O consumo d’água é tema recorrente nas conversas com os síndicos quando se trata de observar o desperdício do dinheiro dos condomínios, entre tantos outros “ralos” que costumam drenar a arrecadação mensal. Além do seu elevado consumo per capita no Brasil, há muitos prédios com instalações hidráulicas no final da vida útil, malconservadas e/ou sem leitura individualizada por apartamento.
No Condomínio Lord Nelson, prédio dos anos 60 localizado na região da Av. Paulista, em São Paulo, o síndico profissional Luiz Leitão da Cunha viu a conta média mensal diminuir cerca de R$ 6 mil depois que ele promoveu uma vistoria em mais de 90% das 46 unidades privativas (nem todos os proprietários permitiram o trabalho), na casa do zelador e no banheiro da academia. No total, dez banheiros apresentavam vazamentos, já consertados. A ação, seguida de economia, foi realizada também no Condomínio Queen Margareth e King Henry VI, na mesma região. De acordo com o síndico, a leitura diária dos hidrômetros é promovida três vezes ao dia nos prédios que administra, como forma de identificar eventuais picos de consumo que indiquem novos vazamentos.
Luiz Leitão aponta outras contas ou situações que podem exigir mais dinheiro que o necessário: Horas extras em excesso dos funcionários; falta de gestão da inadimplência; ausência de manutenção preventiva (os consertos futuros são muito mais caros); e vícios em contratos.
Já o síndico profissional Wolfram Werther apresenta demais medidas possíveis para economizar nos itens mais gastões da arrecadação ordinária, pela ordem:
– Mão de obra: Estudando-se a relação custo e benefício da terceirização ou portaria virtual;
– Tarifas públicas: Com estratégias de redução do consumo da água, energia e gás. Wolfram diminuiu em 75% o consumo de gás depois que substituiu o aquecedor da água da piscina coberta pelo trocador de calor no Condomínio Cristall Parque da Aclimação, “investimento que se pagou em seis meses”;
– Contratos de manutenção: “Vejo aqui um potencial maior de racionalizar custos, pois é possível negociar com as empresas”;
– Materiais de limpeza: “É possível reduzir em até 30% os gastos, apostando na qualidade, no menor preço e na orientação e controle do uso.”
Matéria publicada na edição – 271 – set/2021 da Revista Direcional Condomínios
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