“Um dos procedimentos de maior atenção das administradoras é o processo de seleção dos funcionários. As administradoras estão adotando critérios mais rígidos na análise do histórico dos funcionários. É sempre desejável contar com alguns funcionários mais experientes, com vivência na profissão e boa formação em cursos e treinamentos”.
No Brasil, mais da metade da população urbana (50,3%) se sente insegura na cidade. Mais impressionante, porém, é constatar que 21% relatam medo e vulnerabilidade mesmo dentro da própria residência. Para o IBGE, autor do levantamento, o aumento da criminalidade e do número de homicídios dolosos, que chegou a 21 mil só no primeiro semestre deste ano, transformará a segurança um dos temas mais sensíveis para o País. Atentas a essa tendência, as administradoras se mobilizam para adotar procedimentos preventivos e práticas cada vez mais eficientes para combater furtos, assaltos e sequestros dentro dos condomínios.
Um dos procedimentos de maior atenção das administradoras é o processo de seleção dos funcionários. As administradoras estão adotando critérios mais rígidos na análise do histórico dos funcionários. É sempre desejável contar com alguns funcionários mais experientes, com vivência na profissão e boa formação em cursos e treinamentos.
Estar familiarizado com equipamentos de segurança é outro atributo importante, sobretudo para porteiros e zeladores. O levantamento do IBGE mostra que mais de 90% dos condomínios brasileiros contam com algum dispositivo de segurança. 74% deles já possuem sistema de câmeras de vigilância e 38% adotaram fechaduras especiais, barras nas portas e janelas contra arrombamento. Além dos equipamentos mais tradicionais, alguns empreendimentos apostam em tecnologias mais avançadas, como botões de pânico, monitoramento remoto e sistemas de biometria.
Outra forma de proteção são as chamadas redes de bairro, com guaritas que se conversam e mantêm contato mais próximo com a polícia.
Mas afinal, como definir os equipamentos certos a serem implementados e o valor ideal para investir? O recomendado é fazer um estudo de segurança, considerando a localização do condomínio, as formas de acesso, o projeto arquitetônico e até o perfil dos moradores. Alguns profissionais prestam esse tipo de consultoria, ajudando os edifícios a delinear suas prioridades e a fazer uma gestão mais assertiva dos investimentos. Vale ressaltar que todas as escolhas devem ser aprovadas pelos condôminos em assembleia antes de serem implementadas.
Dicas de prevenção
Mesmo equipado com um moderno aparato de segurança, o condomínio não deve abrir mão de certos procedimentos preventivos. Boa parte deles passa pela portaria. É necessário, por exemplo, que os prestadores de serviço fixos estejam cadastrados com nome e documento com foto. Ao atender visitantes, o profissional da portaria deve manter os portões fechados, condicionando a entrada a uma autorização do morador. Também deve evitar abandonar o posto de trabalho, com atenção redobrada com a entrada de veículos, tentando identificar o motorista e demais ocupantes.
O síndico também possui seu papel, acompanhando de perto o andamento das atividades do condomínio. Cabe a ele estimular a reciclagem periódica dos funcionários por meio de treinamentos e promover reuniões com os condôminos a fim de despertar a consciência coletiva sobre segurança.
O cumprimento dos procedimentos passa pela colaboração dos moradores. Reportar aos funcionários movimentações suspeitas nas proximidades do condomínio, abaixar o vidro do carro ao chegar, alertar com antecedência a portaria se estiver chegando em horários mais suscetíveis ao perigo, deixar cópias das chaves apenas com pessoas de confiança e um contato para eventuais emergências antes de viajar são condutas simples, mas essenciais para garantir uma rotina mais segura.
* Advogado e presidente da Associação das Administradoras de Bens Imóveis e Condomínios de São Paulo (AABIC)
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