Paredes pintadas, equipamentos em ordem. O vandalismo acaba com qualquer manutenção cuidadosa. Saiba como eliminar esse problema do seu condomínio.
O síndico Joaquim Gutierrez Antonio estava cansado de gastar com troca de fechaduras nos acessos ao barrilete, casa de máquinas e topo do prédio. Escadarias pichadas e objetos quebrados nas áreas comuns também apareciam com freqüência. Para eliminar atos de vandalismo como esses, Joaquim instalou sensores dotados de alarmes nas portas de acesso às áreas restritas. “Se alguém abre as portas que servem o barrilete, a casa de máquinas e o topo do prédio o alarme dispara. Também instalamos sensores de presença, para manter o local iluminado. E para evitar os danos nas áreas comuns, às 22 horas todas as portas de acesso à sala de jogos, quadra e piscina são trancadas”, conta o síndico. Joaquim também investiu em câmeras nos locais de maior risco de vandalismo. “Aos poucos conseguimos intimidar os vândalos. Se o porteiro vê algo pelas câmeras, interfona para o local. Infelizmente não conseguimos acabar completamente com os problemas, mas o que restou é administrável”, comenta.
O síndico profissional Nilton Savieto percebe que os atos de vandalismo nos prédios que administra são cíclicos: aumentam nos meses de dezembro, janeiro e julho. “Justamente nas férias escolares, quando crianças e adolescentes ficam procurando o que fazer”, diz. Recentemente, Nilton enfrentou em um condomínio situações de princípio de incêndio: em uma, o vândalo colocou fogo na lixeira do andar; em outro, no recipiente para copos descartáveis instalado ao lado de um bebedouro. O síndico comenta que, felizmente, os dois foram apagados rapidamente, evitando problemas maiores. “Como não foi possível identificar o autor pelas imagens, soltei um alerta ao prédio, comentando que provavelmente foi alguém que conhecia bem o local. No comunicado, pedi aos pais que orientem os filhos do risco desse tipo de ação”, recorda. Em outro prédio, um morador teve o carro riscado na garagem e a fechadura foi tampada com epóxi. “Recomendei ao proprietário fazer um boletim de ocorrência já que também nesse caso não foi possível identificar a autoria”, diz o síndico profissional. Quando a identificação ocorre, Nilton envia uma carta ao condômino notificando-o que o serviço está sendo orçado e que o dano será cobrado do apartamento. Se o morador for reincidente, é cobrado, além do ressarcimento, multa.
Mesmo se o condomínio não possuir imagens gravadas identificando a autoria de algum dano ao patrimônio o ressarcimento pode ser solicitado. Conforme o advogado Cristiano De Souza Oliveira, consultor jurídico condominial, deve haver uma informação por escrito de um funcionário que tenha testemunhado o fato. “O infrator deverá ser multado e receber a cobrança pelo dano que gerou ao condomínio. De acordo com o artigo 1337 do Código Civil, o condômino que cause prejuízos ao condomínio tem o dever legal de ressarcir a coletividade”, afirma. Se a unidade não realizar o pagamento, será considerada inadimplente e o condomínio poderá propor a devida ação de cobrança, complementa Cristiano.
Campanhas preventivas de conscientização e instalação de câmeras parecem ser as duas medidas mais indicadas na prevenção ao vandalismo. Para o consultor de segurança José Elias de Godoy, através das câmeras do CFTV é possível ter uma visão global do edifício, inclusive de locais isolados e fora do alcance dos porteiros. “O CFTV pode ser considerado um vigia eletrônico, alerta a tudo, a todo instante e em tempo real, desde, é claro, que suas câmaras sejam instaladas em pontos estratégicos dentro do edifício”, sustenta.
O administrador de condomínios Claudio Anauate ressalta outro ponto importante: o síndico não deve descuidar da qualidade das gravações, para permitir uma boa identificação dos autores. Claudio acredita no poder das gravações. E comprova com os índices de vandalismo em elevadores. “Há alguns anos eram comuns os danos em elevadores. Hoje, com a imensa maioria dos elevadores dotada de câmeras, o problema praticamente desapareceu. Atualmente, até a postura das pessoas dentro dos elevadores é diferente, pois elas sabem que estão sendo observadas”, resume.
Matéria publicada na edição 126 jul/08 da Revista Direcional Condomínios
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