O despertar na primavera equivale ao fim do período de dormência das plantas, que passam a se expandir em função de uma nova condição de luz e umidade, afirma a paisagista Tomiko Hatada de Brito. “A partir da segunda quinzena de setembro começa uma época boa para plantar. Precisamos seguir a lei da natureza e respeitar o período anterior, de latência, quando as plantas descansam e aproveitamos para fazer a limpeza dos jardins”, completa. A dormência pede, inclusive, que se modere a adubação, orienta Tomiko.
Segundo a especialista, apesar de haver maior atenção dos condomínios sobre a vegetação, a manutenção ainda é precária em muitos deles, sem adubação da terra ou com limpeza e rega inadequadas. Em um dos condomínios que atende hoje, com dois anos de vida, na Vila Romana, zona Oeste de São Paulo, a paisagista teve que desenvolver um plano de recuperação dos canteiros. Assim como demais empreendimentos novos, o substrato da vegetação era composto por terra vermelha e está sendo substituído pela preta adubada, própria para plantio. Ali havia “forrações desnecessárias em alguns pontos, com espaços sobrecarregados”, gerando a necessidade de remanejamento ou transplante. “É preciso tomar cuidado com espécies que crescem e se alastram rapidamente”, observa.
Na verdade, tanto o projeto quanto a manutenção dos jardins implicam em decisões técnicas, especialmente nos condomínios em que o paisagismo ajuda a compor a arquitetura local. Por exemplo, jardineiras construídas sobre laje demandam arbustos e espécies de pequeno porte, já que não têm profundidade suficiente para árvores mais frondosas. Afora isso, na manutenção diária, até mesmo a rega precisa ser bem orientada, destaca Tomiko, pois exemplares de maior porte exigem uma chuveirada prolongada, até que a água penetre no solo.
Para o consultor Kleber Carneiro, que atua em projetos paisagísticos, a manutenção exige constância, com limpeza periódica de pragas, podas, arrumação dos canteiros, retiradas de galhos secos, além, é claro, da rega. “O paisagismo é o cartão de visitas do condomínio, ajuda a valorizar o patrimônio. Ele mostra o zelo de uma gestão”, destaca. De outro modo, Kleber lembra que também a lei obriga os síndicos a cuidar da vegetação, especialmente aqueles que precisam remanejar árvores em função de obras como impermeabilização; ou gestores de empreendimentos em implantação, que tiveram exemplares retirados ou transplantados na fase de obras do condomínio. Kleber fala do Termo de Compromisso Ambiental (TCA), o qual estabelece um prazo para o condomínio compensar exemplares extraídos, com transplante ou novos plantios em seu próprio terreno ou em área indicada pelo poder público. Kleber costuma assessorar o síndico profissional Cleiton Andrade, especialista em implantação de condomínios, e que tem, como uma de suas principais tarefas nessa fase do empreendimento, garantir a expedição definitiva do TCA.
Matéria publicada na edição – 216 – set/16 da Revista Direcional Condomínios
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