Os condomínios e o descarte correto do óleo de cozinha

Síndicos devem orientar condôminos para evitar entupimentos e danos ao meio ambiente.

Muitas pessoas têm o costume de, após fazer alguma fritura em casa, despejar a sobra do óleo na pia. Porém, essa atitude pode causar diversos prejuízos ao meio ambiente e ao próprio condomínio. Então, como devo orientar aos moradores a fazerem o correto descarte?

Ao despejar o óleo de cozinha no ralo da pia, este passa por diversas tubulações dentro das casas e condomínios e grande quantidade do óleo gruda nas paredes desses encanamentos, absorvendo alimentos. Como consequência, ocorre o entupimento do sistema de encanamento e da caixa de gordura, o que aumenta o gasto com manutenção e pode atrair ratos e baratas.

Outra questão importante é que ao descartar o óleo de cozinha na pia, este segue para a rede de esgoto e as estações de tratamento não estão preparadas para receber grandes volumes de óleo diariamente. Assim, o tratamento do esgoto não será eficaz e este será despejado em rios, contaminando o meio ambiente.

No Brasil, segundo a Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove), o consumo de óleo é de 15 litros por pessoa anualmente. Já a Sabesp aponta que 1 litro de óleo pode contaminar até 25 mil litros de água. O óleo forma uma camada na superfície dos rios impedindo que a luz passe, prejudicando a vida de peixes e outras espécies aquáticas. O descarte incorreto do óleo também pode aumentar o risco de enchentes.

Como descartar

Agora que você já sabe todos os problemas que são gerados pelo descarte incorreto do óleo, vamos falar sobre como fazer o descarte correto. Em São Paulo, existem diversas cooperativas, ONGs e empresas privadas que fazem a reciclagem do óleo de cozinha, transformando-o em sabão, tinta, verniz e biodiesel.

Uma opção para o condomínio é disponibilizar para os moradores em algum espaço comum uma bombona de 50 litros com um funil.

Dessa maneira os condôminos devem armazenar, em suas casas, o óleo de cozinha em uma garrafa PET ou de vidro (com tampa), e depois despejar o óleo dentro da bombona. Eles podem e devem reaproveitar a garrafa para armazenar o óleo novamente. Lembrando que é importante esperar o óleo esfriar, cerca de 30 minutos após o aquecimento, e coá-lo antes de transferi-lo para uma garrafa. Para o restinho de óleo que sobrou na panela, deve-se passar um papel toalha para absorvê-lo e descartar o papel na lixeira de resíduo não reciclável.

Quando a bombona estiver cheia, basta o condomínio ligar para uma empresa que venha recolher esse óleo. Outra opção é usar um aplicativo que encontra a empresa mais próxima de você e marca um horário para a retirada. Também há diversos pontos de entrega.

No site do Programa Óleo Sustentável, criado pela Abiove, é possível encontrar o ponto de entrega mais próximo do seu condomínio. Algumas empresas trocam óleo por produtos de limpeza ou sabão.

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Autor

  • Nathália Vegi Bohner

    Engenheira Ambiental graduada pela Universidade Estadual Paulista (UNESP), pós-graduada em Sistemas de Gestão Integrados pelo Senac. É sócia da empresa ECOPRO Engenharia e Projetos Ltda. Com conhecimentos na área de Gestão de Resíduos Sólidos, já atuou em indústria multinacional e possui experiência em Educação Ambiental, incluindo treinamentos de condôminos, síndicos e funcionários. Atua também na área de Avaliação de Passivos Ambientais.

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