Obra nos halls valoriza a edificação

Acompanhar a arquitetura e a identidade da edificação e optar por itens de qualidade são dicas fundamentais para modernizar a área de acesso às unidades, cartão de visitas do condomínio.

Projeto Hall de edifício

Projeto de Mari Ester Golin: foco em soluções de luminotécnica, revestimentos nobres, espelhos e nova sinalização

O condomínio Residencial América, no Parque São Domingos, com três torres e 270 unidades, vive a realidade de inúmeros empreendimentos com cerca de 30 anos de vida: a necessidade de revitalização de suas áreas comuns. O síndico Lúcio Henrique Poppe já enfrentou obras custosas, como as reformas da quadra esportiva e do estacionamento. “Em termos de valorização das unidades, saímos perdendo para outros condomínios. Por exemplo, nossos apartamentos não têm sacada. Então, na medida do possível estamos modernizando o América”, conta.

Subsíndico de uma das torres, Renato Ferreira aponta que a reforma dos halls sociais foi uma demanda dos próprios moradores para valorizar os apartamentos e dar um novo ar para os acessos às unidades. Ainda antes da pandemia, Renato começou a consultar escritórios de design e arquitetura para a execução do projeto do América. A designer de interiores Mari Ester Golin, com 10 anos de experiência em decoração de condomínios, foi a escolhida. Uma comissão de moradores voluntários fez várias reuniões com Mari, até chegar ao projeto final. “Tivemos o cuidado de convidar todos os condôminos para as reuniões. Assim, ninguém pode afirmar que não conhecia anteriormente o projeto”, explica o síndico Lúcio.

Em breve o projeto de Mari será levado à aprovação em assembleia e terão início as obras. A designer de interiores conta que o projeto dos halls das torres do América trouxe alguns desafios: halls com materiais defasados, como o uso de pedra ardósia nos pisos, repletos de pilares e de portas para acessos a vestiários dos funcionários, sala de jogos, salão de festas, elevadores, e ainda portas de quadros de distribuição geral de telefonia e elétrica. Além disso, a sinalização está desorganizada e precária.

Entre as soluções adotadas por Mari Ester estão a utilização de luminotécnica através de balizadores de parede e a criação de circuitos inteligentes para uso da luz natural durante o dia e pontual à noite. “Com a luminotécnica conseguimos criar efeitos diversos para os vários horários. Desenvolvemos circuitos diferentes, identificados para facilitar o trabalho do zelador ou porteiro, indicando quais devem ser ligados conforme o horário”, explica. Quanto aos revestimentos dos halls, Mari optou por itens neutros no piso e paredes, com porcelanato no padrão travertino. Em metade dos pilares serão aplicados espelhos para ampliar os espaços, e Mari padronizou tons de marrom nas portas com sinalização e criptograma de identificação.

Halls do Residencial América

Halls do Residencial América: muitas portas, pilares e ardósia no piso

Com um portifólio de cerca de 60 obras em áreas comuns de condomínios, Mari Ester recomenda aos síndicos que iniciem as reformas pelos halls sociais. “Sei que condomínios acima de 20 anos têm uma demanda gigante por reformas, mas o hall de entrada tem uma abrangência maior de aceitação, é o cartão de visitas do condomínio. E um projeto global terá um custo alto com grande chance de ser engavetado.”

Além de adequar os projetos de decoração ao caixa existente, a designer de interiores acredita ser necessário não descaracterizar o empreendimento, “em respeito ao trabalho feito pela construtora e pela história do próprio condomínio”, pontua. Mari lembra de um edifício com pendentes de opalina no hall; o síndico considerava as peças fora de moda, mas ela explicou que são itens com bom valor de mercado. Resultado: os lustres foram reformados por especialistas no material e usados de outra forma no ambiente, valorizando o hall social. O designer de móveis Rafael Oliva Santos concorda com Mari: “Recomendo o uso de móveis que combinem com a arquitetura, a linguagem e a identidade do prédio. E também, claro, que tenham a ver com os moradores. Qual o público do prédio? São moradores mais jovens, ou famílias com crianças? Se for um público muito mais velho, devemos escolher sofás e poltronas com assento mais elevado para que eles não tenham dificuldade em sentar. Se houver muitas crianças e pets, aconselho móveis e tecidos mais resistentes.”

Da mesma forma, as cores escolhidas para os móveis devem “conversar” com a identidade do condomínio. “Às vezes, por segurança optamos somente por cores neutras. Há condomínios mais minimalistas, com menor variedade de cores, mas podemos usar tons mais dessaturados, como verde oliva ou mostarda, sempre respeitando a identidade do empreendimento.” Rafael orienta ainda que sejam escolhidos móveis para o hall de entrada que causem uma boa impressão nos moradores e visitantes, com acabamentos premium, já que o uso não costuma ser tão intenso. “O hall comporta tecidos de algodão ou até veludo, muito chique. Já para salões de festas indico tecidos mais resistentes, como os sintéticos ou couro ecológico”, arremata.


Matéria publicada na edição – 282 – set/2022 da Revista Direcional Condomínios

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