Parece simples, mas não é. A limpeza do condomínio exige cuidados, especialmente com a escolha de produtos e o treinamento de pessoal.
Em muitos condomínios, a limpeza ainda é feita de maneira doméstica, sem o uso de equipamentos e produtos químicos profissionais. Falta de treinamento da mão-de-obra, ausência de rotina dos procedimentos e material inadequado acabam resultando em má qualidade dos serviços.
Na opinião do administrador de condomínios Edson Peixoto, a maior parte dos condomínios utiliza funcionários próprios para a limpeza. Edson percebe que o processo é mais eficiente em edifícios onde o zelador e o próprio síndico supervisionam os trabalhos. Porém, ele nota em alguns casos certo exagero na solicitação de material de limpeza. “Eu costumo cortar muito do que o zelador pede. O prédio não teve ter estoque, mas comprar para repor o que foi gasto.” Edson constata que prédios que contam com a limpeza terceirizada eliminam a compra dos produtos, têm mutirões de limpeza e funcionários treinados.
Mesmo nesses casos, o “olho” do síndico ajuda a melhorar os resultados. Para Marisa Hipólito, síndica de dois condomínios no bairro de Pinheiros, deve haver um bom entrosamento entre a empresa responsável pela limpeza e o síndico. “Mesmo utilizando a limpeza terceirizada, acredito que o síndico deve participar. Estou sempre de olho neles. Estou satisfeita, porque os produtos são por conta da empresa e há um melhor aproveitamento do material.” Rogério Macieira, síndico do Condomínio Hípica Boulevard, na região de Santo Amaro, afirma que não precisar comprar produtos de limpeza é uma tranquilidade. “Às vezes apenas complemento com algum item específico”, diz.
Seja com funcionários próprios ou terceirizados, é importante que o condomínio utilize produtos institucionais na limpeza. Segundo Miguel Sinkunas, diretor de Químicos da Abralimp (Associação Brasileira do Mercado de Limpeza Profissional), o valor unitário (por litro ou quilo) do produto doméstico geralmente é menor, enquanto o de uso institucional apresenta valor unitário superior, porém com custo/benefício melhor. “Isto se deve a uma maior concentração de ativos no produto de limpeza de uso institucional, que normalmente requer várias razões de diluição para adequar-se às diversas situações de uso, reduzindo seu custo final. Já os produtos de uso doméstico, de forma quase generalizada, vêm prontos para uso, ou seja, não permitem diluição.”
Miguel lista a logística, o transporte, o menor custo de embalagem e consequentemente o menor custo final para o consumidor entre as grandes vantagens dos produtos químicos concentrados. Os materiais mais utilizados na limpeza em condomínios são os detergentes neutros, os desinfetantes e as ceras. Para Ernesto Brezzi, presidente da Abralimp, não existe uma frequência ideal para limpeza nos edifícios. “Ela deve ser baseada em alguns fatores, como os tipos de áreas do condomínio, o fluxo de pessoas, a quantidade de apartamentos ou casas, os tipos de pisos, entre outros.” Além dos produtos que permitem diluição, Brezzi recomenda a utilização de máquinas e equipamentos adequados a cada tipo de limpeza como forma de economia para o condomínio. Oferecer treinamento ao pessoal da limpeza é indicado para que os produtos sejam aplicados da forma mais produtiva possível. A Uniabralimp (Unidade Nacional de Formação Profissional da Abralimp) oferece cursos de Técnicas de Limpeza, Tratamento de Piso, entre outros, tanto na sede da entidade quanto in company. Há também uma parceria entre o Senai e a Uniabralimp na promoção de cursos sobre gestão em limpeza profissional. Mais informações sobre a agenda dos cursos em www.uniabralimp.com.br.
A Abralimp dispõe também de um manual de técnicas de limpeza, que pode ser obtido junto à entidade pelo telefone (11) 3079-2003.
Matéria publicada na edição 139 set/09 da Revista Direcional Condomínios
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