João Marques, gerente da ANAPP (Associação Nacional das Empresas e Profissionais de Piscina) orienta como manter as piscinas dos condomínios em ordem, e lembra que o outono-inverno, por ser um período de menor uso, é propício para a manutenção geral. Confira.
Direcional Condomínios – O que Deve ser avaliado na manutenção Geral da piscina?
João Marques – O primeiro passo é identificar se tudo o que envolve piscina está em acordo com normas e legislações. Dentro desse princípio, as manutenções serão preventivas, não necessitando de longas intervenções. Os pontos principais de uma manutenção tratam principalmente da qualidade da água e segurança. O responsável deve também conferir se os equipamentos como bombas, filtros, aquecedores, entre outros, estão em perfeitas condições de funcionamento; se as grades de ralos de fundo estão devidamente fixadas; se o sistema de skimmer (coadeira) está em pleno funcionamento; se o sistema de filtragem está cumprindo o número de horas correspondente ao tamanho de piscina; e se a mídia filtrante (areia, por exemplo) necessita de retrolavagem ou substituição.
Água translúcida é sinal de limpeza?
Definitivamente não, pois pode ainda estar infestada de patógenos. Água limpa e própria ao uso dos frequentadores da piscina precisa apresentar características como: alcalinidade total entre 80 e 120 ppm; pH entre 7,2 e 7,8 e dureza de cálcio entre 200 e 400 mg/l.
Como testar o pH corretamente?
Deve-se retirar uma amostra da água da piscina em profundidade de pelo menos 45 cm e distante da área de retorno – em piscinas maiores, fazê-lo em mais de um ponto. O recipiente não pode ser de metal ou vidro, e o líquido testado não pode ser despejado na piscina. No manuseio de reagentes químicos, uma simples variação no tamanho da gota do produto poderá influenciar nos resultados. Por isso, deve-se virar totalmente o frasco na posição vertical, sem pressionar nem apertar. Para correta interpretação do gabarito de cores, nunca se deve direcioná-lo para o sol ou fazer a leitura sob luz fluorescente. O jeito certo é elevar o gabarito de cores ao nível dos olhos na direção norte e, caso não tenha luminosidade suficiente, poderá utilizar a iluminação incandescente, mas sem direcionar o comparador ao foco de luz para não alterar a percepção de cores.
Quais produtos são empregados na manutenção cotidiana da piscina?
São usados cloros estabilizados ou orgânicos e cloros não estabilizados ou inorgânicos. Existem tratamentos alternativos, com excelentes aparelhos de automação, que contribuem para a diminuição de alguns produtos químicos no combate aos microrganismos. Os métodos de descontaminação incluem geradores de cloro (que produzem o cloro a partir de eletrólise), luz ultravioleta, ionizadores (íons de prata e cobre) e ozonizadores (geradores de ozônio).
Qual a diferença no uso de cloro e ozônio?
Ambos são excelentes oxidantes e mantêm a água da instalação segura, porém o sistema de ozônio não possui características residuais, ou seja, mesmo com sua utilização, ainda será necessário usar desinfetante residual, como o cloro. Porém, seu emprego será em menor quantidade, e o banhista perceberá uma redução no popular ‘cheiro de cloro’, o qual, na verdade, é um subproduto chamado cloramina, obtido a partir da inativação de microrganismos, patógenos, urinas e óleos presentes na água.
Como proceder na aplicação de produtos?
Seguir as instruções dos fabricantes, dissolver produtos mantendo as mãos à distância, com auxílio de um cabo de madeira ou cano de PVC. O correto é despejar gradualmente o produto diluído na piscina e nunca em apenas um lugar para evitar manchas.
De que modo descuidos com a piscina podem afetar a saúde de piscineiros e banhistas?
A mistura de produtos químicos pode ocasionar intoxicações e até mortes por envenenamento aos tratadores ou quem estiver junto deles, portanto é vital que piscineiros sigam todas as recomendações dos fabricantes à risca. Já a ausência ou a insuficiência de produtos de descontaminação na água podem trazer problemas à saúde dos banhistas, como gastroenterite e micoses, entre outros. Uma piscina malcuidada pode também favorecer o hábitat ideal para larvas de mosquitos transmissores da dengue.
Matéria publicada na edição 289 mai/2023 da Revista Direcional Condomínios
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