A gestão condominial tradicional encontra sua base de sustentação em quatro pilares: concentração, centralização, controle e padronização. Este modelo, confrontado com as necessidades atuais dos condomínios, se manifesta defasado, isso porque a contemporaneidade, o advento da tecnologia e o novo perfil dos stakeholders passou a exigir uma forma de gestão ampliada, compartilhada, linear, conectada e colaborativa.
A nova gestão 4.0 representa uma grande transformação, analogamente comparável à descoberta do motor a vapor, ao advento das máquinas industriais, da produção em série e do começo da informatização. Neste mercado incipiente, o síndico profissional precisa se distanciar dos conceitos antigos de gestão e fazer uso das competências e habilidades de todos os colaboradores que o cercam, a favor dos mais legítimos anseios da coletividade condominial.
Conquanto persistam existindo modelos de gestão resistentes aos sistemas contemporâneos, que seguem enaltecendo a centralização de poder, os modais inovadores se impõem cada vez mais, num verdadeiro tsunami disruptivo, cujas ondas não costumam poupar nenhum condomínio.
Ao certo, muitos operadores que atuam no segmento condominial da atualidade desenvolveram suas capacidades e competências em ambientes onde a centralização e o poder de decisão eram o único modelo conhecido e apto a gerir equipes.
Estes gestores, em verdade, precisam se dissociar dos modelos concentradores de administração, adotando algumas práticas como valorizar as competências e habilidades dos colaboradores, delegar tarefas relevantes, supervisionar fazendo uso de ferramentas tecnológicas, bem como desenvolver e aplicar a cordialidade e empatia nas relações interpessoais.
Assim agindo, o síndico do futuro se aproxima dos modais comportamentais próprios das novas gerações, com isso favorecendo uma gestão democrática, colaborativa e humanizada, embasada na delegação de poder e autoridade, valorizando novas ideias e reforçando o engajamento das equipes na busca de resultados coletivos e individuais.
Inegável depreender que os condomínios ingressaram na era da 4ª Revolução Industrial onde os principais focos deixaram de ser os processos e as rotinas administrativas, para se amoldar às pessoas, à massa condominial e ao meio ambiente.
Para atuar com propriedade e eficiência neste novo ambiente, os síndicos do futuro precisam conhecer e desenvolver novas competências e habilidades, tais como saber lidar com a diversidade, compreendendo as diferenças e potenciais existentes, as culturas, as origens, as orientações comportamentais e as habilidades interpessoais.
Adicione-se a agilidade de compreensão e de aprendizagem, caracterizada pela habilidade de se atualizar de forma célere, aferindo experiências com vistas à obtenção de soluções aplicáveis ao presente e ao futuro, de forma adequada e efetiva.
Nesse contexto, o processo decisório impõe ser realizado com máxima celeridade. Isso porque a expectativa da massa condominial é a de que o síndico conheça o condomínio em suas nuances e realidades, o que lhe permite, em tese, tomar decisões complexas de forma racional, ainda que em meio a mudanças ou cenários demarcados por imprevisibilidade ou incerteza.
Ultimando, mas sem a pretensão de exaurir o tema, espera-se dos novos síndicos um forte compromisso com o desenvolvimento destas novas habilidades e competências, além de estarem preparados para mudanças em relação a cultura, valores e missão das entidades condominiais do futuro, os denominados condomínios 4.0, uma vez que, doravante, o grau de exigência dos destinatários do processo de gestão, dotados de acesso à mais alta gama de informações, tende a ser mais acentuado.
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