptores, não ligar coifa, exaustores, ar-condicionado ou ventiladores. Se o usuário mantiver estes cuidados básicos, rapidamente o gás irá se dissipar e os riscos diminuirão. Ele deve chamar imediatamente a concessionária e notificar o condomínio.

Importante: Nunca permita que uma pessoa sem conhecimento faça reparos ou alterações no sistema de gás, seja para aquecedor ou na instalação do fogão.

Alessandra Negrão Elias Martins

Vanessa Pacola Francisco

Arquiteta, foi coordenadora da Câmara de Inspeção predial do Ibape – SP (Instituto Brasileiro de Avaliações e Perícias de Engenharia) e hoje coordena o GT de Compatibilização Técnica da entidade.
Mais informações: vanessa.pacola@fococonsultoria.com.


Matéria complementar da edição – 236 – julho/2018 da Revista Direcional Condomínios

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Autor

  • Vanessa Pacola Francisco

    Profissional graduada em Arquitetura e Urbanismo pela Universidade Guarulhos (UnG). Pós-graduada em Perícias de Engenharia e Avaliações de Imóveis pela Fundação Armando Álvares Penteado (FAAP). Coautora do Livro Vistoria de Vizinhança (Editora Leud); Coordenadora do GT de Harmonização Técnica do IBAPE/SP Biênio (2018 – 2019). Foi ainda coordenadora da Câmara de Inspeção Predial do IBAPE/SP (entre 2012 e 2015); colaboradora de comissões de certificações de construtoras e da ABNT; e responsável pela coordenação e elaboração das Cartilhas "Inspeção predial: A saúde dos edifícios”, "Inspeção predial: Prevenção e combate a incêndios", “Inspeção Predial: Acessibilidade”, Inspeção Predial: Mecanização” e “Inspeção Predial: Equipamentos e Espaços de Lazer”, editadas pelo IBAPE/SP, entre outras publicações. É especialista em acessibilidade e em perícias relacionadas a plágio arquitetônico. Ministra cursos e palestras sobre inspeções prediais, vistoria de vizinhança, vícios construtivos e acessibilidade prática e com enfoque em perícias. Sócia da Foco Consultoria.

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