O egoísmo do inadimplente contumaz

Por definição, egoísta é aquele que coloca seus interesses em primeiro lugar, em detrimento das demais pessoas com quem se relaciona.

Inadimplente é aquele que falta ao cumprimento de suas obrigações jurídicas no prazo estipulado e, contumaz, é aquele que insiste, que é costumeiro num hábito. Eis a definição perfeita para o morador que, apoiado nos seus vizinhos, colocando seus interesses particulares acima de tudo, decide habitualmente não pagar o condomínio. Não me refiro aos poucos inadimplentes momentâneos, vizinhos conscientes, que atravessam alguma fase delicada na vida, mas que logo buscam soluções para acertar os boletos do condomínio em atraso. Falo aqui daquele que escolhe não pagar o condomínio, mas que não abre mão do conforto, dos hábitos caros e da boa vida, acarretando para o vizinho a dura obrigação de custear sua parte na divisão das despesas corriqueiras do condomínio.

Todo cidadão de bem, em algum momento, precisa tomar decisões difíceis. Não é vergonha alguma devolver o carro para o banco, mudar para um imóvel menor e mais barato, talvez num bairro mais simples. Basta coragem e, acima de tudo, DIGNIDADE! Mas, com a pandemia e, diante das dificuldades de caixa nos condomínios, alguns devedores contumazes querem oferecer acordos demasiadamente vantajosos a eles, querem pagar à vista suas dívidas, fruto de anos e anos sem pagar os boletos, mas exigem a isenção de multas, juros, correção e honorários. Querem pagar o que devem com vantagens absurdas, fazendo parecer que são os salvadores da pátria. Síndicos, não aceitem! Eles não merecem e a lei impede isso. Felizmente, a lei mudou e está bastante dura e as execuções judiciais estão muito mais céleres e efetivas, um alento para síndicos e advogados. Artilharia pesada nos inadimplentes contumazes!!!


Matéria publicada na edição 292 agosto/2023 da Revista Direcional Condomínios

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