Com o aumento da população de gatos nos apartamentos, os síndicos têm registrado entupimentos causados pelo descarte inadequado do granulado de areia da caixinha do pet na tubulação de esgoto.
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Imagem de uma das cinco caixas de passagem do esgoto recuperadas e reformadas pelo síndico José Luiz Rinco
No começo deste ano, a Direcional Condomínios relatou que o síndico profissional Carlos Azevedo Fernandes teve problemas em dois prédios, em um deles com prejuízo acima de R$ 100 mil. Outros relatos parecidos chegaram posteriormente à revista. “O granulado, em geral à base de MDF, estufa em contato com a umidade e bloqueia a passagem dos fluidos na tubulação”, explicou na época o gestor Carlos Fernandes. Essa água suja retorna, em geral, para o interior das unidades e os danos têm que ser rateados por todos os condôminos.
Também neste ano, o IBAPE-SP (Instituto Brasileiro de Avaliações e Perícias de Engenharia de São Paulo) divulgou um alerta sobre como os condomínios podem evitar entupimentos nos tubos e conexões das redes de esgoto, a partir de cuidados nos descartes das pias de cozinha, bacias sanitárias e máquinas de lavar roupa. Segundo o engenheiro civil Sérgio Gniper, instrutor de cursos da entidade, é importante que os síndicos orientem os moradores a:
– Evitarem jogar papel higiênico nas bacias;
– Não despejarem óleo de cozinha no ralo da pia, tampouco restos de alimentos cozidos, cascas de frutas e legumes, mesmo com trituradores; e,
– Ficarem atentos aos fiapos soltos junto com a água da máquina de lavar.
O instrutor do IBAPE-SP lembra que produtos nacionais, como o papel higiênico, não são fabricados para desagregarem rapidamente no contato com a água. De outro modo, as instalações prediais podem trazer erros de concepção do projeto do sistema e/ou do dimensionamento das tubulações, ou, ainda, sua má execução, potencializando os riscos de entupimento. Outro problema está na “ausência de caixas retentoras de gordura a montante de tubulações”.
E, mesmo que existam, muitas delas se encontram em estado precário de manutenção. Neste ano, por exemplo, o síndico orgânico José Luiz Rinco, gestor do Condomínio Marquês de Olinda, na Vila Clementino, zona Sul de São Paulo, promoveu a retirada de entulhos e a reconstrução de cinco caixas de passagem de esgoto. Elas estavam bastante obstruídas.
Matéria publicada na edição – 272 – out/2021 da Revista Direcional Condomínios
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