O aumento do consumo da água por causa da quarentena, com boa parte dos moradores em home office e/ou aula virtual, tem pressionado as despesas ordinárias dos condomínios sem individualização da leitura. E, muitas vezes, implantar esse sistema demanda um retrofit hidráulico, experiência vivida pelo Condomínio La Dolce Vita Tatuapé, localizado na zona Leste de São Paulo.
Ali, o processo envolveu a elaboração do projeto pelo engenheiro Renato Luiz Moreira, a contratação de empresa para executar a modernização hidráulica e de outra para fornecer os medidores. A gestão do consumo é realizada por meio da concessionária pública de água, com a emissão das contas mensais diretamente para cada um dos condôminos. O prédio tem 20 anos e 80 unidades e, segundo o engenheiro Renato, o retrofit hidráulico melhorou ainda o desempenho do sistema e da pressurização da água.
“Optamos pelo sistema do Proacqua, que não permite mais de um medidor por unidade. Assim, tivemos que instalar 80 novas prumadas externas para levar a água a cada apartamento. Por isso, foi feita a conexão de cada uma delas com a interna, envolvendo obra civil dentro dos imóveis. Só foi mantida a prumada que abastece os reservatórios superiores, de onde a água é distribuída para cada tubulação individualizada. Os medidores acabaram instalados no barrilete”, descreve o síndico morador Rogério Colantonio, também profissional e administrador.
O residencial possui quatro apartamentos por andar e, internamente, cada um deles dispõe de dois ramais independentes de distribuição de água, um para os banheiros e o outro para a lavanderia e cozinha. “Nosso grande desafio era conectar essas instalações com uma única prumada externa de distribuição da água, sem promover muita quebradeira. Descemos então a tubulação para cada apartamento, fizemos um pequeno furo na parede com o cano de entrada e puxamos duas conexões internas. Inutilizamos as duas prumadas originais. As atuais descem por fora, mas estão embutidas em uma estrutura de zinco na cor da fachada”, completa o síndico.
A obra foi executada no segundo semestre de 2019 e começou a operar no início deste ano. Os moradores têm recebido o seu boleto individualmente. “O condomínio pagava em média R$ 12 mil de água por mês, conta que agora baixou para R$ 1,9 mil. Arcamos apenas com o consumo da área comum e estimamos um pay back em dois anos”, afirma Rogério. Foram investidos R$ 230 mil em todo o processo, dinheiro que fazia parte de uma reserva do prédio. “Esse problema se arrastou por quase 20 anos, a água era rateada de acordo com a fração ideal”, completa o síndico, que agora tem uma fonte de conflito a menos para administrar neste momento de pandemia.
Matéria publicada na edição – 258 – julho/2020 da Revista Direcional Condomínios
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