Não basta receber amplos espaços de academia das construtoras, equipados com duplicidade de aparelhos, é preciso saber montá-los.
Síndica Andrea Pissarra junto às novas esteiras temporariamente locadas pelo condomínio, substituindo exemplares originais que quebraram
Esse o aprendizado recente da síndica orgânica Andrea Teixeira Alves Pissarra, que assumiu em 2017 a gestão de cinco torres residenciais do empreendimento Alpha Park, lançado quatro anos antes em Alphaville, Barueri, na região metropolitana de São Paulo. Constituindo um subcondomínio dentro de uma estrutura maior, as cinco torres apresentam outra peculiaridade: Uma delas é independente, com 104 apartamentos, desta forma, seus espaços são exclusivos, incluindo o fitness. Já as demais quatro torres, com 452 unidades, compartilham duas academias entregues pela construtora.
São esses dois ambientes que acabaram reorganizados: Um deles foi destinado às práticas de ioga, zumba, boxe e pilates; o outro recebeu todos os equipamentos de musculação e de exercícios aeróbicos. E aí começaram os desafios, como o de ter que substituir antigas esteiras quebradas (importadas e de custo alto de reparo) por modelos alugados temporariamente; e de literalmente encostar aparelhos que vieram em número maior que a demanda de uso.
Andrea promoveu as alterações orientada pelo profissional da assessoria esportiva do subcondomínio, Marcelo Martinelli. Segundo ele, “as construtoras entregam alguns aparelhos repetidos sem necessidade; tínhamos em uso quatro cadeiras extensoras e quatro abdutoras, sendo que bastam duas de cada”. Por outro lado, os moradores pedem muito o leg press, não entregue e que será providenciado, destaca.
De acordo com a síndica, a necessidade de remodelar os ambientes surgiu do desenvolvimento das atividades da própria assessoria esportiva, pois algumas delas vinham sendo improvisadas em outros ambientes. “Precisa ter coragem para mudar, mas depois que fizemos esse trabalho, houve uma valorização, a comercialização de unidades aumentou bastante no residencial”, aponta a síndica. Melhorou ainda a procura pelas atividades e as academias, bem como o convívio entre os moradores. O uso mais intenso ocorre entre 6h e 8h da manhã e entre 18h e 21h. “Com apoio da assessoria esportiva, abrimos oportunidades de práticas para todas as faixas etárias”, diz Andrea.
Em assembleia que ocorreria no final de outubro, o subcondomínio iria decidir se comprará ou manterá a locação das novas esteiras, assim como de outros equipamentos solicitados pelos usuários. São necessárias cinco esteiras; três das originais quebraram e precisam da troca de placas (a um custo de cerca de R$ 4 mil cada); outras duas, ativas, deverão ser vendidas. Na primeira fase da reorganização das academias, o condomínio investiu na troca dos pisos (de um laminado convencional, de espessura fina, para um PVC de rolo, que assenta na superfície sem necessidade de cola) e na compra de diferentes tipos de acessórios (entre eles, 20 colchonetes).
A síndica Andrea Pissarra aproveitou dois espaços de academia montados pela construtora para reorganizá-los conforme o tipo de prática; acima, ambiente para ioga, boxe, zumba e pilates
Equipamentos profissionais & assessoria esportiva – Na hora de montar a academia no centro comunitário do Conjunto Residencial Nossa Senhora do Sabará (foto ao lado), a síndica Patrícia Branco diz que acabou substituindo as cinco esteiras inicialmente previstas por outras duas mais robustas, a partir da sugestão de um condômino com bastante prática na área. “Todas são profissionais, mas essas duas aguentam um uso contínuo de 24 horas”, afirma a síndica, brincando que o custo de ambas foi superior ao valor de seu próprio carro.
Isso dá bem a medida da importância que o condomínio deu para a criação do espaço de fitness, o qual nasceu ocupando parte do antigo salão de jogos, depois de mais de 25 anos de implantação do empreendimento na zona Sul de São Paulo. Com 14 prédios e 756 apartamentos, a academia chegou sem que se abrisse mão da qualidade, dotando-a desde um piso de 10mmm, atenuante de impacto e anti-ruído, aos equipamentos profissionais. O acesso ao local é feito através do cadastramento biométrico dos moradores, que podem utilizá-lo desde as primeiras horas da manhã até por volta de meia noite. “Foi o investimento de maior retorno que fizemos até agora, sob todos os aspectos”, analisa Patrícia. O sucesso foi tão grande que o condomínio contratou uma empresa de assessoria permanente para orientar os usuários e promover aulas coletivas de algumas práticas. (R. F.)
A arte do possível – Entre as benfeitorias mais recentes que a síndica Agnes da Silva André promoveu no Condomínio Edifício Minás, em Santana, zona Norte de São Paulo, está a implantação de um espaço fitness sob a marquise lateral do prédio (foto ao lado), que também recebeu, em área contígua, uma brinquedoteca. Construído nos anos 70 com 48 apartamentos, o edifício passou a ter uma academia básica, no único local que em era possível montá-la sem exigir grande investimento do condomínio. Mesmo assim, ela tem sido bastante utilizada, inclusive pela própria síndica. (Por R.F.)
Uso correto de equipamentos favorece manutenção
Profissionais que atuam com a manutenção e consertos periódicos dos equipamentos das academias costumam observar quebras e incidentes relacionadas ao mau uso dos equipamentos. Um mau hábito recorrente é apoiar blusas nos braços das esteiras; com o movimento e trepidação, elas podem cair, ficar enroscadas na lona e provocar avarias. Outro problema comum é o descuido na hora de se puxar os cabos dos aparelhos da estação de musculação, danificando-os. Por último, entra a limpeza inadequada, com o uso de produtos abrasivos, que danificam os painéis digitais das esteiras e ressecam os acolchoados. Aqui, nada melhor que utilizar pano úmido, bem torcido, com sabão neutro, indicam os técnicos.
Foto Rosali Figueiredo
Matéria publicada na edição – 251 – novembro-dezembro/2019 da Revista Direcional Condomínios
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