Organize a comunicação como sua aliada

Diferentes ferramentas contribuem para informar e integrar os moradores, desde as placas de sinalização, algumas obrigatórias, a boletins impressos e páginas na internet.

Desde o dia 7 de agosto de 2009, os condôminos passaram a conviver ostensivamente com a placa de aviso de proibição de fumo em locais fechados de circulação coletiva, com visual e tamanho padrão determinado pela Lei Estadual no. 13.541/09 (Lei Antifumo). Somente no Condomínio Vila Imperial, localizado no Ipiranga, zona sudeste de São Paulo, estão afixados 80 avisos, diz o síndico Magno Carvalho Ferreira. O empreendimento é grande, compreende quatro torres com 264 apartamentos, de três a quatro dormitórios, além de inúmeros espaços fechados de uso comum, como três salões de festas, um de fitness, piscina coberta e uma brinquedoteca. Pela lei, todos os ambientes que contenham algum tipo de barreira, como paredes nas laterais ou coberturas, precisam ter o aviso.

Esta aí a versão mais comentada nos últimos meses de uma das formas de comunicação imprescindíveis às edificações: as placas de sinalização ou identificação. No Vila Imperial, elas estão distribuídas em profusão, indicando a localização das torres, dos elevadores, dos espaços de lazer e uso comum, dos equipamentos de segurança contra incêndio, das lixeiras, mais o limite de velocidade dos automóveis na garagem e as vagas exclusivas aos portadores de deficiência. Além disso, o condomínio possui 44 portas-recado ou murais que trazem agenda de eventos, regras de uso, decisões tomadas em assembleia e relatórios da administração. Muitas dessas informações acabam ainda distribuídas por meio de circulares.

Mesmo assim, observa o síndico Magno Carvalho, “a comunicação hoje é deficiente, precisamos que assuntos como a presença dos animais, o uso de elevadores, regras para entregadores, entre outros, sejam abordados de forma recorrente, isso precisa sempre ser lembrado”. Novos canais poderiam ser criados, lembra Magno, como um newsletter (boletim eletrônico) a ser enviado para os endereços de internet de cada residente ou a reedição do jornal Vila Vip, que teve quatro números publicados em 2007 e 2008. Colorido, com quatro a oito páginas, tamanho A4, o veículo foi uma iniciativa voluntária das moradoras Paula Ribeiro Soares Ferreira e Adriana Rebelo Francisco. Ambas captavam anúncios como forma de bancar os custos. O trabalho foi interrompido porque Paula Ribeiro começou a trabalhar em um escritório de advocacia, com registro de marcas e patentes. Engenheira de alimentos formada pela Unicamp, Paula atuou muito tempo na área de marketing.

“A distribuição era interna e recebíamos muitos elogios dos leitores. Eles passam o dia fora trabalhando e gostam de saber o que acontece onde moram”, relata Paula. As pautas traziam assuntos diversos, como reciclagem, uso das áreas comuns, festas e eventos, atividades em grupo, “matérias baseadas nas características do condomínio”. A moradora lembra ainda que havia uma proposta de evitar assuntos “como brigas e discussões internas”. “Sempre buscamos criar união e harmonia na convivência entre os condôminos.” Espaços foram destinados para que expusessem pontos de vista sobre assuntos de interesse geral e receitas.

“Era uma iniciativa pessoal independente, mas percebia que o jornal representava um canal diferente, não oficial, e que por isso chamava bastante atenção”, observa o síndico Magno Carvalho. Ele afirma, porém, que inexiste uma articulação da administração pela retomada do projeto ou implantação de outros canais de comunicação. O jornalista e empresário na área, Paulo Piratininga, que atua há 16 anos com a comunicação organizacional, recomenda, porém, que os grandes condomínios publiquem pelo menos um boletim quinzenal ou mensal contendo informações de seu dia a dia. “É uma forma de proporcionar maior integração, trazendo não apenas prestação de contas, informações sobre inadimplência, mas notícias de manutenção, mudança do quadro de funcionários, perfil dos condôminos, curiosidades e agenda”, diz. Piratininga sugere também a instalação de quadros com avisos de serviços gerais e a utilização de ferramentas da internet, como o microblog Twitter, de mensagens breves e atualizações quase em tempo real. 


Matéria publicada na edição 142 dez/09 da Revista Direcional Condomínios

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